De Povos Indígenas no Brasil
 
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<htmltag tagname="h1">Demarcações</htmltag>
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{{Título | Demarcações}}
 
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<p style="font-size: xx-small; text-align: right; ">Foto: diversos autores, veja <htmltag tagname="a" target="_self" href="http://img.socioambiental.org/v/publico/institucional/slideshows/povos_indigenas/">aqui</htmltag></p>
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<small>Foto: diversos autores, veja <htmltag href="https://img.socioambiental.org/v/publico/institucional/slideshows/intro-demarcacoes/" tagname="a" target="_self">aqui</htmltag></small>
  
== Introdução ==
 
 
A demarcação de uma [[O que são Terras Indígenas%3F | Terra Indígena]] tem por objetivo garantir o [[Constituição#Direito_.C3.A0_terra | direito indígena à terra]]. Ela deve estabelecer a real extensão da posse indígena, assegurando a proteção dos limites demarcados e impedindo a ocupação por terceiros.
 
A demarcação de uma [[O que são Terras Indígenas%3F | Terra Indígena]] tem por objetivo garantir o [[Constituição#Direito_.C3.A0_terra | direito indígena à terra]]. Ela deve estabelecer a real extensão da posse indígena, assegurando a proteção dos limites demarcados e impedindo a ocupação por terceiros.
  
Desde a aprovação do [[Estatuto do Índio | Estatuto do Índio]], em 1973, esse reconhecimento formal passou a obedecer a um procedimento administrativo, previsto no artigo 19 daquela lei. Tal procedimento, que estipula as etapas do longo  processo de demarcação, é regulado por decreto do Executivo e, no decorrer dos anos, sofreu seguidas modificações. A última modificação importante ocorreu com o <htmltag tagname="a" target="_blank" href="http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D1775.htm">decreto 1.775, de janeiro de 1996</htmltag>.
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Desde a aprovação do [[Estatuto do Índio | Estatuto do Índio]], em 1973, esse reconhecimento formal passou a obedecer a um procedimento administrativo, previsto no artigo 19 daquela lei. Tal procedimento, que estipula as etapas do longo  processo de demarcação, é regulado por decreto do Executivo e, no decorrer dos anos, sofreu seguidas modificações. A última modificação importante ocorreu com o <htmltag href="http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D1775.htm" tagname="a" target="_blank">decreto 1.775, de janeiro de 1996</htmltag>.
  
== Como é feita a demarcação hoje? ==
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==Como é feita a demarcação hoje?==
<div class="g2image_centered"><htmltag tagname="img" src="http://img.socioambiental.org/d/797525-1/desmatamento_RO.jpg" alt="desmatamento_RO" title="Vista de satélite das Terras Indígenas (linha laranja) em Rondônia, 2013" /></div>
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===1º passo - Estudos de identificação===
 
 
===(1) Estudos de identificação===
 
 
Primeiramente, a [[Órgão_Indigenista_Oficial#A_Funda.C3.A7.C3.A3o_Nacional_do_.C3.8Dndio_.28Funai.29 | Funai]] nomeia um antropólogo com qualificação reconhecida para elaborar estudo antropológico de identificação da TI em questão, em prazo determinado.
 
Primeiramente, a [[Órgão_Indigenista_Oficial#A_Funda.C3.A7.C3.A3o_Nacional_do_.C3.8Dndio_.28Funai.29 | Funai]] nomeia um antropólogo com qualificação reconhecida para elaborar estudo antropológico de identificação da TI em questão, em prazo determinado.
  
 
O estudo do antropólogo fundamenta o trabalho do grupo técnico especializado, que realizará estudos complementares de natureza etnohistórica, sociológica, jurídica, cartográfica e ambiental, além do levantamento fundiário, com vistas à delimitação da TI. O grupo deverá ser coordenado por um antropólogo e composto preferencialmente por técnicos do quadro funcional do [[Órgão Indigenista Oficial | órgão indigenista]]. Ao final, o Grupo apresentará relatório circunstanciado à Funai, do qual deverão constar elementos e dados específicos listados na Portaria nº 14, de 09/01/96, bem como a caracterização da TI a ser demarcada.
 
O estudo do antropólogo fundamenta o trabalho do grupo técnico especializado, que realizará estudos complementares de natureza etnohistórica, sociológica, jurídica, cartográfica e ambiental, além do levantamento fundiário, com vistas à delimitação da TI. O grupo deverá ser coordenado por um antropólogo e composto preferencialmente por técnicos do quadro funcional do [[Órgão Indigenista Oficial | órgão indigenista]]. Ao final, o Grupo apresentará relatório circunstanciado à Funai, do qual deverão constar elementos e dados específicos listados na Portaria nº 14, de 09/01/96, bem como a caracterização da TI a ser demarcada.
 
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===2º passo - Aprovação da Funai===
===(2) Aprovação da Funai===
 
 
O relatório tem que ser aprovado pelo Presidente da Funai, que, no prazo de 15 dias, fará com que seja publicado o seu resumo no DOU (Diário Oficial da União) e no Diário Oficial da unidade federada correspondente. A publicação deve ainda ser afixada na sede da Prefeitura local.
 
O relatório tem que ser aprovado pelo Presidente da Funai, que, no prazo de 15 dias, fará com que seja publicado o seu resumo no DOU (Diário Oficial da União) e no Diário Oficial da unidade federada correspondente. A publicação deve ainda ser afixada na sede da Prefeitura local.
  
===(3) Contestações===
+
===3º passo - Contestações===
 
A contar do início do procedimento até 90 dias após a publicação do relatório no DOU, todo interessado, inclusive estados e municípios, poderá manifestar-se, apresentando ao órgão indigenista suas razões, acompanhadas de todas as provas pertinentes, com o fim de pleitear indenização ou demonstrar vícios existentes no relatório.
 
A contar do início do procedimento até 90 dias após a publicação do relatório no DOU, todo interessado, inclusive estados e municípios, poderá manifestar-se, apresentando ao órgão indigenista suas razões, acompanhadas de todas as provas pertinentes, com o fim de pleitear indenização ou demonstrar vícios existentes no relatório.
  
 
A Funai tem, então, 60 dias, após os 90 mencionados no parágrafo anterior, para elaborar pareceres sobre as razões de todos os interessados e encaminhar o procedimento ao Ministro da Justiça.
 
A Funai tem, então, 60 dias, após os 90 mencionados no parágrafo anterior, para elaborar pareceres sobre as razões de todos os interessados e encaminhar o procedimento ao Ministro da Justiça.
  
===(4) Declarações dos limites da TI===
+
===4º passo - Declarações dos limites da TI===
 
O Ministro da Justiça terá 30 dias para: '''(a) '''expedir portaria, declarando os limites da área e determinando a sua demarcação física; ou''' (b)''' prescrever diligências a serem cumpridas em mais 90 dias; ou ainda, '''(c)''' desaprovar a identificação, publicando decisão fundamentada no parágrafo 1º. do artigo 231 da Constituição.
 
O Ministro da Justiça terá 30 dias para: '''(a) '''expedir portaria, declarando os limites da área e determinando a sua demarcação física; ou''' (b)''' prescrever diligências a serem cumpridas em mais 90 dias; ou ainda, '''(c)''' desaprovar a identificação, publicando decisão fundamentada no parágrafo 1º. do artigo 231 da Constituição.
  
===(5) Demarcação física===
+
===5º passo - Demarcação física===
Declarados os limites da área, a Funai promove a sua demarcação física, enquanto o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), em caráter prioritário, procederá ao reassentamento de eventuais ocupantes não-índios.
+
Declarados os limites da área, a Funai promove a sua demarcação física, enquanto o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), em caráter prioritário, procederá ao reassentamento de eventuais ocupantes não indígenas.
  
===(6) Homologação===
+
===6º passo - Homologação===
 
O procedimento de demarcação deve, por fim, ser submetido ao Presidente da República para homologação por decreto.
 
O procedimento de demarcação deve, por fim, ser submetido ao Presidente da República para homologação por decreto.
  
===(7) Registro===
+
===7º passo - Registro===
 
A terra demarcada e homologada será registrada, em até 30 dias após a homologação, no cartório de imóveis da comarca correspondente e na SPU (Secretaria de Patrimônio da União).
 
A terra demarcada e homologada será registrada, em até 30 dias após a homologação, no cartório de imóveis da comarca correspondente e na SPU (Secretaria de Patrimônio da União).
  
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====Contato direto====
 
====Contato direto====
* '''Pagina Oficial da Funai''' <htmltag tagname="a" target="_blank" href="http://www.funai.gov.br/"> http://www.funai.gov.br/</htmltag>
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* '''Pagina Oficial da Funai''' <htmltag href="http://www.funai.gov.br/" tagname="a" target="_blank"> http://www.funai.gov.br/</htmltag>
* '''Diário Oficial da União - Portal da Imprensa Nacional''' <htmltag tagname="a" target="_blank" href="http://portal.in.gov.br/page_leitura_jornais">http://portal.in.gov.br/page_leitura_jornais</htmltag>
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* '''Diário Oficial da União - Portal da Imprensa Nacional''' <htmltag href="http://portal.in.gov.br/page_leitura_jornais" tagname="a" target="_blank">http://portal.in.gov.br/page_leitura_jornais</htmltag>
* '''Ministério da Justiça''' <htmltag tagname="a" target="_blank" href="http://portal.mj.gov.br/">http://portal.mj.gov.br</htmltag> * ''' Secretaria de Patrimônio da União''' <htmltag tagname="a" target="_blank" href="http://patrimoniodetodos.gov.br/">http://patrimoniodetodos.gov.br/</htmltag>
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* '''Ministério da Justiça''' <htmltag href="http://portal.mj.gov.br/" tagname="a" target="_blank">http://portal.mj.gov.br</htmltag> * ''' Secretaria de Patrimônio da União''' <htmltag href="http://patrimoniodetodos.gov.br/" tagname="a" target="_blank">http://patrimoniodetodos.gov.br/</htmltag>
</div>
 
 
 
== Sistemáticas anteriores ==
 
 
 
A sistemática de demarcação das <htmltag tagname="a" target="_self" href="http://pib.socioambiental.org/pt/c/terras-indigenas/introducao/o-que-sao-terras-indigenas">Terras Indígenas</htmltag> no Brasil tem sofrido várias modificações ao longo dos últimos anos. Veja abaixo o resumo de sistemáticas de demarcação desde 1976 até janeiro de 1996, quando a atual foi instituída pelo <htmltag tagname="a" target="_blank" href="http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D1775.htm">decreto 1.775</htmltag> (saiba mais em "<htmltag tagname="a" target="_self" href="http://pib.socioambiental.org/pt/c/terras-indigenas/demarcacoes/como-e-feita-a-demarcacao-hoje">Como é feita a demarcação hoje?</htmltag>").
 
 
 
<div class="box">
 
<h3>Decreto 76.999, de 08/01/1976</h3>
 
 
 
O presidente da Funai nomeava um antropólogo e um engenheiro ou agrimensor, que faziam relatório contendo a identificação prévia dos limites da área. O relatório era aprovado pelo presidente da Funai – embora a legislação não especifique, este ato se consubstanciava numa portaria. Com base nele, promovia-se a demarcação física da área em questão.
 
 
 
Depois de demarcada, o processo era submetido ao presidente da República para homologação. As terras eram então levadas a registro em cartório e no SPU (Serviço de Patrimônio da União).
 
</div>
 
<div class="box">
 
<h3>Decreto 88.118 de 23/02/1983</h3>
 
 
 
A equipe técnica da Funai fazia a identificação preliminar da área, que resultava numa proposta do órgão indigenista para um Grupo de Trabalho (GT), composto por ministérios e outros órgãos federais ou estaduais, quando conveniente. O GT emitia parecer conclusivo, encaminhando o assunto à decisão dos ministros do Interior e Extraordinário para Assuntos Fundiários.
 
 
 
Se aprovado pelos ministros, o processo era levado ao presidente da República, acompanhado de minuta de decreto, que homologaria o procedimento e descreveria os limites da área indígena reconhecida. A demarcação física seria então feita com base no decreto e, depois disso, levada a registro em cartório e no SPU.
 
 
 
Na prática, no entanto, havia dois decretos presidenciais: no primeiro deles, o presidente apenas delimitava a área a ser demarcada. Depois da demarcação física, o processo retornava às suas mãos para homologação por meio de um novo decreto. Ao final, promovia-se o registro.
 
 
</div>
 
</div>
<div class="box">
 
<h3>Decreto 94.945 de 23/09/1987</h3>
 
  
Havia aqui participação de representantes dos órgãos fundiários federal e estadual, bem como de outros órgãos que a Funai julgasse conveniente, na equipe técnica do órgão indigenista, que promovia a identificação preliminar dos limites das terras. Se as terras estivessem localizadas em faixa de fronteira, haveria participação obrigatória de um representante da Secretaria-Geral do Conselho de Segurança Nacional.
+
==Sistemáticas anteriores==
 
+
A sistemática de demarcação das Terras Indígenas no Brasil tem sofrido várias modificações ao longo dos últimos anos. Veja abaixo o resumo de sistemáticas de demarcação desde 1976 até janeiro de 1996, quando a atual foi instituída pelo <htmltag href="http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D1775.htm" tagname="a" target="_blank">decreto 1.775</htmltag>.
Com base nos trabalhos da equipe técnica, a Funai apresentava uma proposta de demarcação a um GT Interministerial, que dava parecer conclusivo sobre a mesma, submetendo-a aos ministros do Interior, da Reforma e do Desenvolvimento Agrário e ao secretário-geral do Conselho de Segurança Nacional, quando se tratasse de área de fronteira. Na prática, porém, o secretário do Conselho de Segurança passou a decidir sobre todos os casos.
 
 
 
Os ministros, em aprovando o parecer, baixavam portaria interministerial declarando a área como de ocupação indígena e descrevendo os seus limites. A demarcação física era realizada pela FUNAI e, em seguida, o processo era submetido à homologação do presidente da República. Por fim, providenciava-se o registro das terras em cartório e no SPU.
 
</div>
 
<div class="box">
 
<h3>Decreto 22, de 04/02/1991</h3>
 
 
 
A FUNAI criava um GT de técnicos, coordenado por antropólogo, para proceder ao levantamento preliminar dos limites da TI em questão – facultada a participação do povo indígena interessado – e elaborar relatório caracterizando a área a ser demarcada. Uma vez aprovado pelo presidente da Funai e publicado no Diário Oficial da União (DOU), o processo era encaminhado ao ministro da Justiça, o qual poderia solicitar informações adicionais a órgãos públicos. Uma vez aprovado, o ministro declarava a terra em questão como de posse indígena permanente, através de portaria publicada no DOU. Caso não aprovasse, o ministro deveria reexaminar o caso em 30 dias.
 
 
 
Na seqüência, a Funai, com base nos limites declarados na portaria do ministro, poderia proceder a demarcação física da terra e, nos casos necessários, o Incra deveria reassentar ocupantes não-indígenas. Concluída a demarcação, o processo era submetido à homologação do presidente da República, através de decreto publicado no DOU, seguindo-se os registros nos cartórios imobiliários das comarcas correspondentes e no SPU.
 
</div>
 
 
 
== Situação jurídica das TIs no Brasil hoje ==
 
Veja abaixo o quadro-resumo da situação jurídica das <htmltag tagname="a" target="_self" href="http://pib.socioambiental.org/pt/c/terras-indigenas/introducao/o-que-sao-terras-indigenas">Terras Indígenas</htmltag> (TIs) no Brasil e, mais abaixo, um recorte específico para a situação das TIs na Amazônia Legal.
 
 
 
Para facilitar a compreensão dividimos em quatro as várias <htmltag tagname="a" target="_self" href="http://pib.socioambiental.org/pt/c/terras-indigenas/demarcacoes/como-e-feita-a-demarcacao-hoje">etapas do processo de reconhecimento oficial das TIs</htmltag>. Cada linha corresponde a uma situação nesse processo.
 
 
 
'''Última atualização em {{#$smarty.now|date_format:'%d/%m/%Y':}}.'''
 
<h3>Situação das TIs no Brasil  <span class="Apple-style-span" style="font-size: 10px;">(clique na situação jurídica para ver todas as TIs nessa situação)</span></h3>
 
 
 
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<h3>Situação das TIs na Amazônia Legal <span class="Apple-style-span" style="font-size: 10px;">(clique na situação jurídica para ver todas as TIs nessa situação)</span></h3>
 
 
 
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<table class="table table-hover table-responsive">
 
<caption>Terras Identificadas, aprovadas pelo presidente da Funai  sujeitas a contestações (última atualização em 05/04/2017)</caption>
 
        <tr>
 
            <th>Nº</th>
 
            <th>Nome da Terra</th>
 
            <th>Povo</th>
 
            <th>UF</th>
 
            <th>Extensão (há)</th>
 
            <th>Data (DOU)</th>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>1.</td>
 
            <td>Tremembé de Almofala</td>
 
            <td>Tremembé</td>
 
            <td>CE</td>
 
            <td>4900</td>
 
            <td>27/07/1993</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>2.</td>
 
            <td>Barra Velha do Monte Pascoal</td>
 
            <td>Pataxó</td>
 
            <td>BA</td>
 
            <td>52748</td>
 
            <td>29/02/2008</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>3.</td>
 
            <td>Tupinambá de Olivença</td>
 
            <td>Tupinambá</td>
 
            <td>BA</td>
 
            <td>47376</td>
 
            <td>20/04/2009</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>4.</td>
 
            <td>Tumbalalá</td>
 
            <td>Tumbalalá</td>
 
            <td>BA</td>
 
            <td>44978</td>
 
            <td>02/06/2009</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>5.</td>
 
            <td>Votouro Kandoia</td>
 
            <td>Kaingang</td>
 
            <td>RS</td>
 
            <td>5977</td>
 
            <td>08/12/2009</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>6.</td>
 
            <td>Paukalirajausu</td>
 
            <td>Nambikwara-Sararé</td>
 
            <td>MT</td>
 
            <td>8400</td>
 
            <td>05/10/2010</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>7.</td>
 
            <td>Apiaká do Pontal</td>
 
            <td>Apiaká e Munduruku</td>
 
            <td>PA</td>
 
            <td>982324</td>
 
            <td>20/04/2011</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>8.</td>
 
            <td>Maró</td>
 
            <td>Arapiuns e Borari</td>
 
            <td> </td>
 
            <td>42373</td>
 
            <td>10/10/2011</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>9.</td>
 
            <td>Panambi-Lagoa Rica</td>
 
            <td>Kaiowá</td>
 
            <td>MS</td>
 
            <td>12196</td>
 
            <td>12/12/2011</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>10.</td>
 
            <td>´Wedezé</td>
 
            <td>Xavante</td>
 
            <td>MT</td>
 
            <td>145881</td>
 
            <td>26/12/2011</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>11.</td>
 
            <td>Tuwa Apekuokawera</td>
 
            <td>Aikewara (Surui)</td>
 
            <td>PA</td>
 
            <td>11764</td>
 
            <td>25/01/2012</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>12.</td>
 
            <td>Menku (área ampliada da Myky)</td>
 
            <td>Menku</td>
 
            <td>MT</td>
 
            <td>146398</td>
 
            <td>19/04/2012</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>13.</td>
 
            <td>Wassu Cocal</td>
 
            <td>Wassu</td>
 
            <td>AL</td>
 
            <td>9098</td>
 
            <td>13/07/2012</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>14.</td>
 
            <td>Vista Alegre</td>
 
            <td>Mura</td>
 
            <td>AM</td>
 
            <td>13206</td>
 
            <td>01/08/2012</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>15.</td>
 
            <td>Kanela/Memortumré</td>
 
            <td>KanelaRamkokamekra,</td>
 
            <td>MA</td>
 
            <td>100221</td>
 
            <td>29/08/2012</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>16.</td>
 
            <td>Jauary</td>
 
            <td>Mura</td>
 
            <td>AM</td>
 
            <td>24831</td>
 
            <td>10/10/2012</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>17.</td>
 
            <td>Iguatemipeguá I</td>
 
            <td>Guarani Kaiowá</td>
 
            <td>MS</td>
 
            <td>41571</td>
 
            <td>08/01/2013</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>18.</td>
 
            <td>Kaxixó</td>
 
            <td>Kaxixó</td>
 
            <td>MG</td>
 
            <td>5411</td>
 
            <td>26/03/20013</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>19.</td>
 
            <td>Boa Vista do Sertão Pro-Mirim</td>
 
            <td>Guarani Mbyá</td>
 
            <td>SP</td>
 
            <td>5420</td>
 
            <td>23/04/2013</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>20.</td>
 
            <td>Tupinambá de Belmonte</td>
 
            <td>Tupinambá</td>
 
            <td>BA</td>
 
            <td>9521</td>
 
            <td>23/04/2013</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>21.</td>
 
            <td>Tapeba</td>
 
            <td>Tapeba</td>
 
            <td>CE</td>
 
            <td>5838</td>
 
            <td>27/08/2013</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>22.</td>
 
            <td>Herareka Xetá</td>
 
            <td>Xetá</td>
 
            <td>PR</td>
 
            <td>2686</td>
 
            <td>01/072014</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>23.</td>
 
            <td>Xakriabá (ampliação)</td>
 
            <td>Xakriabá</td>
 
            <td>MG</td>
 
            <td>43357</td>
 
            <td>06/10/2014</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>24.</td>
 
            <td>Comexatiba</td>
 
            <td>Pataxó</td>
 
            <td>BA</td>
 
            <td>28077</td>
 
            <td>27/07/2015</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>25.</td>
 
            <td>Cobra Grande</td>
 
            <td>Arapiuns, Jaraqui e Tapajó</td>
 
            <td>PA</td>
 
            <td>8906</td>
 
            <td>29/09/2015</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>26.</td>
 
            <td>Kaxuyana-Tunayana</td>
 
            <td>Kaxuyana, Tunayana etc</td>
 
            <td>AM/PA</td>
 
            <td>2184120</td>
 
            <td>20/10/2015</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>27.</td>
 
            <td>Jurubaxi-Téa</td>
 
            <td>Baré,Tukano, Baniwa etc</td>
 
            <td>AM</td>
 
            <td>1208155</td>
 
            <td>19/04/2016</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>28.</td>
 
            <td>Sawré/Muybu</td>
 
            <td>Munduruku</td>
 
            <td>PA</td>
 
            <td>178173</td>
 
            <td>19/04/2016</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>29.</td>
 
            <td>Sambaqui</td>
 
            <td>Guarani Mbyá</td>
 
            <td>PR</td>
 
            <td>2795</td>
 
            <td>19/04/2016</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>30.</td>
 
            <td>Ypoi-Triunfo</td>
 
            <td>Guarani Ñandeva</td>
 
            <td>MS</td>
 
            <td>19756</td>
 
            <td>19/04/2016</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>31.</td>
 
            <td>Mato Castelhano-FÁg TY KA</td>
 
            <td>Kaingang</td>
 
            <td>RS</td>
 
            <td>3567</td>
 
            <td>11/05/2016</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>32.</td>
 
            <td>Pakurity</td>
 
            <td>Guarani Mbyá</td>
 
            <td>SP</td>
 
            <td>5750</td>
 
            <td>12/05/2016</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>33.</td>
 
            <td>Peguaoty</td>
 
            <td>Guarani MByá</td>
 
            <td>SP</td>
 
            <td>6230</td>
 
            <td>12/05/2016</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>34.</td>
 
            <td>Cerco Grande</td>
 
            <td>Guarani Mbyá</td>
 
            <td>PR</td>
 
            <td>1390</td>
 
            <td>12/05/2016</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>35.</td>
 
            <td>Dourados Amambaipeguá I</td>
 
            <td>Guarani Kayowá e Ñandeva</td>
 
            <td>MS</td>
 
            <td>55600</td>
 
            <td>13/05/2016</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>36.</td>
 
            <td>Djaiko-aty</td>
 
            <td>G.Mbyá e Nandeva</td>
 
            <td>SP</td>
 
            <td>1216</td>
 
            <td>24/08/2016</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>37.</td>
 
            <td>Ka´aguy Mirim</td>
 
            <td>Guarani Mbyá</td>
 
            <td>SP</td>
 
            <td>1190</td>
 
            <td>24/08/2016</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>38.</td>
 
            <td>Ambá Porã</td>
 
            <td>Guarani Mbyá</td>
 
            <td>SP</td>
 
            <td>7204</td>
 
            <td>24/08/2016</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>39.</td>
 
            <td>Pindoty/Araçá-Mirim</td>
 
            <td>Guarani Mbya</td>
 
            <td>SP</td>
 
            <td>1030</td>
 
            <td>27/01/2017</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>40.</td>
 
            <td>Tekohá Jevy</td>
 
            <td>Guarani Mbya e Nandeva</td>
 
            <td>SP</td>
 
            <td>2370</td>
 
            <td>24/04/2017</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>41.</td>
 
            <td>Pipipã</td>
 
            <td>Pipipã</td>
 
            <td>PE</td>
 
            <td>63322</td>
 
            <td>25/04/2017</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>42.</td>
 
            <td>Guaviraty</td>
 
            <td>Guarani Mbyá</td>
 
            <td>SP</td>
 
            <td>1248</td>
 
            <td>25/04/2017</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>43.</td>
 
            <td>Tapy'i/Rio Branquinho</td>
 
            <td>Guarani Mbyá</td>
 
            <td>SP</td>
 
            <td>1154</td>
 
            <td>25/04/2017</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>44.</td>
 
            <td>Ka´aguy Hovy</td>
 
            <td>Guarani Mbyá</td>
 
            <td>SP</td>
 
            <td>1950</td>
 
            <td>25/04/2017</td>
 
        </tr>
 
   
 
</table>
 
 
 
== Demarcações nos últimos sete governos ==
 
Abaixo, tabela com o reconhecimento de <htmltag tagname="a" target="_self" href="http://pib.socioambiental.org/pt/c/terras-indigenas/introducao/o-que-sao-terras-indigenas">Terras Indígenas</htmltag> (TI) no Brasil, nos governos dos presidentes José Sarney, Fernando Collor, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, Luis Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Michel Temer.
 
<small>[Última atualização em 11 de Setembro de 2017. Desde então não houve novos decretos e portarias.]</small>
 
 
 
<table class="table table-hover table-responsive">
 
    <caption>Demarcações - Brasil</caption>
 
        <tr>
 
            <th> </th>
 
            <th colspan="2">TIs Declaradas</th>
 
            <th colspan="2">TIs Homologadas*</th>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <th>Presidente [período]</th>
 
            <th>Nº**</th>
 
            <th>Extensão (Ha)**</th>
 
            <th>Nº**</th>
 
            <th>Extensão (Ha)**</th>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>Michel Temer [mai 2016 a set 2017]</td>
 
            <td style="text-align: right;">2</td>
 
            <td style="text-align: right;">1.213.449</td>
 
            <td style="text-align: right;"> </td>
 
            <td style="text-align: right;"> </td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>Dilma Rousseff [jan 2015 a mai 2016]</td>
 
            <td style="text-align: right;">15</td>
 
            <td style="text-align: right;">932.665</td>
 
            <td style="text-align: right;">10</td>
 
            <td style="text-align: right;">1.243.549</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>Dilma Rousseff [jan 2011 a dez 2014]</td>
 
            <td style="text-align: right;">11</td>
 
            <td style="text-align: right;">1.096.007</td>
 
            <td style="text-align: right;">11</td>
 
            <td style="text-align: right;">2.025.406</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>Luiz Inácio Lula da Silva [jan 2007 a dez 2010]</td>
 
            <td style="text-align: right;">51</td>
 
            <td style="text-align: right;">3.008.845</td>
 
            <td style="text-align: right;">21</td>
 
            <td style="text-align: right;">7.726.053</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>Luiz Inácio Lula da Silva [jan 2003 a dez 2006]</td>
 
            <td style="text-align: right;">30</td>
 
            <td style="text-align: right;">10.282.816</td>
 
            <td style="text-align: right;">66</td>
 
            <td style="text-align: right;">11.059.713</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>Fernando Henrique Cardoso [jan 1999 a dez 2002]</td>
 
            <td style="text-align: right;">60</td>
 
            <td style="text-align: right;">9.033.678</td>
 
            <td style="text-align: right;">31</td>
 
            <td style="text-align: right;">9.699.936</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>Fernando Henrique Cardoso [jan 1995 a dez 1998]</td>
 
            <td style="text-align: right;">58</td>
 
            <td style="text-align: right;">26.922.172</td>
 
            <td style="text-align: right;">114</td>
 
            <td style="text-align: right;">31.526.966</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>Itamar Franco [out 92 | dez 94]</td>
 
            <td style="text-align: right;">39</td>
 
            <td style="text-align: right;">7.241.711</td>
 
            <td style="text-align: right;">16</td>
 
            <td style="text-align: right;">5.432.437</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>Fernando Collor [mar 90 | set 92]</td>
 
            <td style="text-align: right;">58</td>
 
            <td style="text-align: right;">25.794.263</td>
 
            <td style="text-align: right;">112</td>
 
            <td style="text-align: right;">26.405.219</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>José Sarney [abr 85 | mar 90]</td>
 
            <td style="text-align: right;">39</td>
 
            <td style="text-align: right;">9.786.170</td>
 
            <td style="text-align: right;">67</td>
 
            <td style="text-align: right;">14.370.486</td>
 
        </tr>   
 
</table>
 
 
 
<table class="table table-hover table-responsive">
 
    <caption>Demarcações - Amazônia legal</caption>
 
        <tr>
 
            <th> </th>
 
            <th colspan="2">TIs Declaradas</th>
 
            <th colspan="2">TIs Homologadas</th>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <th>Presidente [período]</th>
 
            <th>nº**</th>
 
            <th>Extensão (ha)</th>
 
            <th>nº**</th>
 
            <th>Extensão (ha)</th>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>Michel Temer [mai 2016 a set 2017]</td>
 
            <td style="text-align: right;">1</td>
 
            <td style="text-align: right;">1.208.155</td>
 
            <td style="text-align: right;"> </td>
 
            <td style="text-align: right;"> </td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>Dilma Rousseff [jan 2015 a mai 2016]</td>
 
            <td style="text-align: right;">10</td>
 
            <td style="text-align: right;">878.462</td>
 
            <td style="text-align: right;">9</td>
 
            <td style="text-align: right;">1.240.776</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>Dilma Rousseff [jan 2011 a dez 2014]</td>
 
            <td style="text-align: right;">5</td>
 
            <td style="text-align: right;">964.170</td>
 
            <td style="text-align: right;">11</td>
 
            <td style="text-align: right;">2.025.406</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>Luiz Inácio Lula da Silva [jan 2007 a dez 2010]</td>
 
            <td style="text-align: right;">26</td>
 
            <td style="text-align: right;">1.821.205</td>
 
            <td style="text-align: right;">13</td>
 
            <td style="text-align: right;">7.690.239</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>Luiz Inácio Lula da Silva [jan 2003 a dez 2006]</td>
 
            <td style="text-align: right;">20</td>
 
            <td style="text-align: right;">7.917.596</td>
 
            <td style="text-align: right;">52</td>
 
            <td style="text-align: right;">10.988.935</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>Fernando Henrique Cardoso [jan 1999 a dez 2002]</td>
 
            <td style="text-align: right;">47</td>
 
            <td style="text-align: right;">15.767.121</td>
 
            <td style="text-align: right;">18</td>
 
            <td style="text-align: right;">9.642.668</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>Fernando Henrique Cardoso [jan 1995 a dez 1998]</td>
 
            <td style="text-align: right;">32</td>
 
            <td style="text-align: right;">17.138.447</td>
 
            <td style="text-align: right;">81</td>
 
            <td style="text-align: right;">30.709.327</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>Itamar Franco [out 92 | dez 94]</td>
 
            <td style="text-align: right;">23</td>
 
            <td style="text-align: right;">6.518.162</td>
 
            <td style="text-align: right;">10</td>
 
            <td style="text-align: right;">5.499.776</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>Fernando Collor [mar 90 | set 92]</td>
 
            <td style="text-align: right;">35</td>
 
            <td style="text-align: right;">23.390.618</td>
 
            <td style="text-align: right;">74</td>
 
            <td style="text-align: right;">25.795.019</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>José Sarney [abr 85 | mar 90]</td>
 
            <td style="text-align: right;">34</td>
 
            <td style="text-align: right;">11.009.449</td>
 
            <td style="text-align: right;">21</td>
 
            <td style="text-align: right;">9.452.807</td>
 
        </tr>
 
</table>
 
'''*''' Inclui nove (9) terras Reservadas por decreto: um (1) no governo Sarney, três (3) no governo Collor , um (1) no primeiro Mandato de Lula e dois (2) no segundo mandato de Lula.
 
'''**''' As colunas "Número de terras" e "Extensão" não devem ser somadas, pois várias terras indígenas homologadas em um governo foram redefinidas e novamente homologadas.
 
(Por exemplo, a TI Baú que já havia sido declarada no governo FHC com 1.850.000 hectares, e no governo Lula foi reduzida para 1.543.460 hectares. Também a TI Raposa Serra do Sol, que já tinha sido declarada em 1998 no gov. FHC , foi posteriormente declarada por Lula, com a mesma extensão. Nesses casos a extensão foi contabilizada duas vezes, o que impede a simples somatória dos campos)
 
 
 
== Localização e extensão das TIs ==
 
O Brasil tem uma extensão territorial de 851.196.500 hectares, ou seja, 8.511.965 km2. As <htmltag tagname="a" href="http://pib.socioambiental.org/pt/c/terras-indigenas/introducao/o-que-sao-terras-indigenas">terras indígenas (TIs)</htmltag> somam {{#total_area_ti total=1:}} áreas, ocupando uma extensão total de {{#total_area_ti extensao=1 ha=1:}} hectares (  {{#total_area_ti extensao=1 km=1:}} km<sup>2</sup>). Assim, {{#total_area_ti perc=1:}}% das terras do país são reservados aos povos indígenas.
 
 
 
A maior parte das TIs concentra-se na Amazônia Legal: são 419 áreas, 115.342.101 hectares, representando 23% do território amazônico e 98.33% da extensão de todas as TIs do país. O restante, 1.67% , espalha-se pelas regiões Nordeste, Sudeste, Sul e estados de Mato Grosso do Sul e Goiás.
 
<div class="g2image_centered"><htmltag tagname="a" rel="lightbox[g2image]" title="Terras Indígenas no Brasil. Instituto Socioambiental, 2015." href="http://img.socioambiental.org/d/922082-1/mapa_TI_brasil_2015_A4_2.jpg"><htmltag tagname="img" width="700" height="700" alt="mapa_TI_brasil_2015_A4_2" title="Terras Indígenas no Brasil. Instituto Socioambiental, 2015." src="http://img.socioambiental.org/d/922083-4/mapa_TI_brasil_2015_A4_2.jpg?g2_GALLERYSID=TMP_SESSION_ID_DI_NOISSES_PMT" /></htmltag></div>
 
 
 
Essa situação de flagrante contraste pode ser explicada pelo fato de a colonização do Brasil ter sido iniciada pelo litoral, o que levou a embates diretos contra as populações indígenas que aí viviam, causando enorme depopulação e desocupação das terras, que hoje estão em mãos da propriedade privada. Aos índios restaram terras diminutas, conquistadas a duras penas. Por exemplo, em São Paulo, a terra Guarani Aldeia Jaraguá tem apenas dois hectares de extensão, o que impossibilita que vivam da terra.
 
 
 
Há vozes dissonantes em relação ao tamanho das TIs na Amazônia, alegando que haveria "muita terra para poucos índios". Esses críticos se esquecem de que os índios têm que tirar todo seu sustento da terra. Muitas vezes, as TIs têm grandes partes não agricultáveis, e sofrem ou sofreram diversos tipos de impactos
 
 
 
 
 
 
 
<div class="box-right">
 
<h3>Veja também</h3>
 
 
 
<htmltag tagname="a" target="_self" href="http://pib.socioambiental.org/pt/c/0/1/2/situacao-juridica-das-tis-hoje">Situação Jurídica das TIs Hoje</htmltag>
 
 
 
<htmltag tagname="a" target="_blank" href="http://ti.socioambiental.org">De Olho nas Terras Indígenas no Brasil</htmltag> - mapas, dados, notícias e mais
 
<h3>Outras leituras</h3>
 
 
 
<htmltag tagname="a" target="_blank" href="/files/file/PIB_institucional/dgallois-1.pdf">''Terras ocupadas? Territórios? Territorialidades?''</htmltag>, por Dominique Tilkin Gallois,  antropóloga, docente do Departamento de Antropologia Social da FFLCH-USP e coordenadora do NHII-USP (Núcleo de História Indígena e do Indigenismo)
 
</div>
 
<table class="tablesorter">
 
    <caption>Terras Indígenas por Estado na Amazônia Legal*
 
    (em 22/10/ 2014)</caption>
 
    <thead>
 
        <tr>
 
            <th class="header">UF</th>
 
            <th class="header">área da UF</th>
 
            <th class="header">Terra indígena</th>
 
            <th class="header">% sobre a UF</th>
 
        </tr>
 
    </thead>
 
   
 
        <tr>
 
            <td>Acre</td>
 
            <td>16.491.871</td>
 
            <td>2.459.834</td>
 
            <td>14,92%</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>Amapá</td>
 
            <td>14.781.700</td>
 
            <td>1.191.343</td>
 
            <td>8,06%</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>Amazonas</td>
 
            <td>158.478.203</td>
 
            <td>45.232.159</td>
 
            <td>28,54%</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>Maranhão**</td>
 
            <td>26.468.894</td>
 
            <td>2.285.329</td>
 
            <td>8,63%</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>Mato Grosso</td>
 
            <td>90.677.065</td>
 
            <td>15.022.842</td>
 
            <td>16,57%</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>Pará</td>
 
            <td>125.328.651</td>
 
            <td>28.687.362</td>
 
            <td>22,89%</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>Rondônia</td>
 
            <td>23.855.693</td>
 
            <td>5.022.789</td>
 
            <td>21,05%</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>Roraima</td>
 
            <td>22.445.068</td>
 
            <td>10.370.676</td>
 
            <td>46,20%</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>Tocantins</td>
 
            <td>27.842.280</td>
 
            <td>2.597.580</td>
 
            <td>9,33%</td>
 
        </tr>
 
        <tr>
 
            <td>Total</td>
 
            <td>506.369.425</td>
 
            <td>112.869.914</td>
 
            <td>22,29%</td>
 
        </tr>
 
   
 
</table>
 
  
 
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;Decreto 22, de 04/02/1991
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:A FUNAI criava um GT de técnicos, coordenado por antropólogo, para proceder ao levantamento preliminar dos limites da TI em questão – facultada a participação do povo indígena interessado – e elaborar relatório caracterizando a área a ser demarcada. Uma vez aprovado pelo presidente da Funai e publicado no Diário Oficial da União (DOU), o processo era encaminhado ao ministro da Justiça, o qual poderia solicitar informações adicionais a órgãos públicos. Uma vez aprovado, o ministro declarava a terra em questão como de posse indígena permanente, através de portaria publicada no DOU. Caso não aprovasse, o ministro deveria reexaminar o caso em 30 dias.
 +
:Na seqüência, a Funai, com base nos limites declarados na portaria do ministro, poderia proceder a demarcação física da terra e, nos casos necessários, o Incra deveria reassentar ocupantes não-indígenas. Concluída a demarcação, o processo era submetido à homologação do presidente da República, através de decreto publicado no DOU, seguindo-se os registros nos cartórios imobiliários das comarcas correspondentes e no SPU.
  
Nota: * áreas calculadas pelo SIG/ISA, utilizando os limites das TIs lançados sobre a base 1:250.000 e os limites de Estado do IBGE/Sivam na escala 1:250.000
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;Decreto 94.945 de 23/09/1987
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:Havia aqui participação de representantes dos órgãos fundiários federal e estadual, bem como de outros órgãos que a Funai julgasse conveniente, na equipe técnica do órgão indigenista, que promovia a identificação preliminar dos limites das terras. Se as terras estivessem localizadas em faixa de fronteira, haveria participação obrigatória de um representante da Secretaria-Geral do Conselho de Segurança Nacional.
 +
:Com base nos trabalhos da equipe técnica, a Funai apresentava uma proposta de demarcação a um GT Interministerial, que dava parecer conclusivo sobre a mesma, submetendo-a aos ministros do Interior, da Reforma e do Desenvolvimento Agrário e ao secretário-geral do Conselho de Segurança Nacional, quando se tratasse de área de fronteira. Na prática, porém, o secretário do Conselho de Segurança passou a decidir sobre todos os casos.
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:Os ministros, em aprovando o parecer, baixavam portaria interministerial declarando a área como de ocupação indígena e descrevendo os seus limites. A demarcação física era realizada pela FUNAI e, em seguida, o processo era submetido à homologação do presidente da República. Por fim, providenciava-se o registro das terras em cartório e no SPU.
  
 
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;Decreto 88.118 de 23/02/1983
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:A equipe técnica da Funai fazia a identificação preliminar da área, que resultava numa proposta do órgão indigenista para um Grupo de Trabalho (GT), composto por ministérios e outros órgãos federais ou estaduais, quando conveniente. O GT emitia parecer conclusivo, encaminhando o assunto à decisão dos ministros do Interior e Extraordinário para Assuntos Fundiários.
 +
:Se aprovado pelos ministros, o processo era levado ao presidente da República, acompanhado de minuta de decreto, que homologaria o procedimento e descreveria os limites da área indígena reconhecida. A demarcação física seria então feita com base no decreto e, depois disso, levada a registro em cartório e no SPU.
 +
:Na prática, no entanto, havia dois decretos presidenciais: no primeiro deles, o presidente apenas delimitava a área a ser demarcada. Depois da demarcação física, o processo retornava às suas mãos para homologação por meio de um novo decreto. Ao final, promovia-se o registro.
  
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;Decreto 76.999, de 08/01/1976
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:O presidente da Funai nomeava um antropólogo e um engenheiro ou agrimensor, que faziam relatório contendo a identificação prévia dos limites da área. O relatório era aprovado pelo presidente da Funai – embora a legislação não especifique, este ato se consubstanciava numa portaria. Com base nele, promovia-se a demarcação física da área em questão.
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:Depois de demarcada, o processo era submetido ao presidente da República para homologação. As terras eram então levadas a registro em cartório e no SPU (Serviço de Patrimônio da União).
  
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[[Categoria:Terras Indígenas]]
 
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Edição atual tal como às 11h24min de 10 de janeiro de 2024

Demarcações

Foto: diversos autores, veja aqui

A demarcação de uma Terra Indígena tem por objetivo garantir o direito indígena à terra. Ela deve estabelecer a real extensão da posse indígena, assegurando a proteção dos limites demarcados e impedindo a ocupação por terceiros.

Desde a aprovação do Estatuto do Índio, em 1973, esse reconhecimento formal passou a obedecer a um procedimento administrativo, previsto no artigo 19 daquela lei. Tal procedimento, que estipula as etapas do longo  processo de demarcação, é regulado por decreto do Executivo e, no decorrer dos anos, sofreu seguidas modificações. A última modificação importante ocorreu com o decreto 1.775, de janeiro de 1996.

Como é feita a demarcação hoje?

1º passo - Estudos de identificação

Primeiramente, a Funai nomeia um antropólogo com qualificação reconhecida para elaborar estudo antropológico de identificação da TI em questão, em prazo determinado.

O estudo do antropólogo fundamenta o trabalho do grupo técnico especializado, que realizará estudos complementares de natureza etnohistórica, sociológica, jurídica, cartográfica e ambiental, além do levantamento fundiário, com vistas à delimitação da TI. O grupo deverá ser coordenado por um antropólogo e composto preferencialmente por técnicos do quadro funcional do órgão indigenista. Ao final, o Grupo apresentará relatório circunstanciado à Funai, do qual deverão constar elementos e dados específicos listados na Portaria nº 14, de 09/01/96, bem como a caracterização da TI a ser demarcada.

2º passo - Aprovação da Funai

O relatório tem que ser aprovado pelo Presidente da Funai, que, no prazo de 15 dias, fará com que seja publicado o seu resumo no DOU (Diário Oficial da União) e no Diário Oficial da unidade federada correspondente. A publicação deve ainda ser afixada na sede da Prefeitura local.

3º passo - Contestações

A contar do início do procedimento até 90 dias após a publicação do relatório no DOU, todo interessado, inclusive estados e municípios, poderá manifestar-se, apresentando ao órgão indigenista suas razões, acompanhadas de todas as provas pertinentes, com o fim de pleitear indenização ou demonstrar vícios existentes no relatório.

A Funai tem, então, 60 dias, após os 90 mencionados no parágrafo anterior, para elaborar pareceres sobre as razões de todos os interessados e encaminhar o procedimento ao Ministro da Justiça.

4º passo - Declarações dos limites da TI

O Ministro da Justiça terá 30 dias para: (a) expedir portaria, declarando os limites da área e determinando a sua demarcação física; ou (b) prescrever diligências a serem cumpridas em mais 90 dias; ou ainda, (c) desaprovar a identificação, publicando decisão fundamentada no parágrafo 1º. do artigo 231 da Constituição.

5º passo - Demarcação física

Declarados os limites da área, a Funai promove a sua demarcação física, enquanto o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), em caráter prioritário, procederá ao reassentamento de eventuais ocupantes não indígenas.

6º passo - Homologação

O procedimento de demarcação deve, por fim, ser submetido ao Presidente da República para homologação por decreto.

7º passo - Registro

A terra demarcada e homologada será registrada, em até 30 dias após a homologação, no cartório de imóveis da comarca correspondente e na SPU (Secretaria de Patrimônio da União).

Contato direto

Sistemáticas anteriores

A sistemática de demarcação das Terras Indígenas no Brasil tem sofrido várias modificações ao longo dos últimos anos. Veja abaixo o resumo de sistemáticas de demarcação desde 1976 até janeiro de 1996, quando a atual foi instituída pelo decreto 1.775.

Decreto 22, de 04/02/1991
A FUNAI criava um GT de técnicos, coordenado por antropólogo, para proceder ao levantamento preliminar dos limites da TI em questão – facultada a participação do povo indígena interessado – e elaborar relatório caracterizando a área a ser demarcada. Uma vez aprovado pelo presidente da Funai e publicado no Diário Oficial da União (DOU), o processo era encaminhado ao ministro da Justiça, o qual poderia solicitar informações adicionais a órgãos públicos. Uma vez aprovado, o ministro declarava a terra em questão como de posse indígena permanente, através de portaria publicada no DOU. Caso não aprovasse, o ministro deveria reexaminar o caso em 30 dias.
Na seqüência, a Funai, com base nos limites declarados na portaria do ministro, poderia proceder a demarcação física da terra e, nos casos necessários, o Incra deveria reassentar ocupantes não-indígenas. Concluída a demarcação, o processo era submetido à homologação do presidente da República, através de decreto publicado no DOU, seguindo-se os registros nos cartórios imobiliários das comarcas correspondentes e no SPU.
Decreto 94.945 de 23/09/1987
Havia aqui participação de representantes dos órgãos fundiários federal e estadual, bem como de outros órgãos que a Funai julgasse conveniente, na equipe técnica do órgão indigenista, que promovia a identificação preliminar dos limites das terras. Se as terras estivessem localizadas em faixa de fronteira, haveria participação obrigatória de um representante da Secretaria-Geral do Conselho de Segurança Nacional.
Com base nos trabalhos da equipe técnica, a Funai apresentava uma proposta de demarcação a um GT Interministerial, que dava parecer conclusivo sobre a mesma, submetendo-a aos ministros do Interior, da Reforma e do Desenvolvimento Agrário e ao secretário-geral do Conselho de Segurança Nacional, quando se tratasse de área de fronteira. Na prática, porém, o secretário do Conselho de Segurança passou a decidir sobre todos os casos.
Os ministros, em aprovando o parecer, baixavam portaria interministerial declarando a área como de ocupação indígena e descrevendo os seus limites. A demarcação física era realizada pela FUNAI e, em seguida, o processo era submetido à homologação do presidente da República. Por fim, providenciava-se o registro das terras em cartório e no SPU.
Decreto 88.118 de 23/02/1983
A equipe técnica da Funai fazia a identificação preliminar da área, que resultava numa proposta do órgão indigenista para um Grupo de Trabalho (GT), composto por ministérios e outros órgãos federais ou estaduais, quando conveniente. O GT emitia parecer conclusivo, encaminhando o assunto à decisão dos ministros do Interior e Extraordinário para Assuntos Fundiários.
Se aprovado pelos ministros, o processo era levado ao presidente da República, acompanhado de minuta de decreto, que homologaria o procedimento e descreveria os limites da área indígena reconhecida. A demarcação física seria então feita com base no decreto e, depois disso, levada a registro em cartório e no SPU.
Na prática, no entanto, havia dois decretos presidenciais: no primeiro deles, o presidente apenas delimitava a área a ser demarcada. Depois da demarcação física, o processo retornava às suas mãos para homologação por meio de um novo decreto. Ao final, promovia-se o registro.
Decreto 76.999, de 08/01/1976
O presidente da Funai nomeava um antropólogo e um engenheiro ou agrimensor, que faziam relatório contendo a identificação prévia dos limites da área. O relatório era aprovado pelo presidente da Funai – embora a legislação não especifique, este ato se consubstanciava numa portaria. Com base nele, promovia-se a demarcação física da área em questão.
Depois de demarcada, o processo era submetido ao presidente da República para homologação. As terras eram então levadas a registro em cartório e no SPU (Serviço de Patrimônio da União).