Uru-Eu-Wau-Wau
- Autodenominação
- Jupaú
- Onde estão Quantos são
- RO 127 (Siasi/Sesai, 2020)
- Família linguística
- Tupi-Guarani
Os Uru-eu-wau-wau, como eram conhecidos os Jupaú, apareceram com frequência na mídia a partir do inicio da década de 1970, quando o avanço da frente expansionista sobre suas terras e os conflitos causados pelas invasões ganharam a atenção dos grandes jornais. A partir de 1980 foram iniciadas as frentes de contato da Funai, para atração e pacificação, mas os conflitos continuaram acontecendo pelo menos até 1985.
Identificação e demografia
Os Uru-Eu-Wau-Wau se autodenominam Jupaú e vivem na Terra Indígena Uru-eu-wau-wau, onde vivem também os Amondawa, os Oro Win (que pertencem à família linguística Txapakura), além de três grupos isolados: Yvyraparakwara, Jururey e um cujo nome é desconhecido. Encontramse distribuídos em 6 aldeias (Limão, Alto Jamari, Linha 621, Linha 623, Aldeia nova e Alto Jaru), nos limites da Terra Indígena, por questões de proteção e vigilância.
Os Jupaú traduzem sua autodenominação como "os que usam jenipapo". Muitos foram os nomes atribuídos aos Uru-Eu-Wau-Wau. As denominações Bocas Negras, Bocas-Pretas, Cautários, Sotérios e Cabeça Vermelha, são encontradas na historiografia e estão relacionadas ao espaço geográfico ou a semelhanças culturais e linguísticas dos Jupaú e Amondawa, ou a grupos Kawahib em geral.
Após o contato, no início dos anos 80, ocorreu um decréscimo populacional significativo nesses grupos da região. A população passou de 250, em 1981, para 89 em 1993, particularmente entre o povo Jupaú. Cerca de 2/3 foram eliminados em razão de conflitos e das sucessivas doenças que assolavam as aldeias, principalmente as infecto-respiratórias. Nos anos seguintes a 1993 houve uma pequena retomada no crescimento populacional, em parte pela demarcação, fiscalização e vigilância da TI.
As seis aldeias habitadas pelos Jupaú tinham, em 2015, um contingente populacional de 85 pessoas. Na Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau há ainda quatro aldeias habitadas pelos Oro Win, uma dos Amondawa – a aldeia Trincheira – , além de duas barreiras da Fundação Nacional do Índio: Bananeira, da Frente Etnoambiental Uru-Eu-Wau-Wau, e Floresta, que foi abandonada pelo órgão.
Localização
Tendo sido declarada de posse permanente dos índios em 1985 e revogada em 1990 pelo presidente José Sarney, a Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau foi novamente homologada por decreto do então presidente Collor em 1991. A área tem a extensão de 1.867.117 ha. e encontra-se sobreposta ao Parque Nacional de Pacaás Novos, criado em 1979.
A TI Uru-Eu-Wau-Wau é administrada pela Fundação Nacional do Índio através da Coordenação Regional de Porto Velho. Possui seis Coordenações Técnicas Locais (CTL), antigos postos indígenas e postos de vigilância: Comandante Ari, Trincheira, Jamari, Alto Jaru (aldeia do Arimã), Linha 623 (aldeia do Paiajub) Oro win. Há ainda um Posto Indígena não oficial chamado São Luiz, onde mora a comunidade Oro-win, localizada na margem do rio de mesmo nome.
A terra indígena Uru-Eu-Wau-Wau abrange parte da Serra dos Pacaás Novos e da Serra dos Uopianes. A primeira se distingue por conter o ponto mais elevado de Rondônia, o Pico do Tracoá, com 1.230 m de altitude; a segunda possui altitudes não superiores a 600m. As paisagens são diversificadas e o relevo ora se apresenta em forma de colinas com ou sem mata, ora sob forma de chapadas tabulares e relevos residuais (inselbergs), muitas destas contendo cavernas.
A área detém uma rica diversidade biológica e espaços intocados. Também é o berço das águas de pelo menos 12 sub-bacias hidrográficas de Rondônia. No topo das serras, é comum a formação de campos e cerrados e outras formações endêmicas, enquanto que no rebordo encontramos a floresta tropical aberta e fechada sobre solos de maior profundidade. Os Rios são chamados na língua Kawahib de paraná; os Igarapés são chamados de côo-via; os lagos de ipapê-bua. A mata ciliar é chamada de paraná-capura
Histórico do contato
Pelos indícios antropológicos descritos por Curt Nimuendajú, o Estado de Rondônia possuiu um número razoável de “silvícolas” de diversas etnias que lá habitavam. Além dos povos tradicionais, a ocupação em Rondônia pelos não índios sempre foi motivada por interesses econômicos. O primeiro fluxo se deu no século XVII em busca de mão-de-obra indígena escrava. O segundo, no século XVIII, foi motivado pela busca de ouro. No final do século XVIII começa o ciclo da borracha, que teve uma queda na década de 1910-1920. Após a II Guerra Mundial houve uma revalorização da borracha juntamente com a exploração mineral, cassiterita e ouro na Amazônia, trazendo um novo fluxo migratório que ocupou a região, acarretando conflitos com dezenas de povos indígenas.
Milhares de indígenas morreram em combates e/ou epidemias e tiveram suas terras invadidas. A partir da década de 40 começaram os primeiros projetos de colonização governamentais. No início dos anos 60 inicia-se a abertura da estrada, BR 364, que "rasga" o estado de sudeste a noroeste, executada pelo Polonoroeste (Programa Integrado de Desenvolvimento do Noroeste do Brasil) e financiada pelo Banco Mundial.
Seguindo o eixo da estrada, nos primeiros anos da década de 70 grandes projetos de colonização do governo trazem milhares de agricultores do sul e sudeste do Brasil, deslocando para lá o impasse político da reforma agrária.
No caso particular dos Uru-Eu-Wau-Wau, embora se tenham relatos desde 1909 sobre a ocupação indígena na região, inclusive registro de conflitos e localização de aldeias, os registros oficiais são realizados somente a partir de 1976, quando foram localizadas três malocas entre cabeceiras do Rio Branco do Cautário e Sotério, próximo a serra dos Pacaás Novos, e uma próxima ao Igarapé Souza Coutinho, na cachoeira do Mutum.
A área de ocupação Uru-Eu-Wau-Wau ia dos vales dos rios Madeira (ao norte), Machado (a leste), Guaporé (ao sul) e avançava até o Mamoré (a oeste), conforme os registros históricos disponíveis e os relatos orais dos índios. Desde pelo menos o início do século XX, os Uru-Eu-Wau-Wau lutaram contra as frentes expansionistas que foram invadindo a região.
Muito antes do contato oficial desses grupos, a primeira proposta concreta de delimitação da reserva indígena deu-se em 1946, quando se informou ao governo do Território de Rondônia sobre a ocupação indígena de toda a bacia do rio Jamari e bacia do rio Floresta até a serra dos Pacaás Novos. De acordo com o documento da época, o despacho foi favorável em 26 de novembro de 1946. “Em 1946, após o massacre provocado pelo senhor Manoel Lucindo às aldeias dos Oro-Towati e os diversos contra-ataques por parte dos índios, o SPI (Serviço de Proteção aos Índios) decidiu interditar a área abarcada pelo Seringal São Luiz e através do ofício 30/64, 32/64, 33/64, o ato foi comunicado ao senhor Manoel Lucindo, ao Governo do território de Rondônia e ao Banco de Crédito do Amazonas”.
Seguem várias interdições na área, até que, em 24 de Março de 1984, pela portaria 176/E, o presidente da Funai institui um grupo de trabalho para o estudo de identificação e definição da área indígena do Uru-Eu-Wau-Wau e Uru-pa-In. Em 9 de julho de 1985, foi declarada de posse permanente dos índios, através do decreto de 91.416. Em 1990, o presidente Sarney revogou a terra, mas, em 29 de Outubro de 1991, o presidente Fernando Collor homologou a demarcação administrativa da área indígena Uru-Eu-Wau-Wau.
Os Uru-Eu-Wau-Wau foram contatados pela Funai a partir de 10/03/1981, em Alta Lídia, hoje Comandante Ary. Na ocasião foram contatadas 250 pessoas. Em 1984 a Funai localizou três aldeias; mas em 1986 já eram um total de oito. Naquela época o posto Comandante Ary já havia sido visitado por mais de 150 indígenas, tendo a Funai um cálculo de que os Uru-Eu-Wau-Wau fossem aproximadamente 500 indivíduos.
Os Jupaú informam que existem outros três grupos ainda hoje não contatados, que vivem na região do rio Muqui, Cautário e S. João do Branco. Consta no relato da época a existência de várias aldeias ainda sem contato, onde se calculavam aproximadamente de 1000 a 1200 índios isolados na Terra Indígena. As pesquisas mostram que o grupo identificado como sendo Mamõa trabalhava gratuitamente para os seringueiros; os Amondawa estavam cercados por invasores e solicitavam a intervenção da Funai, que desconhecia onde ficavam suas aldeias; uma jupaú identificado como Kanindé comentava que sua mãe e irmã tinham sido raptadas pelo seringalista Alfredo. Seus descendentes contam ainda hoje que sua mãe morrera e a irmã continuou no poder do invasor, e que a mesma gostaria de voltar a morar na aldeia, mesmo não tendo sido criada com os Jupaú.
O chefe de ajudância de Guajará Mirim, da Funai, conclui em relatório datado de 03.05.1988 que não se deveria criar a reserva indígena no local de ocupação dos índios, pois isto prejudicaria os seringalistas e seringueiros. Nessa época, e o Incra já estava criando o Projeto Fundiário Costa Marques, com uma clara posição a favor dos não índios. Porém o relatório alerta para a necessidade da Funai enviar um sertanista à área para fazer o contato antes que os seringalistas o fizessem.
Em 1980 foram localizados 11 tapiris e roças no rio Jamari e próximas aos campos do Comandante Ary (Alta Lídia). Também foram encontrados acampamentos à margem esquerda do Urupá, próximo à BR 429, e em 1984 uma aldeia no Urupá e outra em São Miguel; além de acampamentos na serra do Tracoá, divisor Jamari/Candeias, no Ricardo Franco, Muqui, Igarapé Pombal, Jarú, Cautário, São Miguel, Ouro Preto, Água Branca e na Serra dos Pareci/Pacaás Novos (três aldeamentos com várias malocas no interior do Parque Pacaás Novos, com distância de 7 km entre si).
Invasões
Na história da Terra Indígena, ocorreram sucessivas invasões, tanto por parte de madeireiros e seringalistas, quanto por camponeses em busca de terras. As invasões se intensificaram a partir dos anos 80 e persistem até hoje. A baixa fiscalização dos órgãos públicos responsáveis e o isolamento da área contribuíram muito para que o quadro se agravasse. Denúncias são freqüentes, a despeito do governo de Rondônia ter firmado um acordo de fiscalização das invasões na TI. Um exemplo é o ocorrido em abril de 2003 com a invasão de 5.000 não indígenas que se auto intitulavam como a “Liga dos Camponeses Pobres”. Sua retirada se deu semanas depois e envolveu uma operação conjunta de diversos órgãos públicos — Polícia Federal, Funai, Ibama, Incra, Batalhão de Polícia Florestal e Secretaria de Segurança Pública do Estado de Rondônia — e a ONG Kanindé.
Na segunda metade da década de 80, após a pavimentação da BR-364 ocorre a intensificação do comércio de madeira com o sul do país. A exploração seletiva de madeiras nobres no Estado de Rondônia tornou o estoque dessas espécies reduzido nas propriedades particulares, ficando disponível apenas a longas distâncias das indústrias beneficiadoras. Com isso, o furto de madeiras nas Terras Indígenas, principalmente as madeiras nobres (mogno e cerejeira), também se intensificou. Várias cidades com dezenas de serrarias estão instaladas na periferia das TIs. Avalia-se que 90% do mogno e 80% da cerejeira que chegam nas indústrias madeireiras de Rondônia são provenientes de Terras Indígenas ou de Unidades de Conservação.
Somando-se a pressão do comércio da madeira, cresce a população do entorno das Unidades de Conservação. Como estratégia eleitoral, foram criados muitos municípios no Estado, parte destes sem infra-estrutura e com pequena população, sem capacidade de arrecadação para sobrevivência. Em 1991 o Estado de Rondônia possuía apenas 40 municípios, hoje tem 52. Vários municípios criados incidem mais de 50% de sua área territorial dentro de Terras Indígenas. Diante desta realidade, a tendência é haver cada vez mais pressão antrópica nas Terras Indígenas.
Os Jupaú são historicamente hostis às frentes econômicas colonizadoras desde o inicio do século XX, vivendo em conflito com os seringalistas e garimpeiros. Nas três últimas décadas a luta é contra as invasões dos pecuaristas, agricultores, garimpeiros e contra as ações das madeireiras que já furtaram, em uma década mais de 500.000 metros cúbicos, principalmente de madeira nobre.
Nestes últimos dez anos foram realizados na terra indígena e no parque nacional um grande número de fiscalizações. As ações que tiveram sucesso levaram a abertura de dezenas de inquéritos policiais, com a apreensão de quase uma centena de veículos, entre caminhões e tratores. As maiorias destes veículos foram devolvidos aos infratores, de acordo com a legislação de deixar o próprio réu como fiel depositário, enquanto tramita o processo na Justiça. Mas muitas vezes os índios se revoltaram com a decisão dos juízes e queimaram os veículos para que não fossem devolvidos. Muitos destes infratores retornaram e continuam furtando madeira.
A área Litigiosa do Burareiro
Na história mais recente dos Jupaú, o Rio Floresta foi palco de um grande conflito entre indígenas e não indígenas. Mesmo após a Funai ter notificado o Incra de que a região estava interditada para os índios, este expediu 122 títulos definitivos a agricultores no interior da área indígena Uru-Eu-Wau-Wau, gerando um problema não resolvido até os dias de hoje, com perdas para os indígenas, pois a área vem sofrendo esbulho.
No final da década de 70, o Departamento Geográfico do Exército Brasileiro foi contratado pela Funai, para realizar a demarcação da terra indígena, devido à complexidade dos conflitos na região e o tamanho da terra a ser demarcada. O Exército sub-contratou uma empresa para realizar os trabalhos finais de demarcação física.
Passados vários meses desde a demarcação, a Funai não conferiu os limites. Quando os sertanistas tentaram encontrar os marcos e picadas demarcatórias não conseguiram. As aberturas da picada demarcatória não foram devidamente feitas e as poucas placas colocadas foram arrancadas pelos invasores.
Em 08.11.80, o Incra concedeu 113 títulos indevidamente na parte sul do Projeto Burareiro, localizado dentro da TI. O MIRAD-INCRA em 1985 reconhece que a maioria das pessoas que receberam títulos não moravam nos lotes, que a ocupação era precária devido à falta de estradas de acesso e que os desmatamentos na região haviam apenas começado (Altamir Wolmann, MIRAD/INCRA, 04.06.85). Nesse ano, são finalmente definidos os limites por decreto presidencial e era esperado que o INCRA reassentasse os titulados em outra região, respeitando a terra indígena. Mas isso não ocorreu.
No Plano Agropecuário e Florestal de Rondônia (PLANAFLORO) e em sucessivas Ajudas Memoriais de missões do BIRD em Rondônia, foi constatada a problemática do Burareiro, mas ao final da execução deste plano não foi dada ênfase para resolver a situação.
A questão foi considerada como um problema jurídico a ser resolvido somente pela Funai. Esta, tardiamente, em 1994 entrou com uma Ação Jurídica contra o Incra para anulação dos títulos na terra indígena Uru-Eu-Wau-Wau. O parecer da Justiça em 1996 foi desfavorável aos índios, pois interpretou que a ação movida pela Funai não deveria ser contra o Incra, mas sim contra cada um dos 122 proprietários de Títulos Definitivos. Como a maioria destes títulos já foram vendidos a terceiros, isto acarretaria um grande número de ações judiciais a serem movidas contra os detentores dos títulos, o que é inviável a curto ou médio prazo.
Em 27/04/95, em reunião interinstitucional do Governo do Estado, fez-se uma proposta para que a área remanescente (área de 39.000 ha proposta para ser diminuída) da Terra Indígena Karipuna assentasse, além dos 184 invasores locais, os invasores do Burareiro e os 40 da Terra Indígena Mequéns. A Funai cumpriu o proposto, mas o Incra e Estado não retiraram os intrusos das terras indígenas. Conseqüentemente, permaneceram as invasões e novas ocorreram na área excluída dos Karipuna.
A decisão judicial, em 1996, relativa ao Burareiro, está sendo usada de forma distorcida por empresários e políticos de má fé, dos municípios de Ariquemes e Monte Negro, para incentivo de invasão. A Funai, Polícia Federal e Ministério Público, com apoio da associação indígena Jupaú e a associação Kanindé realizaram em 2001 a desintrusão do lado norte da terra indígena, sendo conduzido dezenas de invasores para a penitenciária central em Porto Velho. Os representantes de duas associações de invasores foram indiciados em processos judiciais. Pela primeira vez conseguiu-se a reclusão de invasores profissionais de terras indígenas em Rondônia. Essa área de litígio ainda permanece dentro da Terra Indígena.
Organização social
Como os demais povos Kawahib, os Jupaú estão divididos em grupos de parentesco, cada qual com um chefe, organizados em duas metades: Mutum e Arara. Antes do contato possuíam grande mobilidade espacial, havendo aldeamentos fixos em determinadas épocas do ano e acampamentos temporários ou tapiris, espalhados por toda área de ocupação.
As aldeias eram construídas em pequenas clareiras abertas na mata. Em suas roças plantavam milho, macaxeira, batata doce, cará e algodão. Produziam a farinha e o cauim de macaxeira. Não utilizavam fumo e, conforme os registros, um não índio que conviveu com eles na década de 40 conseguia tabaco com os seringueiros (Costa, 1981). Antes do contato habitavam malocas retangulares, com tetos de duas águas bastante altos, com saídas dos dois lados. Atualmente, além das malocas (que são minoria), habitam em casas de madeira cobertas com telhas de amianto, prática introduzida pela Funai.
Os Jupaú costumam reclamar que essas casas são muito quentes, preferindo ficar nas malocas durante o dia, nas aldeias que ainda as mantêm. Fazem pequenas tocaias de palha, para espreitar a caça, e se abrigam em tapiris de palha, quando estão em longas viagens, no interior da terra indígena.
Casamento e Parentesco
Os casamentos são tradicionalmente poligâmicos e se dão entre as duas metades, de modo que Mutum só casa com Arara. Os matrimônios são realizados entre primos cruzados: o rapaz casa com a filha do irmão da mãe. Nos últimos anos, devido à escassez de mulheres e à influência do contato com os não índios, as relações têm se tornado monogâmicas, havendo inclusive casos de poliandria. Devido à essa solução os homens têm ido morar com as mulheres ao se casarem.
Quando a criança nasce, já está prometida em casamento. As meninas, ao desenvolverem os seios, já possuem permissão para namorar. Atualmente, por vezes existe resistência em aceitar o marido prometido, acarretando conflito no grupo familiar.
As pessoas de ambos grupos têm como prática mudar de nomes a cada nascimento de um membro da família nuclear. Quando nasce um menino, este recebe o nome do pai quando era bebê; conforme vai avançando a idade, ele vai assumindo os nomes que o pai já teve.
Mortos e espíritos
Os Jupaú enterram seus mortos dentro das malocas, com todos seus pertences. Quando precisam por alguma razão mudar, continuam voltando ao local para visitar e limpar o local onde enterraram seus mortos, ou transportam os ossos para a nova moradia.
As covas são circulares e o morto é enterrado sentado com todos os seus pertences, inclusive com um cocar de penas de gavião em cima do peito, que assegura proteção no mundo dos espíritos.
Os Jupaú acreditam que existem vários espíritos na floresta, aos quais dão diversas denominações e contam relatos sobre suas atuações e como estes influenciam na vida da comunidade. Um desses espíritos é o Anhangá, que tem a aparência de um morcego grande e carrega as pessoas, chupando todo o seu sangue.Contam que o neto do avô do Djurip (um Jupaú) foi carregado pelo Anhangá. Seu avô foi procurar a criança, quando ouviu o barulho da assombração, que estava perto de um pau; ele tentou cortá-lo com um terçado, mas não conseguia, pois ele sumia. Ele viu a criança sendo levada embaixo das asas. Quando tentou pegá-lo, ele virou atrás do pau e sumiu com a criança. Segundo Moram Uru-Eu-Wau-Wau, o evento aconteceu nas cabeceiras do rio Jamari.
Mitos
Abaixo, segue uma pequena amostra da rica mitologia desses dois povos Kawahib.
O aparecimento da noite
O Bacurau falou para a onça abrir a boca, para ele ver o dente da onça. Ela abriu, ele cagou na sua boca, e ela vomitou e quase morreu. Ele voou e foi embora; aí a amiga da onça apareceu e falou: "O que foi?". A onça contou. Sua amiga foi na maloca e queimou todas as espécies de milho, enquanto a onça continuava vomitando. Quando se encostou ao milho preto para queimar, a noite apareceu. A onça ficou sem saber o que fazer; esperou aparecer o dia; tentou acender o fogo mas não pegava. A noite durou uns três dias, a partir daí surgiu um dia e uma noite sempre atrás da outra. A onça, que de tanto vomitar tinha morrido, voltou a viver de novo. (narrado por Djurip Uru-Eu-Wau-Wau).
A utilização do fogo na história do sapo e da cobra
Durante a enchente, o sapo e a cobra não tinham machado para fazerem fogo e se aquecerem. Resolveram cruzar o rio para o outro lado, com uma brasinha que tinham encontrado e que levaram nas costelas, mas não conseguiam voltar para a margem.
O sapo pegou a brasinha e, quando chegou na metade do rio, resolveu procurar um lugar estreito do rio. O sapo teimoso resolveu cruzar o rio naquele lugar com a brasinha, dando saltos largos de modo que conseguiu chegar do outro lado e fez fogo do outro lado, com o qual se esquentou durante o período frio. A cobra, como não sabia pular, ficou do outro lado, passando frio (narrado por Djurip e Mora Uru-Eu-Wau-Wau).
Adornos e festas
Os Jupaú e Amondawa costumam cantar à noite para espantar os inimigos com seus gritos ou lembrar os entes queridos mortos.
Também dançam em suas diversas festas. A festa do milho chama-se Ipuã e outra festa bastante conhecida é o Yreruá. Nesta, os homens tocam taboca, carregando suas flechas, onde os arcos são retesados como se fossem fazer o lançamento das mesmas. As mulheres, em certo momento da festa, dançam agarradas em seus braços. Em certos momentos são dados gritos que tradicionalmente têm uma conotação guerreira.
Durante a dança, o "Chefe da Festa" fica no meio da roda, tocando a maior flauta (Yrerua), e conduzindo o ritmo da dança com marcações feitas com os pés. Os homens usam vários cipós enrolados na cintura, que ficam mais apertados nos quadris e mais largos na altura do estômago, onde prendem seus facões.
Para celebrar a primeira menstruação, é realizada a festa da menina moça. A menina fica presa na maloca durante um mês e meio no período de colheita da castanha. Ela fica sem tomar banho e um óleo é esfregado em todo o seu corpo. Ao menstruar novamente, ela avisa a mãe, que repassa ao pai, que espalha para toda a aldeia. Ela sai da rede e é banhada pela tia, que tira todo o óleo do corpo.
As castanhas são expostas para os homens as quebrarem no final da tarde. Às cinco horas da manhã, o pai levanta cantando e anunciando que está chegando o dia do casamento. O pai, o tio, os irmãos, o marido e noiva vão até o rio, onde pegam água para cozinhar a castanha. Os outros preparam suas flechas e pinturas. Depois as mulheres, junto à menina, cozinham as castanhas.
A menina recebe vários presentes para se enfeitar (colar de dente de onça, pulseiras e colar de dente de capivara). O marido recebe como presentes cocares, flechas e colares de dente de gato selvagem e lontra. Os presentes não podem ser repassados a outros. A menina tem que tomar banho todo o dia e pegar chuva para tirar o cheiro do óleo de babaçu.
Cultura material
Em momentos rituais, os índios pintam o corpo com urucum, e em guerra pintam o peito com jenipapo num formato de "X", que se assemelha a um pássaro com asas abertas. Tatuam a face, com um risco da boca à orelha em volta dos lábios. Talvez por isso já tenham sido conhecidos com o nome de "Boca-Preta". Os homens, além de tatuarem o rosto, tatuam no braço esquerdo um peixe, feito com uma folha do mato. Esta tatuagem é feita no ritual da transformação do menino para guerreiro, quando o menino tem aproximadamente 13 anos.
As mulheres tatuam em volta da boca um desenho em formato circular, que costumam dizer que é a representação de uma cobra grande. A tatuagem facial de homens como de mulheres era tradicionalmente feita durante o ritual do casamento. Diante, porém, de tantas transformações que vêm sofrendo os povos Jupaú e Amondawa, os homens deixaram de se tatuar. As mulheres ainda o fazem, pois acreditam estarem assim protegendo maridos e filhos durante as caçadas.
Os cocares e flechas são confeccionados pelos homens com penas de papagaio, arara e gavião real, sendo usados pelos homens (adultos e crianças). Alguns cocares de penas de gavião são feitos para serem usados quando os homens morrem, quando são colocados em cima do corpo do morto, sendo usados durante as festas só para manter as penas belas.
O cocar é tido como uma dádiva aos espíritos em troca de proteção. A pena do gavião é considerada como protetora porque o gavião tem a capacidade de sumir rápido e é difícil de ser observado na mata. Esses cocares não podem ser vendidos nem dados.
As mulheres costumam usar colar de dente de capivara e os homens de porcão. As mulheres também confeccionam colares e anéis de coco de tucumã e dentes de outros animais. Atualmente também utilizam, em alguns casos, tampinhas de remédios, botões e outros adereços nos colares.
Tradicionalmente, faziam panela de barro e cestos para carregar caças, coletar frutos e mel na floresta.
Atividades produtivas
A caça é uma atividade masculina e ocorre próxima às aldeias, em trilhas habituais, em barreiros, numa distância de aproximadamente 3 a 5 Km. Também são formados grupos para caçadas em locais mais distantes.
Em diversos pontos da floresta há locais em que os animais e aves vão cavar e lamber o solo para extrair o sal que existe em maior concentração. Os amazonenses dão a esses locais o nome de barreiros ou chupadores e os índios denominam de Itiwawa. No tempo da seca (Kuaripé) é mais fácil encontrar a caça do que na época das chuvas por motivos diversos: época de frutas e igarapés mais rasos e sem o incômodo das chuvas. A caça é dividida entre toda a comunidade da aldeia.
Inventário das técnicas de caça: * Fazem tocaias (tukai) com palha de babaçu para abaterem principalmente o inambu (diversos) próximo das aldeias, em lugares em que estão caindo frutas e na proximidade de barreiros.
- Imitam o som dos animais para atraí-los (caititu, anta), sendo que, em alguns casos, imitam o filhote (veado e queixada).
- Rastreamento, técnica esta que consiste em caminhar, seguindo por horas pegadas de queixada ou anta. Quando o animal foi atingido e tem hemorragia, os índios seguem-no acompanhando as gotas de sangue no solo da floresta.
- O arco e flecha eram os mais importantes instrumentos de caça e guerra dos Jupaú, atualmente utilizam espingardas de calibres diversos. Os velhos, porém, continuam usando o arco e a flecha. São utilizados diferentes tipos de flechas: Uywa - ponta de taquara para abate de animais maiores; Miarakanga - ponta de osso de onça para abate de principalmente de aves e eventualmente de peixes; Um´ywa - ponta de pupunha para abate de peixe.
- O uso da Tikyguywa na ponta da flecha é outra técnica, como causador de hemorragia nos animais caçados.
A pesca é uma atividade realizada tanto pelo homem quanto pela mulher. Os homens utilizam arco e flecha, arpão e redes malhadeiras durante a pescaria. A época de maior abundância de peixe é no tempo da seca, quando os rios estão em menor volume de água. Mesmo com a introdução de novas técnicas, a pesca tradicional é realizada com o arco e flecha. A flecha apropriada tem ponta de pupunha ou de osso de onça. O uso do "timbó" (método que envolve o envenenamento dos peixes) é bastante freqüente, principalmente em épocas do ano quando a pesca fica difícil.
Há uma seleção dos peixes que podem ser comidos e moqueados, ou cozidos na panela, ou ainda enrolados em folhas de pacovas e colocados direto no fogo (mpoquiga). Fazem farofa (pirakuia) socando no pilão a carne moqueada do peixe. Costumam extrair e armazenar a gordura do peixe cachorro para comer com farinha.
O peixe predileto era a jatuarana (piawuhua), que desapareceu do rio Jamari após a construção da hidrelétrica de Samuel. Já os peixes Cuiucuiu e o Jandia apareceram após a construção desta hidrelétrica.
Agricultura
Toda a família é envolvida nas atividades de subsistência. Durante o ano, as atividades agrícolas vão se intercalando com as extrativistas, a caça, pesca e a vigilância dos limites da Terra Indígena.
Cultivam mandioca e macaxeira. A macaxeira pode ser comida assada ou, uma vez assada, transformada em um mingau não fermentado. Também produziam farinha moendo a mandioca, que depois era colocada sobre uma esteira no sol por vários dias para secar e em seguida ser consumida. Mas atualmente as etapas da fabricação da farinha são: descascamento das raízes, com a utilização de facas, terçados, a ralagem com ralador manual; a maceração e fermentação; mistura feita em cocho de madeira; a prensagem, feita em prensas de madeira; a torrefação é feita em tachos de latão e aquecidos com lenha. É uma atividade realizada por homens e mulheres. Após a torrefação é colocada em sacos para consumo interno e um excedente é vendido com o apoio da Funai. Também produzem farinha de milho (watikuia) no pilão; consomem o milho verde ou seco; também fazem mingau (Kaminha), que é consumido sem a fermentação.
Conhecem diversas variedades de cará (cara), que são plantados em roças novas e em tocos de árvores abatidas. Em parte do roçado ou lado das malocas, plantam uma variedade de batata doce (ytyga). Cultivam ainda uma variedade de taioba (mabaé), e consomem suas folhas cozidas com carne e farinha que chamam de mbotawa. Próximo das moradias também plantam uma variedade de algodão (amanjiju) e urucum. O algodão é utilizado na fiação de cordões. O urucum é usado para pintura corporal e como repelente de insetos.
O mamão é uma planta cultivada ancestralmente, brotando muitas vezes em velhos roçados que são reutilizados.
O espaço utilizado para a roça é um local próximo às aldeias, escolhido na floresta para ser desmatado e queimado no sistema de derrubada e queimada, "coivara". Esta técnica ainda é a que prevalece até hoje entre os índios e também entre os regionais, sendo que atualmente utilizam ferramentas cortantes de metal.
Antes do contato usavam o machado de pedra como instrumento de corte das árvores, o que era muito dificultoso na tarefa de derrubar a floresta para fazer uma roça. Faziam também o desmatamento e queimada na época da seca. Este tipo de manejo da floresta é denominado de "agricultura migratória".
Após o plantio e colheita da roça, esta é abandonada e forma-se uma capoeira, que pode ser reutilizada para a roça alguns anos depois. O trabalho de derrubada da roça é praticado pelos homens. O plantio, a limpeza e a colheita são praticados por toda a comunidade da aldeia.
Alimentação
Cabe aos homens caçar, limpar o animal, construir o moquém (no caso de animais de grande porte) e fazer o fogo. As mulheres preparam os demais alimentos, pescam e cuidam dos filhos, que são tratados carinhosamente por seus pais.
A carne é sua principal fonte de proteína e abundante na Terra Indígena. Há uma seleção rigorosa no consumo dos animais, conforme a tradição Kawahib. No tratamento do animal abatido, não é retirado o couro e colocado no fogo para sapecar o pelo. As carnes dos animais são assadas (mokaen) em moquéns, permanecendo conservada por vários dias quando colocadas no calor do fogo e embrulhadas em palhas e cestos para não serem depositados ovos de varejeiras.
Quando fazem farofa (mbiarakuia), socam no pilão a carne assada (moqueada) de diversos animais. As gorduras da anta são extraídas e armazenadas para o consumo com farinha. Quando abatem uma anta com feto, comem este assado geralmente na folha de pacova.
Além dos animais mencionados, a alimentação é enriquecida pelo consumo de mel e alguns insetos.
A coleta de frutas para serem consumidas in natura é uma atividade bastante apreciada e complementam a alimentação. A Terra Indígena é rica em fruteiras, neste trabalho relacionamos as que são especialmente utilizadas pelos índios.
Os Jupaú e Amondawa possuem diversos tabus alimentares, entre os quais:
- Os pais de um recém-nascido não podem consumir alimento quente, senão cai o cabelo da criança e ela geme;
- Veado roxo: o consideram como gente. Se for comido, a pessoa fica com tonteira e vai sendo morta devagar;
- Macaco: faz a criança chorar e não dormir;
- Jacu: mesma situação do veado roxo;
- Jacamim: se a pessoa tiver dois filhos pequenos, choram o tempo todo;
- Curimba e Urumará: dá coceira no corpo;
- Paca: dá mancha preta no corpo.
Ambos os grupos mantêm o hábito de criar aves e animais, que são utilizados pelas famílias como fonte de matéria-prima de seus produtos artesanais e como animais de estimação das crianças. São criadas araras e Gaviões Reais para retirada de penas para as flechas e adornos.
Outras criações da aldeia, voltadas sobretudo para brincadeira das crianças, são: Inambu galinha (Namburawa); Inambu Tona (Nambuteua); Jacamim (Gwyryao); Mutum (Mutun´a); Saracura (Arakuria); Periquito (Kykykyia); Curica (Karainha); Papagaio (Airuia Airuua); Filhote de caititu (Taitetua); Filhote de queixada (taiahu).
Nota sobre as fontes
O verbete sobre os Uru-Eu-Wau-Wau e Amondawa foi elaborado a partir do Diagnóstico Etnoambiental Uru-Eu-Wau-Wau, Realizado pela ONG Kanindé em parceira com a Associação Indígena Uru-eu-wau-wau e Funai, com o apoio do Ministério do Meio Ambiente, e sob a supervisão de Ivaneide Bandeira Cardozo.
O referido diagnóstico funciona como um mapeamento geral da área indígena Uru-Eu-Wau-Wau, contemplando tanto os aspectos sociológicos (antropológicos e jurídicos), quanto ecológicos, considerando que fora feita uma pesquisa exaustiva sobre a dinâmica física da região. As informações repassadas no verbete são de extrema confiabilidade devido a Kanindé possuir um profícuo diálogo com os povos indígenas da área Uru-Eu-Wau-Wau, além de terem realizado um trabalho de campo extenso, auxiliado por uma equipe técnica altamente qualificada. As possíveis imprecisões que podem aparecer em alguns dados, principalmente no que se refere aos aspectos culturais, são em grande medida decorrentes do contato recente desses povos, que atravessam hoje em dia muitas transformações, sendo difícil determinar com precisão em que estado se encontram algumas instituições.
Além do recente trabalho da Kanindé, podemos encontrar a dissertação de mestrado de Mauro Leonel Jr., defendida em 1988 sob orientação da Professora Carmem Junqueira e posteriormente publicada em livro (em 1995). O estudo teve como objetivo traçar um diagnóstico dos problemas enfrentados pelos Uru-Eu-Wau-Wau à luz de fatos históricos e contemporâneos à época, principalmente aqueles ligados às invasões extratoras (madeira, minério e borracha), à perda significativa que esse povo teve de suas terras e à redes de relação social. Do mesmo autor, podemos encontrar um artigo, "A desmarcação das terras Uru-Eu-Wau-Wau", incluído na publicação Povos indígenas no Brasil, volume 1987-1990 do antigo CEDI (que deu origem ao ISA), no qual narra, sob uma perspectiva jurídica de decretos e homologações, os problemas que a terra Uru-Eu-Wau-Wau atravessou, desde sua criação, até as medidas tomadas pelo governo Sarney de revogar a homologação.
Fontes de informação
- CARDOSO, Maria Lúcia de M. Parecer Antropológico sobre os limites territoriais da área indígena urueu-wau-wau. Porto Velho: Secretaria de Estado de Agricultura de Rondônia e Fundação Nacional do Indio, 1989 (in mimeo).
- LEÃO, Maria Auxiliadora Cruz de Sá et al. Relatório de identificação da TI Uru-eu-wau-wau. Brasília : Funai, 1985. 59 p.
- LEONEL JÚNIOR, Mauro de Mello. A "desmarcação" das terras Uru-Eu-Wau-Wau. In: RICARDO, Carlos Alberto (Ed.). Povos Indígenas no Brasil : 1987/88/89/90. São Paulo : Cedi, 1991. p. 418-22. (Aconteceu Especial, 18)
- --------. Etnodicéia Urueuauau : o endocanibalismo e os índios no centro de Rondônia; o direito a diferença e a preservação ambiental. São Paulo : PUC-SP, 1988. 284 p. (Dissertação de Mestrado)
- --------. Etnodicéia Uru-eu-au-au : o endocolonialismo e os índios no centro de Rondônia, o direito a diferença e a preservação ambiental. São Paulo : Edusp ; Iamá ; Fapesp, 1995. 224 p.
- --------. Onde se esconder? Carta, Brasília : Gab. Sen. Darcy Ribeiro, n. 9, p. 107-12, 1993.
- NASCIMENTO, Eloiza Elena della Justina et al (orgs.). Diagnóstico etnoambiental Uru-eu-wau-wau. Porto Velho : Kanindé, 2002. 483 p.
- PAIVA, José Osvaldo de. O silêncio da escola e os Uru-Eu-Wau-Wau do alto Jamari. São Paulo : USP, 2000. 153 p. (Dissertação de Mestrado)
- PEASE, Helen; BETTS, LaVera. Anotações sobre a língua uru-eu-wau-wau. Brasília : SIL, 1991. 55 p. (Arquivo Lingüístico)
- SAMPAIO, Wany Bernadete de Araújo. Estudo comparativo sincrônico entre o Parintintin (Tenharim) e o Uru-eu-wau-wau (Amondawa) : contribuições para uma revisão na classificação das línguas tupi-kawahib. Campinas : Unicamp, 1997. 94 p. (Dissertação de Mestrado)
- SIMONIAN, Lígia Terezinha Lopes. Direitos e controle territorial em áreas indígenas amazônidas : São Marcos (RR), Urueu-Wau-Wau (RO) e Mãe Maria (PA). In: KASBURG, Carola; GRAMKOW, Márcia Maria (Orgs.). Demarcando terras indígenas : experiências e desafios de um projeto de parceria. Brasília : Funai/PPTAL/GTZ, 1999. p.65-82.
- --------. "This bloodshed must stop" : land claims on the Guarita and Uru-Eu-Wau-Wau reservations, Brazil. Nova York : City University of New York, 1993. 530 p. (Tese de Doutorado)
- --------. Os Uru-Eu-Wau-Wau e os Amundáwa no início dos anos noventa. In: RICARDO, Carlos Alberto (Ed.). Povos Indígenas no Brasil : 1987/88/89/90. São Paulo : Cedi, 1991. p. 423-25. (Aconteceu Especial, 18)
- Na trilha dos Uru-Eu-Wau-Wau. Dir.: Adrian Cowell. Vídeo Cor, 50 min., 1990. Prod.: Morrow Carter; UCG.