De Povos Indígenas no Brasil
Foto:

Pipipã

Autodenominação
Onde estão Quantos são
PE 1391 (Siasi/Sesai, 2013)
Família linguística

Constituem uma das etnias historicamente habitantes da Serra Negra, vizinhos dos Kambiwá, que também tem a Serra Negra como território tradicional e sagrado. O território Pipipã está situado no município de Floresta, Pernambuco, e em 2005 tiveram início os estudos para identificação e demarcação da Terra Indígena Pipipã.

"Para o povo Pipipã a Serra Negra é um lugar de destaque na cosmologia do povo e é constituída a partir de vários espaços sagrados, entre eles: o Pau Oco da Serra, o Pau Ferro Grande, o Pé de Coité, a Pedra da Espia, o Pau d’Alho, a Mata do Ventador (ARCANJO, 2003). Por ser este bem simbólico e material a Serra Negra é referência da territorialidade tanto do povo Pipipã, como do povo Kambiwá, uma área historicamente pleiteada por estes dois povos." (Fortes & Arcanjo)

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Organização social

Segundo Patrícia Fortes e Jozelito Arcanjo, "para os Pipipã, o Pajé é a principal liderança sem carecer necessariamente do cacique. Apesar disso, a organização social dos Pipipã, segue o modelo imposto pela Agência oficial do Estado, desde a década de 1920, estruturada a partir das funções que são desempenhadas pelos indígenas no interior de sua comunidade, assim classificadas: o cacique que tem uma função político-administrativa junto ao povo; o Pajé, profundo conhecedor dos costumes do povo, atua nos processos de mobilização, articulação, organização e das expressões da tradição, da cura e dos rituais dos Pipipã, através dos poderes políticos e do poder da tradição de que é investido. Junto às estas duas lideranças atua o Conselho Tribal, formado por representantes das aldeias; um Conselho de Saúde e a Associação comunitária: Pau Ferro Grande dos Índios (Arcanjo, 2003). O Conselho Tribal, como na maioria dos povos indígenas no Nordeste, é composto por lideranças eleitas de cada aldeia." (Fortes, sem data)

Festas e rituais

Extraído de ARCANJO, Joselito. TORÉ E IDENTIDADE ÉTNICA: OS PIPIPÃ DE KAMBIXURU (Índios da Serra Negra), 2003.

Limpeza do terreiro

É um ritual de proteção que antecede a abertura do Aricuri, realizada pelo Pajé e por um grupo de iniciados. Consiste na coleta de folhas/palhas de ouricuri para serem cravadas nas extremidades do terreiro; faz parte do trabalho de Limpeza do terreiro para o início do Aricuri.  

Aricuri

Ritual que acontece uma vez por ano, muitos Pipipã a ele se referem como “nossa festa”. Inicia-se no dia 10 de outubro e se estende até o dia 20 do mesmo mês. O Pajé é o seu principal articulador.

O Aricuri é vivido pelos Pipipã como uma expressão maior de sua religiosidade. Consiste no afastamento das ações do cotidiano de dentro da aldeia para um isolamento dentro da mata na Serra Negra.

Na maioria das casas, durante o período ritual, há poucas pessoas para cuidar dos animais domésticos, e elas se revezam com as que estão na Serra.  

O Encruzamento das crianças

É uma espécie de “batismo” no Aricuri, portanto, um ritual de iniciação. A partir dele, o Pajé busca, pela ciência, identificar seus iniciandos.  

O Dia das Crianças

É uma celebração realizada durante o período do Aricuri, no dia 12 de outubro, pela manhã. Consiste na realização de uma Dança do Toré em que participam somente as crianças. Toda comunidade ritual assiste e em seguida é servida a comida ritual, as crianças são servidas em primeiro lugar.  

O “Panteão de Encantados”

Os Encantados são “espíritos de índios que não morreram, mas abandonaram voluntariamente o mundo por “encantamento”, passando a compor o panteão virtualmente indeterminado de espíritos protetores de cada grupo” (Arruti,1999:255), os quais, através dos rituais, dos sonhos e da Dança do Toré, remetem o povo ao contato com os seus antepassados."

Fontes de informação