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 Lideranças indígenas prometem manifestações antes do leilão

24/03/2010

Autor: Fátima Lessa

Fonte: Cruzeiro Online - http://www.cruzeirodosul.inf.br/



Reprodução da Agência Estado

Com a aproximação do leilão que decidirá qual o consórcio de empresas executará a Usina de Belo Monte, no Rio Xingu, lideranças representando mais de 15 etnias que vivem na Bacia do Rio Xingu se mobilizam e prometem realizar no dia 5 de abril mais um protesto contra a construção da hidrelétrica, na Aldeia Piaraçu, reserva Capoto-Jarina, localizada num trecho do Mato Grosso que, segundo os manifestantes, poderá ser prejudicado pela obra. "Precisamos nos organizar e ficar unidos nessa hora", disse o líder indígena Betdjore Metuktire.

Em novembro de 2009, cerca de 250 lideranças indígenas protestaram, durante cinco dias, contra a hidrelétrica na mesma aldeia e interromperam a travessia da balsa do rio. Prevista para ser erguida no município de Altamira, no Pará, a Usina é considerado o maior empreendimento energético previsto no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal, em uma área de 160 mil km2. Além de Altamira, a usina ocupará parte da área de outros quatro municípios: Anapu, Brasil Novo, Senador Porfirio e Vitória do Xingu.

Desde 2001, o Ministério Público Federal do Pará questiona na Justiça o empreendimento. O órgão move oito processos contrários à instalação da usina. Os principais argumentos seriam o desrespeito aos povos indígenas, os impactos ambientais e a questão financeira que envolve a Belo Monte. A concessão de Belo Monte será por 30 anos. Após a construção, a Belo Monte será a terceira maior usina do Mundo com 11 mil MW de potencia e um investimento que deve chegar a R$ 30 bilhões. O início das obras está previsto para 2015. A hidrelétrica deve estar concluída em 2019.

O governo federal marcou para o dia 20 de abril o leilão. A concessão foi aprovada em fevereiro pelo Ibama, com 40 exigências impostas pelo órgão, que deverão ser cumpridas pela empresa vencedora do leilão. Isto liberou o início das obras. O chefe da seção de licenciamento do Ibama, Pedro Bignelli, acredita que a licença prévia "contemplou todas as partes envolvidas".

PCHs

Em 2008, os índios destruíram os canteiros de uma das oito pequenas centrais hidrelétrica (PCHs) do Complexo Juruena (MT) ao longo de 287 quilômetros do rio. As PCHs são os empreendimentos mais rentáveis para a produção de energia em Mato Grosso. Somente no Rio Juruena, estima-se que o número de projetos chegue a 80 pequenas centrais. Diferente das barragens das usinas hidrelétricas, as PCHs se utilizam da força de queda da água para gerar energia. Em 2009, índios moradores da região entraram em um acordo com a Fundação Nacional do Índio (Funai) e os empreendedores do Complexo Juruena. (Fátima Lessa - AE)

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