De Povos Indígenas no Brasil
News
Esquema confirmado
15/06/2007
Autor: TAUANA SCHMIDT
Fonte: Diário de Cuibá
Ararapan e Mayaute Trumai disseram a juiz federal que ganharam veículo em troca de madeira extraída do Xingu
Em interrogatório na Justiça Federal, os índios presos na Operação Mapinguari, Ararapan e Mayaute Trumai, confirmaram a venda de madeira retirada do interior do Parque Indígena do Xingu para o madeireiro Gilberto Meyer, de Vera (a 458 quilômetros de Cuiabá), também preso durante a operação, e o recebimento de uma caminhonete L-200 Mitsubishi como pagamento pelo produto florestal extraído ilegalmente.
Em resposta aos questionamentos do juiz da 1ª Vara Federal, Julier Sebastião da Silva, o cacique Ararapan Trumai disse que a caminhonete foi negociada com um homem chamado Fábio Júnior no ano de 2004, em troca de 470 metros cúbicos de madeira, mas que nunca recebeu os documentos de propriedade do veículo e não sabe por quem Fábio foi indicado para comprar a madeira.
"O veículo é usado e Fábio esteve no parque apenas para puxar madeira e prometeu entregar o documento, mas nunca entregou. A caminhonete é usada por meus filhos Gaúcho, Mayaute e Mirim Trumai para trabalhos de atendimentos de saúde aos 800 índios de nossa etnia, distribuídos em quatro aldeias no interior do parque, já que como a etnia trumai é muito pequena, não recebe ajuda da Funai e vive de roça, plantando mandioca, banana e outras frutas que não são vendidas", disse em depoimento.
O cacique também explicou que conheceu o vereador Dari Leobet, na época em que ele era presidente da Câmara de Vera. "Pedi ajuda para o conserto da caminhonete e ele pagou R$ 1.800, sendo que não lhe entreguei madeira em troca".
Questionado sobre a acusação de ser agressivo com servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e da Fundação Nacional do Índio (Funai) ele disse que trata bem os servidores, inclusive deu abrigo por três dias a eles e que os recebeu na segunda vez que tiveram no parque, já que viaja muito para as aldeias.
Ararapan relatou no interrogatório que a família Meyer é responsável pela retirada da madeira do parque. "Conheço os acusados Gilmar e Gilberto Meyer há dois anos e tenho negócio direto com Gilberto Meyer. Ele deveria me pagar R$ 100 por cada metro cúbico de madeira, mas nunca pagou, sendo que já enviei quatro carretas de madeira itaúba a ele. Gilberto Meyer me enganou, pois prometeu entregar uma outra caminhonete que já havia sido escolhida em uma concessionária em Sinop, mas nunca o fez, e ainda prometeu pagar gastos dos índios com alimentação e hospedagem em mercados e hotéis de Vera e Feliz Natal, mas também não pagou, porque já fui cobrado pelos proprietários desses estabelecimentos".
Ele confirma ainda que "saíram do interior do parque cerca de 33 mil metros cúbicos de madeira itaúba, registrados pelo índios, mas que existiram, entretanto, saídas de madeira sem o conhecimento dos índios durante a noite. Essa madeira que foi levada, foi transportada pelos motoristas de Gilberto Meyer, Pedro Vasconcelos, Eberson Provensi e João Evangelista", completou.
O filho do cacique, Mayaute Trumai, confirma que sabe que seu pai vendia madeira do parque desde 2004 para Gilberto Meyer, mas que nunca recebeu do comprador, e confirma que a caminhonete foi adquiria por Ararapan em negociação feita com Fábio Junior. "Tenho minha profissão, pois cuido da saúde na comunidade, e não vendo madeira e quem faz esses negócios é meu pai".
A operação Mapinguari foi deflagrada em abril pela Polícia Federal no norte de Mato Grosso. A ação culminou com a denúncia de 48 envolvidas no esquema de exploração ilegal de madeira no Parque Indígena do Xingu.
Em interrogatório na Justiça Federal, os índios presos na Operação Mapinguari, Ararapan e Mayaute Trumai, confirmaram a venda de madeira retirada do interior do Parque Indígena do Xingu para o madeireiro Gilberto Meyer, de Vera (a 458 quilômetros de Cuiabá), também preso durante a operação, e o recebimento de uma caminhonete L-200 Mitsubishi como pagamento pelo produto florestal extraído ilegalmente.
Em resposta aos questionamentos do juiz da 1ª Vara Federal, Julier Sebastião da Silva, o cacique Ararapan Trumai disse que a caminhonete foi negociada com um homem chamado Fábio Júnior no ano de 2004, em troca de 470 metros cúbicos de madeira, mas que nunca recebeu os documentos de propriedade do veículo e não sabe por quem Fábio foi indicado para comprar a madeira.
"O veículo é usado e Fábio esteve no parque apenas para puxar madeira e prometeu entregar o documento, mas nunca entregou. A caminhonete é usada por meus filhos Gaúcho, Mayaute e Mirim Trumai para trabalhos de atendimentos de saúde aos 800 índios de nossa etnia, distribuídos em quatro aldeias no interior do parque, já que como a etnia trumai é muito pequena, não recebe ajuda da Funai e vive de roça, plantando mandioca, banana e outras frutas que não são vendidas", disse em depoimento.
O cacique também explicou que conheceu o vereador Dari Leobet, na época em que ele era presidente da Câmara de Vera. "Pedi ajuda para o conserto da caminhonete e ele pagou R$ 1.800, sendo que não lhe entreguei madeira em troca".
Questionado sobre a acusação de ser agressivo com servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e da Fundação Nacional do Índio (Funai) ele disse que trata bem os servidores, inclusive deu abrigo por três dias a eles e que os recebeu na segunda vez que tiveram no parque, já que viaja muito para as aldeias.
Ararapan relatou no interrogatório que a família Meyer é responsável pela retirada da madeira do parque. "Conheço os acusados Gilmar e Gilberto Meyer há dois anos e tenho negócio direto com Gilberto Meyer. Ele deveria me pagar R$ 100 por cada metro cúbico de madeira, mas nunca pagou, sendo que já enviei quatro carretas de madeira itaúba a ele. Gilberto Meyer me enganou, pois prometeu entregar uma outra caminhonete que já havia sido escolhida em uma concessionária em Sinop, mas nunca o fez, e ainda prometeu pagar gastos dos índios com alimentação e hospedagem em mercados e hotéis de Vera e Feliz Natal, mas também não pagou, porque já fui cobrado pelos proprietários desses estabelecimentos".
Ele confirma ainda que "saíram do interior do parque cerca de 33 mil metros cúbicos de madeira itaúba, registrados pelo índios, mas que existiram, entretanto, saídas de madeira sem o conhecimento dos índios durante a noite. Essa madeira que foi levada, foi transportada pelos motoristas de Gilberto Meyer, Pedro Vasconcelos, Eberson Provensi e João Evangelista", completou.
O filho do cacique, Mayaute Trumai, confirma que sabe que seu pai vendia madeira do parque desde 2004 para Gilberto Meyer, mas que nunca recebeu do comprador, e confirma que a caminhonete foi adquiria por Ararapan em negociação feita com Fábio Junior. "Tenho minha profissão, pois cuido da saúde na comunidade, e não vendo madeira e quem faz esses negócios é meu pai".
A operação Mapinguari foi deflagrada em abril pela Polícia Federal no norte de Mato Grosso. A ação culminou com a denúncia de 48 envolvidas no esquema de exploração ilegal de madeira no Parque Indígena do Xingu.
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