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 Chuvas isolam comunidades indígenas

08/07/2006

Fonte: Folha de Boa Vista



Os povos indígenas de Roraima também são vítimas das fortes chuvas que caem na região. A água pluvial fez igarapés e rios transbordarem. Comunidades distantes, como a do Coqueirinho, na região da Raposa, em Normandia, já perderam plantações inteiras e parte do rebanho.

Algumas famílias estão passando fome porque ficaram “ilhadas”. A força das águas quebrou e arrastou pontes de madeira, provocando o isolamento total de inúmeras comunidades, principalmente ao Nordeste do Estado, onde a situação é mais crítica.

As chuvas também colocaram abaixo casas e malocões – construções feitas de madeira, barro e palha. Dezenas de famílias estão desabrigadas. O problema nas comunidades pode se agravar, caso continue faltando assistência médica e comida. O risco de proliferação de doenças é grande.

Alerta – Diante do problema, organizações dos povos indígenas Macuxi, Wapixana, Ingaricó, Taurepang, Wai Wai, Yanomami, Sapará, Yekuana e outras fazem um alerta às autoridades e demais entidades. Os índios precisam de ajuda urgente.

As enchentes atingem principalmente as regiões das Serras, Baixo Cotingo, Surumu, Raposa, São Marcos, Taiano, Amajari, Serra da Lua, Yanomami e Wai Wai. Somadas, as comunidades reúnem aproximadamente 27 mil índios.

“Nossos parentes estão sofrendo com as fortes chuvas. Jamais vimos enchentes como essas. O inverno está sendo muito rigoroso, por isso precisamos de ajuda”, ressaltou Marinaldo Justino Trajano, coordenador-geral do Conselho Indígena de Roraima (CIR).

Necessidade - Como vivem da agricultura de subsistência, os índios começam a passar necessidade devido às inundações das roças. Rebanhos bovinos, caprinos e outros foram perdidos porque as águas arrastaram e dispersaram os animais.

A situação começa a ficar caótica porque faltam alimentos e medicamentos. Não há assistência médica em grande parte das localidades por causa do isolamento. Além das pontes, a água também inviabilizou o acesso pelas estradas.

Marinaldo reforçou o alerta e afirmou que os poderes públicos precisam ajudar com urgência as comunidades indígenas. “As epidemias podem ocorrer a qualquer momento. Não temos saúde, nem alimentação adequada”, avisou.
 

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