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14 indígenas presos e ao menos 25 desaparecidos em operação macabra de polícias e latifundiários na Bahia
23/03/2025
Fonte: A Nova Democracia - https://anovademocracia.com.br
Ao menos 14 presos e 25 desaparecidos. Esse foi o saldo de uma macabra operação conjunta da Polícia Civil e Polícia Militar da Bahia, junto e a serviço de latifundiários, contra a Terra Indígena Barra-Velha, no extremo sul da Bahia. A operação policial faz parte de uma série de ataques feitos pelas forças de repressão do velho Estado, em conjunto com os pistoleiros, ambos a mando do latifúndio local, aos povos Pataxó e Pataxó Hã-hã-hãe.
O levantamento feito pelo Conselho de Caciques Pataxó informou que os ataques policiais aconteceram deliberadamente em ao menos 5 aldeias, sendo elas a aldeia Vale das Palmeiras, Vale da Seriema, Corumbalzinho, Encantada, Nova e Pé do Monte Pascoal, localizadas entre as cidades de Prado e Itamaraju. Em todas essas aldeias há moradores desaparecidos.
Em denúncia realizada ao Conselho Indigenista Missionário (Cimi), um cacique Pataxó informou que cinco indígenas foram soltos. "Só que no total temos uma lista com 25 indígenas desaparecidos: nove deles estão na lista dos presos e o restante não sabemos de nada. Se foram presos ou o quê".
Segundo o levantamento, o ataque mais violento foi à aldeia Vale da Palmeira. Os relatos apontam que a brutalidade policial foi tamanha que crianças e mulheres precisaram se refugiar na mata. "Policial atirando, atirando nas mulheres, crianças. Criança passando mal. Vão atacar dentro da aldeia! Dentro da aldeia!", disse um Pataxó em um dos vídeos divulgados pela página do Instagram Pataxó News. No local, 1 indígena foi baleado e outros 6 foram levados presos.
"Não estamos aqui pedindo. É um direito nosso ter o nosso território sagrado demarcado e homologado. Hoje, estamos sendo mortos, os corpos das nossas mulheres e das nossas crianças sendo expostos, dentro do território, por invasores que falam que são donos da terra. Os donos somos nós!", afirmou a vice-cacica da aldeia-mãe Barra Velha.
O povo Pataxó, representado pelos caciques, exige saber onde estão os presos para que possam identificar precisamente quem está desaparecido e evitar assim que os pataxós sejam torturados pelas forças policiais.
As invasões aconteceram com a aprovação do governador Jerônimo Rodrigues (PT), que vem se utilizando da PM para atacar as massas mais empobrecidas. Somente na última segunda-feira (17/3), a PM da Bahia assassinou 9 pessoas a sangue frio nos municípios de Terra Nova e Cachoeira. "Isso demonstra que o governo toma medidas de fachada, mas nos bastidores articula ataques ao nosso povo", afirmou a liderança dos povos Pataxó.
Segundo um levantamento feito pelo monopólio de imprensa g1, somente nos primeiros 18 dias de março, ao menos 50 pessoas foram assassinadas durante operações policiais no estado.
Há menos de duas semanas, um grupo de pistoleiros, a mando do latifúndio local, deflagrou um ataque coordenado à TI Comexatibá, em Prado, e à TI Barra Velha do Monte Pascoal, em Porto Seguro. Durante os ataques, o jovem Pataxó Vitor Braz foi assassinado e outro jovem alvejado a bala; um cacique teve sua casa incendiada pelos pistoleiros. Na quinta-feira (20/3), o aparato policial da Bahia deu continuidade aos ataques.
Na ocasião, ataques ocorreram no momento em que uma delegação de mais de 300 indígenas dos povos Pataxó e Tupinambá se encontrava em Brasília para exigir e pressionar a demarcação imediata de suas terras. Durante a reunião, o ministro da Justiça Ricardo Lewandowski afirmou que não irá demarcar as terras até que a constitucionalidade da lei do "marco temporal" seja votada no Supremo Tribunal Federal (STF), alegando que não há segurança para a demarcação.
Exaustos da passividade das instituições do velho Estado frente aos ataques genocidas do latifúndio, os povos Pataxó e Pataxó Hã-hã-hãe realizaram a retomada de suas terras em 2022. Alvoroçados com a luta indígena, os latifundiários locais, organizados no movimento Invasão Zero e escoltados pela polícia, atacaram a TI Caramuru-Catarina Paraguaçu, assassinando a liderança Nega Pataxó do povo Pataxó Hã-hã-hãe com uma arma de caça. O assassino confesso da liderança indígena foi solto sob pagamento de fiança.
Acostumados a atacar os povos do campo, o Invasão Zero sofreu uma derrota acachapante em Jaqueira, Pernambuco. Organizados pela Liga dos Camponeses Pobres (LCP) e apoiados pelos estudantes do povo e moradores locais, os camponeses do Engenho de Barro Branco botaram a horda paramilitar para correr e o presidente estadual do bando foi atingido por "chumbo quente", conforme uma nota da LCP sobre o conflito.
Agora, sob o nome de "União Agro Bahia" (UNAGRO), os latifundiários vêm expandindo seus ataques contra os povos indígenas em luta no estado com participação ativa dos aparatos de repressão do velho Estado. Se antes estavam cumprindo o papel de guarda-costas dos pistoleiros na guerra do latifúndio baiano contra os povos camponeses, os policiais agora tomam parte ativa na repressão das massas que lutam pelo sagrado direito à terra.
https://anovademocracia.com.br/14-indigenas-presos-e-ao-menos-25-desaparecidos-em-operacao-macabra-de-policias-e-latifundiarios-na-bahia/
O levantamento feito pelo Conselho de Caciques Pataxó informou que os ataques policiais aconteceram deliberadamente em ao menos 5 aldeias, sendo elas a aldeia Vale das Palmeiras, Vale da Seriema, Corumbalzinho, Encantada, Nova e Pé do Monte Pascoal, localizadas entre as cidades de Prado e Itamaraju. Em todas essas aldeias há moradores desaparecidos.
Em denúncia realizada ao Conselho Indigenista Missionário (Cimi), um cacique Pataxó informou que cinco indígenas foram soltos. "Só que no total temos uma lista com 25 indígenas desaparecidos: nove deles estão na lista dos presos e o restante não sabemos de nada. Se foram presos ou o quê".
Segundo o levantamento, o ataque mais violento foi à aldeia Vale da Palmeira. Os relatos apontam que a brutalidade policial foi tamanha que crianças e mulheres precisaram se refugiar na mata. "Policial atirando, atirando nas mulheres, crianças. Criança passando mal. Vão atacar dentro da aldeia! Dentro da aldeia!", disse um Pataxó em um dos vídeos divulgados pela página do Instagram Pataxó News. No local, 1 indígena foi baleado e outros 6 foram levados presos.
"Não estamos aqui pedindo. É um direito nosso ter o nosso território sagrado demarcado e homologado. Hoje, estamos sendo mortos, os corpos das nossas mulheres e das nossas crianças sendo expostos, dentro do território, por invasores que falam que são donos da terra. Os donos somos nós!", afirmou a vice-cacica da aldeia-mãe Barra Velha.
O povo Pataxó, representado pelos caciques, exige saber onde estão os presos para que possam identificar precisamente quem está desaparecido e evitar assim que os pataxós sejam torturados pelas forças policiais.
As invasões aconteceram com a aprovação do governador Jerônimo Rodrigues (PT), que vem se utilizando da PM para atacar as massas mais empobrecidas. Somente na última segunda-feira (17/3), a PM da Bahia assassinou 9 pessoas a sangue frio nos municípios de Terra Nova e Cachoeira. "Isso demonstra que o governo toma medidas de fachada, mas nos bastidores articula ataques ao nosso povo", afirmou a liderança dos povos Pataxó.
Segundo um levantamento feito pelo monopólio de imprensa g1, somente nos primeiros 18 dias de março, ao menos 50 pessoas foram assassinadas durante operações policiais no estado.
Há menos de duas semanas, um grupo de pistoleiros, a mando do latifúndio local, deflagrou um ataque coordenado à TI Comexatibá, em Prado, e à TI Barra Velha do Monte Pascoal, em Porto Seguro. Durante os ataques, o jovem Pataxó Vitor Braz foi assassinado e outro jovem alvejado a bala; um cacique teve sua casa incendiada pelos pistoleiros. Na quinta-feira (20/3), o aparato policial da Bahia deu continuidade aos ataques.
Na ocasião, ataques ocorreram no momento em que uma delegação de mais de 300 indígenas dos povos Pataxó e Tupinambá se encontrava em Brasília para exigir e pressionar a demarcação imediata de suas terras. Durante a reunião, o ministro da Justiça Ricardo Lewandowski afirmou que não irá demarcar as terras até que a constitucionalidade da lei do "marco temporal" seja votada no Supremo Tribunal Federal (STF), alegando que não há segurança para a demarcação.
Exaustos da passividade das instituições do velho Estado frente aos ataques genocidas do latifúndio, os povos Pataxó e Pataxó Hã-hã-hãe realizaram a retomada de suas terras em 2022. Alvoroçados com a luta indígena, os latifundiários locais, organizados no movimento Invasão Zero e escoltados pela polícia, atacaram a TI Caramuru-Catarina Paraguaçu, assassinando a liderança Nega Pataxó do povo Pataxó Hã-hã-hãe com uma arma de caça. O assassino confesso da liderança indígena foi solto sob pagamento de fiança.
Acostumados a atacar os povos do campo, o Invasão Zero sofreu uma derrota acachapante em Jaqueira, Pernambuco. Organizados pela Liga dos Camponeses Pobres (LCP) e apoiados pelos estudantes do povo e moradores locais, os camponeses do Engenho de Barro Branco botaram a horda paramilitar para correr e o presidente estadual do bando foi atingido por "chumbo quente", conforme uma nota da LCP sobre o conflito.
Agora, sob o nome de "União Agro Bahia" (UNAGRO), os latifundiários vêm expandindo seus ataques contra os povos indígenas em luta no estado com participação ativa dos aparatos de repressão do velho Estado. Se antes estavam cumprindo o papel de guarda-costas dos pistoleiros na guerra do latifúndio baiano contra os povos camponeses, os policiais agora tomam parte ativa na repressão das massas que lutam pelo sagrado direito à terra.
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