De Povos Indígenas no Brasil
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Notícias
Cultivo de cacau verde cresce 40%
12/05/2010
Fonte: OESP, Vida, p. A18
Cultivo de cacau verde cresce 40%
Grifes de chocolate já aderiram à tendência, que começa a ser seguida pelas multinacionais do ramo, como Kraft Foods e Mars
Andrea Vialli
Em breve, o consumidor brasileiro terá a opção de saborear chocolate com selo de sustentabilidade. De pequenas grifes de chocolate gourmet a grandes multinacionais do ramo, está crescendo o interesse pelo cacau com certificação da Rainforest Alliance, selo internacional que atesta boas práticas agrícolas, sociais e ambientais.
No Brasil, o movimento ainda é incipiente, mas a tendência já fez com que a certificação de lavouras de cacau com o selo Rainforest Alliance crescesse 39,6% no ano passado, em comparação com 2008.
Grifes de chocolate, como a Chocolat du Jour, aderiram à tendência: trouxeram ovos de Páscoa e produtos com alto teor de cacau referendados pelo selo verde. Gigantes do ramo, como Kraft Foods, Mars e Cadbury, estabeleceram metas globais para aumentar a presença do cacau certificado nos próximos anos, o que deve também ocorrer no Brasil.
"O cenário é propício porque as gigantes do setor querem aumentar sua oferta de chocolate com selo verde, pois isso começa a ser exigido pelo consumidor na Europa e nos EUA. Esse movimento também está começando no Brasil", explica Lineu Siqueira Júnior, coordenador de certificação agrícola e florestal do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), entidade responsável pela certificação Rainforest Alliance no Brasil. Segundo ele, em dez anos será comum encontrar, nas prateleiras dos supermercados, chocolates certificados.
Siqueira cita como exemplo a gigante do ramo de chocolates Mars. Em 2009, a empresa anunciou um compromisso global de ser 100% certificada até 2020 - o que significa adquirir 100 mil toneladas de cacau com selo nos próximos dez anos. A Kraft Foods, outra multinacional, que no Brasil é dona da marca Lacta, assumiu a meta de comprar 30 mil toneladas de cacau certificado até 2012. A suíça Nestlé também estuda o assunto, pois está há semanas na mira da ONG ambientalista Greenpeace. A multinacional é acusada de comprar óleo de palma de áreas devastadas da Indonésia para produzir chocolate.
Retomada. A ainda tímida, mas crescente, busca por chocolates com selo de origem está ajudando a reerguer no Brasil a cultura do cacau, que sofreu perdas milionárias com pragas como a vassoura-de-bruxa.
Atualmente, o Brasil produz cerca de 4% do cacau que o mundo consome. Mas o porcentual já foi mais expressivo. A Bahia, principal Estado produtor, chegou a cultivar 400 mil toneladas por ano. Hoje, de suas terras brotam 100 mil toneladas por ano. Estados amazônicos como Pará e Rondônia estão voltando a ter relevância nesse cenário: o Pará produz em torno de 40 mil toneladas por ano e as lavouras crescem a taxas anuais de 10%. Rondônia e Espírito Santo, outra região onde a cultura do cacau volta a respirar, respondem juntos por um cultivo anual de cerca de 3,2 mil toneladas.
"A cultura do cacau no Brasil ainda é pontuada por baixa produtividade, mas o selo verde pode ajudar a reverter esse padrão", diz Patrícia Moles, diretora da Delfi Cocoa, empresa com origem em Cingapura que atua no processamento do cacau. A empresa - que funciona como uma intermediária entre os produtores rurais e a indústria que consome a matéria-prima e a transforma em produtos como chocolates e derivados - conquistou neste ano o selo Rainforest Alliance para atender a demanda de gigantes como Mars e Kraft Foods.
A produção certificada sai direto do sul da Bahia, tradicional zona cacaueira que agora está se voltando para a certificação socioambiental.
Para entender
Auditoria comprova adesão a selo
O selo Rainforest Alliance tem reconhecimento em todo o mundo e comprova, por meio de auditorias independentes, que as práticas agrícolas não degradam o ambiente (solo, água e florestas) e que os agricultores envolvidos na cultura possuem condições dignas de trabalho e remuneração.
Entre os objetivos do selo estão reduzir a poluição e o consumo de água, diminuir a erosão do solo, proteger os hábitats de vida selvagem e produzir menos resíduos (aproveitando sobras como fertilizante natural). No caso do cacau, por ser uma cultura agroflorestal - o cacaueiro cresce na sombra de árvores -, não há desmate para produzir.
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100512/not_imp550484,0.php
Boas perspectivas entusiasmam produtores
A herança do auge do ciclo da produção do cacau ainda é forte no sul da Bahia, onde duas fazendas vêm se destacando no cultivo com o selo verde: a Vale do Juliana, em Igrapiúna, e a M. Libânio Agrícola, em Guandu. Juntas, possuem 800 hectares de cultivo de cacau certificados.
A cultura com selo verde criou uma alternativa de renda para os agricultores na região. Na Fazenda Vale do Juliana, mil pessoas vivem do cacau. "A certificação traz critérios rigorosos. Não é um sistema de exploração do agricultor", diz Leonardo Sorice, líder coordenador e integrador da Fazenda Vale do Juliana.
OESP, 12/05/2010, Vida, p. A18
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100512/not_imp550485,0.php
Grifes de chocolate já aderiram à tendência, que começa a ser seguida pelas multinacionais do ramo, como Kraft Foods e Mars
Andrea Vialli
Em breve, o consumidor brasileiro terá a opção de saborear chocolate com selo de sustentabilidade. De pequenas grifes de chocolate gourmet a grandes multinacionais do ramo, está crescendo o interesse pelo cacau com certificação da Rainforest Alliance, selo internacional que atesta boas práticas agrícolas, sociais e ambientais.
No Brasil, o movimento ainda é incipiente, mas a tendência já fez com que a certificação de lavouras de cacau com o selo Rainforest Alliance crescesse 39,6% no ano passado, em comparação com 2008.
Grifes de chocolate, como a Chocolat du Jour, aderiram à tendência: trouxeram ovos de Páscoa e produtos com alto teor de cacau referendados pelo selo verde. Gigantes do ramo, como Kraft Foods, Mars e Cadbury, estabeleceram metas globais para aumentar a presença do cacau certificado nos próximos anos, o que deve também ocorrer no Brasil.
"O cenário é propício porque as gigantes do setor querem aumentar sua oferta de chocolate com selo verde, pois isso começa a ser exigido pelo consumidor na Europa e nos EUA. Esse movimento também está começando no Brasil", explica Lineu Siqueira Júnior, coordenador de certificação agrícola e florestal do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), entidade responsável pela certificação Rainforest Alliance no Brasil. Segundo ele, em dez anos será comum encontrar, nas prateleiras dos supermercados, chocolates certificados.
Siqueira cita como exemplo a gigante do ramo de chocolates Mars. Em 2009, a empresa anunciou um compromisso global de ser 100% certificada até 2020 - o que significa adquirir 100 mil toneladas de cacau com selo nos próximos dez anos. A Kraft Foods, outra multinacional, que no Brasil é dona da marca Lacta, assumiu a meta de comprar 30 mil toneladas de cacau certificado até 2012. A suíça Nestlé também estuda o assunto, pois está há semanas na mira da ONG ambientalista Greenpeace. A multinacional é acusada de comprar óleo de palma de áreas devastadas da Indonésia para produzir chocolate.
Retomada. A ainda tímida, mas crescente, busca por chocolates com selo de origem está ajudando a reerguer no Brasil a cultura do cacau, que sofreu perdas milionárias com pragas como a vassoura-de-bruxa.
Atualmente, o Brasil produz cerca de 4% do cacau que o mundo consome. Mas o porcentual já foi mais expressivo. A Bahia, principal Estado produtor, chegou a cultivar 400 mil toneladas por ano. Hoje, de suas terras brotam 100 mil toneladas por ano. Estados amazônicos como Pará e Rondônia estão voltando a ter relevância nesse cenário: o Pará produz em torno de 40 mil toneladas por ano e as lavouras crescem a taxas anuais de 10%. Rondônia e Espírito Santo, outra região onde a cultura do cacau volta a respirar, respondem juntos por um cultivo anual de cerca de 3,2 mil toneladas.
"A cultura do cacau no Brasil ainda é pontuada por baixa produtividade, mas o selo verde pode ajudar a reverter esse padrão", diz Patrícia Moles, diretora da Delfi Cocoa, empresa com origem em Cingapura que atua no processamento do cacau. A empresa - que funciona como uma intermediária entre os produtores rurais e a indústria que consome a matéria-prima e a transforma em produtos como chocolates e derivados - conquistou neste ano o selo Rainforest Alliance para atender a demanda de gigantes como Mars e Kraft Foods.
A produção certificada sai direto do sul da Bahia, tradicional zona cacaueira que agora está se voltando para a certificação socioambiental.
Para entender
Auditoria comprova adesão a selo
O selo Rainforest Alliance tem reconhecimento em todo o mundo e comprova, por meio de auditorias independentes, que as práticas agrícolas não degradam o ambiente (solo, água e florestas) e que os agricultores envolvidos na cultura possuem condições dignas de trabalho e remuneração.
Entre os objetivos do selo estão reduzir a poluição e o consumo de água, diminuir a erosão do solo, proteger os hábitats de vida selvagem e produzir menos resíduos (aproveitando sobras como fertilizante natural). No caso do cacau, por ser uma cultura agroflorestal - o cacaueiro cresce na sombra de árvores -, não há desmate para produzir.
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100512/not_imp550484,0.php
Boas perspectivas entusiasmam produtores
A herança do auge do ciclo da produção do cacau ainda é forte no sul da Bahia, onde duas fazendas vêm se destacando no cultivo com o selo verde: a Vale do Juliana, em Igrapiúna, e a M. Libânio Agrícola, em Guandu. Juntas, possuem 800 hectares de cultivo de cacau certificados.
A cultura com selo verde criou uma alternativa de renda para os agricultores na região. Na Fazenda Vale do Juliana, mil pessoas vivem do cacau. "A certificação traz critérios rigorosos. Não é um sistema de exploração do agricultor", diz Leonardo Sorice, líder coordenador e integrador da Fazenda Vale do Juliana.
OESP, 12/05/2010, Vida, p. A18
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100512/not_imp550485,0.php
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