De Povos Indígenas no Brasil
Notícias
Governo acelera estudos das novas usinas nucleares
04/07/2008
Fonte: OESP, Economia, p. B7
Governo acelera estudos das novas usinas nucleares
Pressa decorre do aumento do custo da energia das termoelétricas decorrente do alto preço do petróleo
Lu Aiko Otta
A tendência de alta prolongada dos preços do petróleo - e, por conseqüência, dos custos da energia termoelétrica - estimulou o governo a acelerar os estudos para a instalação de usinas nucleares no País. Na quarta-feira, um grupo de ministros reuniu-se sob o comando da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, para iniciar a elaboração de um programa para a área.
Ontem, o Diário Oficial trouxe um decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva criando o Comitê de Desenvolvimento do Programa Nuclear Brasileiro, coordenado pela Casa Civil. Fazem parte também os Ministérios de Minas e Energia, Ciência e Tecnologia, Defesa, Meio Ambiente, Planejamento, Fazenda, Relações Exteriores e Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
O papel do comitê é fixar diretrizes e metas para o desenvolvimento do programa nuclear brasileiro e monitorar sua implementação.
Provavelmente, a construção das usinas só sairá do papel no próximo governo, dada a complexidade das discussões sobre o tema e o tempo necessário para a elaboração dos estudos de engenharia.
Um dos pontos em discussão é a quantidade de usinas que poderiam ser construídas. Estão sobre a mesa propostas para a instalação de quatro, seis ou oito unidades. Em janeiro, técnicos deverão iniciar as buscas por locais mais adequados para receber os projetos. A Região Nordeste, que tem um problema crônico de déficit de energia, é candidata a receber pelo menos uma usina.
A definição da quantidade de usinas dependerá, também, da disponibilidade de urânio e da tecnologia para utilizá-lo. A avaliação preliminar é que o Brasil não tem mineral suficiente para sustentar um grande número de usinas.
Para viabilizar os investimentos, o governo poderá abrir o setor à iniciativa privada. Essa proposta é defendida pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. No mês passado, ele disse em entrevista ao Estado que a idéia é permitir a participação do capital privado, de forma minoritária, na operação de usinas nucleares.
RESISTÊNCIA
O governo reconhece, também, que a energia nuclear tem uma imagem negativa na população e até mesmo em parte dos integrantes da equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os que são a favor das usinas nucleares avaliam, porém, que a tecnologia de segurança avançou bastante. O último grande acidente de vazamento de material radioativo, o da usina de Chernobyl, na época, na União Soviética, hoje, Ucrânia, ocorreu há 22 anos.
A decisão de construir a usina Angra 3, no Rio, levou anos de discussão no governo Lula por causa das resistências da então ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Inicialmente, também a ministra Dilma Rousseff era contrária ao projeto das usinas, por considerar que a tarifa da energia nuclear seria muito cara.
Essa preocupação, porém, foi desaparecendo à medida em que o crescimento da demanda por energia no País evoluiu mais rápido do que a oferta, elevando as tarifas. Nesse quadro, o preço da energia nuclear, embora ainda elevado em comparação ao da energia hidrelétrica, passou a ser considerado aceitável.
OESP, 04/07/2008, Economia, p. B7
Pressa decorre do aumento do custo da energia das termoelétricas decorrente do alto preço do petróleo
Lu Aiko Otta
A tendência de alta prolongada dos preços do petróleo - e, por conseqüência, dos custos da energia termoelétrica - estimulou o governo a acelerar os estudos para a instalação de usinas nucleares no País. Na quarta-feira, um grupo de ministros reuniu-se sob o comando da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, para iniciar a elaboração de um programa para a área.
Ontem, o Diário Oficial trouxe um decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva criando o Comitê de Desenvolvimento do Programa Nuclear Brasileiro, coordenado pela Casa Civil. Fazem parte também os Ministérios de Minas e Energia, Ciência e Tecnologia, Defesa, Meio Ambiente, Planejamento, Fazenda, Relações Exteriores e Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
O papel do comitê é fixar diretrizes e metas para o desenvolvimento do programa nuclear brasileiro e monitorar sua implementação.
Provavelmente, a construção das usinas só sairá do papel no próximo governo, dada a complexidade das discussões sobre o tema e o tempo necessário para a elaboração dos estudos de engenharia.
Um dos pontos em discussão é a quantidade de usinas que poderiam ser construídas. Estão sobre a mesa propostas para a instalação de quatro, seis ou oito unidades. Em janeiro, técnicos deverão iniciar as buscas por locais mais adequados para receber os projetos. A Região Nordeste, que tem um problema crônico de déficit de energia, é candidata a receber pelo menos uma usina.
A definição da quantidade de usinas dependerá, também, da disponibilidade de urânio e da tecnologia para utilizá-lo. A avaliação preliminar é que o Brasil não tem mineral suficiente para sustentar um grande número de usinas.
Para viabilizar os investimentos, o governo poderá abrir o setor à iniciativa privada. Essa proposta é defendida pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. No mês passado, ele disse em entrevista ao Estado que a idéia é permitir a participação do capital privado, de forma minoritária, na operação de usinas nucleares.
RESISTÊNCIA
O governo reconhece, também, que a energia nuclear tem uma imagem negativa na população e até mesmo em parte dos integrantes da equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os que são a favor das usinas nucleares avaliam, porém, que a tecnologia de segurança avançou bastante. O último grande acidente de vazamento de material radioativo, o da usina de Chernobyl, na época, na União Soviética, hoje, Ucrânia, ocorreu há 22 anos.
A decisão de construir a usina Angra 3, no Rio, levou anos de discussão no governo Lula por causa das resistências da então ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Inicialmente, também a ministra Dilma Rousseff era contrária ao projeto das usinas, por considerar que a tarifa da energia nuclear seria muito cara.
Essa preocupação, porém, foi desaparecendo à medida em que o crescimento da demanda por energia no País evoluiu mais rápido do que a oferta, elevando as tarifas. Nesse quadro, o preço da energia nuclear, embora ainda elevado em comparação ao da energia hidrelétrica, passou a ser considerado aceitável.
OESP, 04/07/2008, Economia, p. B7
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