De Povos Indígenas no Brasil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.

Noticias

Anvisa proíbe a propaganda e comércio da vacina do sapo

10/05/2004

Fonte: OESP, Geral, p. A7



Anvisa proíbe a propaganda e comércio da vacina do sapo
Feita à base de veneno usado por índios, ela virou tratamento alternativo no Norte

NILTON SALINA

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou a suspensão de toda propaganda sobre propriedades terapêuticas e medicinais da vacina do sapo, feita à base de um fortíssimo veneno. Também está providenciando a proibição do comércio da substância. A agência considera que o paciente que consome o produto está sujeito a sérios danos à saúde.
O veneno, usado pelos índios katukina, do Acre, para caçar e tratar doenças, está virando mania em Porto Velho, como prática de uma espécie de medicina alternativa. A substância é extraída na floresta da rã Philomedusa bicolor, o kambô.
Com um fino cipó em brasa, o "sapeiro" queima a pele do paciente e põe o veneno. O funcionário público Aminadabe Lima de Souza, de 37 anos, disse que a reação dura dez minutos. "Quando tomei, senti quentura, taquicardia e dores. Mas estava com úlcera e sarei. Os médicos custaram a acreditar."
A vacina foi levada da selva para a cidade nos anos 60 pelo seringueiro Francisco Gomes Muniz, já falecido. Ele viveu com os katukinas e aprendeu com o pajé a identificar a rã, que sai da toca em noites chuvosas. Não se deve tocar nela. É preciso arrancar a casca da árvore onde está o kambô.
Em lugar seguro, é preciso cutucar a rã, que expele uma espécie de espuma. A secreção é retirada pelo "sapeiro" e logo se cristaliza. Como há poucas rãs, elas são devolvidas à floresta. Além de usar a substância como remédio, os índios a colocam na ponta das flechas. Quando atingem um animal, a morte é quase imediata.
Até agora não se tem registro de que alguém tenha morrido nas mãos de algum "sapeiro", porque a vacina não é ministrada na corrente sanguínea.

OESP, 10/05/2004, Geral, p. A7
 

Las noticias publicadas en el sitio Povos Indígenas do Brasil (Pueblos Indígenas del Brasil) son investigadas en forma diaria a partir de fuentes diferentes y transcriptas tal cual se presentan en su canal de origen. El Instituto Socioambiental no se responsabiliza por las opiniones o errores publicados en esos textos. En el caso en el que Usted encuentre alguna inconsistencia en las noticias, por favor, póngase en contacto en forma directa con la fuente mencionada.