De Povos Indígenas no Brasil
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Todos devem pagar pela preservação da amazônia
27/10/2025
Fonte: FSP - https://www1.folha.uol.com.br/
Todos devem pagar pela preservação da amazônia
Incentivo financeiro para reflorestamento no agro é necessário para conter aquecimento global
Medida enfrenta tensão mundial, e gestã petista precisa demonstrar que é capaz de alocar recursos de forma técnica e responsável
27/11/2025
Para conter o aquecimento global, a humanidade precisa substituir os métodos que usa para gerar energia -da queima de combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás natural) para os modelos solar, eólico, hidrelétrico, de biomassa e nuclear.
Mas, como tal mudança tecnológica exige uma enorme e custosa adaptação estrutural, trata-se de medida de longo prazo. Deve-se aliá-la a iniciativas que contribuem de forma mais ágil para arrefecer a mudança climática, enquanto o mundo não alcança a plenitude em energia limpa.
Uma delas é o sistema de incentivo financeiro para captura natural de carbono -um fazendeiro, por exemplo, sendo pago por reflorestar uma área devastada, já que a vegetação absorve CO².
No Brasil, cujas emissões de CO² vêm majoritariamente do desmatamento e da agropecuária, essa medida é essencial tanto para preservar florestas e biodiversidade como para enfrentar o efeito estufa. Essencial não só no âmbito doméstico, mas global.
É o que afirma o economista americano Lars Peter Hansen, em entrevista à Folha. Prêmio Nobel de Economia de 2013, ele é coautor de um estudo que revela que o pagamento de US$ 25 (R$ 135) por tonelada de carbono capturado seria economicamente competitivo no Brasil para incentivar fazendeiros a trocar a pecuária pelo reflorestamento.
Segundo Hansen, trata-se de um custo baixo em relação ao do mercado europeu, de cerca de US$ 75 (R$ 405) por tonelada, e menor ainda quando se consideram os impactos da mudança climática. O tema será discutido na COP30, em Belém -Alexandre Scheinkman, um dos autores da pesquisa, é conselheiro da Cúpula do Clima deste ano.
Há grandes desafios, porém. Num mundo imerso em protecionismos e disputas comerciais, incitados sobretudo pelo presidente da nação mais rica do planeta, Donald Trump, acordos nesse sentido parecem improváveis.
Ademais, não basta convencer outros países de que é imperativo apoiar o reflorestamento na amazônia. O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) precisa demonstrar que é capaz de alocar recursos de forma técnica, segura e responsável e de promover articulação com agentes da política e do agronegócio sobre o tema.
Na gestão petista, houve redução no desmatamento, de 41,3% entre 2022 e 2024, ante o salto sob Jair Bolsonaro (PL), de 73,4% de 2019 a 2022. Até agora, contudo, apesar do discurso ambientalista, Lula não apresentou um plano robusto e factível para adaptação aos efeitos do aquecimento global, nem para contê-los.
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2025/10/todos-devem-pagar-pela-preservacao-da-amazonia.shtml
Incentivo financeiro para reflorestamento no agro é necessário para conter aquecimento global
Medida enfrenta tensão mundial, e gestã petista precisa demonstrar que é capaz de alocar recursos de forma técnica e responsável
27/11/2025
Para conter o aquecimento global, a humanidade precisa substituir os métodos que usa para gerar energia -da queima de combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás natural) para os modelos solar, eólico, hidrelétrico, de biomassa e nuclear.
Mas, como tal mudança tecnológica exige uma enorme e custosa adaptação estrutural, trata-se de medida de longo prazo. Deve-se aliá-la a iniciativas que contribuem de forma mais ágil para arrefecer a mudança climática, enquanto o mundo não alcança a plenitude em energia limpa.
Uma delas é o sistema de incentivo financeiro para captura natural de carbono -um fazendeiro, por exemplo, sendo pago por reflorestar uma área devastada, já que a vegetação absorve CO².
No Brasil, cujas emissões de CO² vêm majoritariamente do desmatamento e da agropecuária, essa medida é essencial tanto para preservar florestas e biodiversidade como para enfrentar o efeito estufa. Essencial não só no âmbito doméstico, mas global.
É o que afirma o economista americano Lars Peter Hansen, em entrevista à Folha. Prêmio Nobel de Economia de 2013, ele é coautor de um estudo que revela que o pagamento de US$ 25 (R$ 135) por tonelada de carbono capturado seria economicamente competitivo no Brasil para incentivar fazendeiros a trocar a pecuária pelo reflorestamento.
Segundo Hansen, trata-se de um custo baixo em relação ao do mercado europeu, de cerca de US$ 75 (R$ 405) por tonelada, e menor ainda quando se consideram os impactos da mudança climática. O tema será discutido na COP30, em Belém -Alexandre Scheinkman, um dos autores da pesquisa, é conselheiro da Cúpula do Clima deste ano.
Há grandes desafios, porém. Num mundo imerso em protecionismos e disputas comerciais, incitados sobretudo pelo presidente da nação mais rica do planeta, Donald Trump, acordos nesse sentido parecem improváveis.
Ademais, não basta convencer outros países de que é imperativo apoiar o reflorestamento na amazônia. O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) precisa demonstrar que é capaz de alocar recursos de forma técnica, segura e responsável e de promover articulação com agentes da política e do agronegócio sobre o tema.
Na gestão petista, houve redução no desmatamento, de 41,3% entre 2022 e 2024, ante o salto sob Jair Bolsonaro (PL), de 73,4% de 2019 a 2022. Até agora, contudo, apesar do discurso ambientalista, Lula não apresentou um plano robusto e factível para adaptação aos efeitos do aquecimento global, nem para contê-los.
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2025/10/todos-devem-pagar-pela-preservacao-da-amazonia.shtml
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