De Povos Indígenas no Brasil
Notícias
Carta de Mário Nicácio Wapichana sobre a violência constata da Raposa Serra do Sol
28/11/2004
Autor: Mário Wapichana
Fonte: Mário Wapichana
Amiga(o), Paz e Bem!
Quero por meio deste lhe informar que estou bem, porém sinto tristeza pelo ato desumano praticado contra o meu povo indígena na Terra Indígena Raposa Serra do Sol. Portanto, as 6:00 horas da manhã do dia 23 de novembro de 2004, iniciei o trabalho, juntamente com o coordenador do CIR, voltado a arrecadação de produtos alimentícios e outros para mandar aos moradores afetados pelo terrorismo nas comunidades de Jawari, Homologaão, Brilho do Sol, Insikiran e Taitai.
Após conseguir poucos produtos, partir das 11:00 da manhã fui para as comunidades. O meu sentimento dizia que deveríamos dar o troco mais brutal, mas tudo isso com certeza não serviria para a nossa organização e luta. Na viajem estive acompanhado de um casal de parentes, um senhora da OMIR e o motorista do CIR. Depois de 2 horas viajando, chegamos na primeira comunidade destruída, Taitai. Os parentes indígenas estavam lá, sem casa, comida, ferramentas e outros materiais necessários. Deixamos uma parte de colaboração e seguimos viajem. Após 20 minutos chegamos na comunidade Brilho do Sol localizada próxima a invasão do Coronel Wilson. Encontramos apenas mulheres e crianças também
sem casa, comida, roupas e outros. Algumas mulheres diziam que os terroristas chegaram na comunidade ao amanhecer, todos armados, mascarados e não ouviram os indígenas. Tocaram fogo na casa e ameaçaram as crianças e mulheres. Deixamos algumas colaborações e partimos. Com 20 minutos chegamos na comunidade de Homologação. Lá a situação era mais crítica, pois além de crianças e mulheres haviam grávidas. Em seguida chegamos em Jawari, local onde teve feridos. Destruíram as casas com tratores, motosserras, atearam gasolina e ameaçaram os moradores com armas de fogo. Os arrozeiros e assassinos, políticos e fazendeiros assassinos estavam presentes na destruição. A escola, posto de saúde, plantios foram afetadas e exterminadas. Os moradores dormiam embaixo de arvores e comiam algumas coisas que iam aparecendo com a oferta de amigos. As crianças estavam assustadas, tristes e doentes.
O que se pôde fazer talvez não foi o suficiente, mas acredito em nossa paciência, perseverança e luta , pois futuramente teremos alegria mesmo sendo mortos e ameaçados. Portanto, as 5 comunidades atendidas com o apoio do CIR esperamos que possam trabalhar novamente e assim ampliar o apoio junto com você que com certeza não está do lado dos assassinos e covardes. Por isso, com o meu estudo, trabalho, luta, perseverança, parceria, compromisso e amor com o meu povo vou mostrar a força que nós temos contra os vândalos de Roraima. Lutarei até o ultimo índio.
Nos espantaram com surpresa, mas isso não significa que vão nos espantar novamente. Quando os meus tuxauas me autorizarem a iniciar a luta com certeza seremos um feixe de vara bem firme.
Tudo isso é uma parte de relato, mas estaremos pronto para lhe contar pessoalmente no CIR ou até mesmo nas comunidades. Enfim, convido você a enviar este documento informando para alguma instituição ou amigos que queiram nos apoiar e assim denunciar o ato desumano praticado contra um povo indígena que nunca pensou de ameaçar a nação brasileira ou até povos existentes no Brasil.
Queremos apenas a HOMOLOGAÃO EM ÁREA CONTINUA DA TERRA INDIGENA RAPOSA SERRA DO SOL. Pense amigo ( a )! Queimaram as madeiras, as florestas, destruíram os trabalhos, mas não destruíram com os trabalhadores. "Eu sou criança, tenho esperança que a HOMOLOGAÃO estará em nossas mãos" disse Helcio de Souza, indígena da comunidade Brilho do Sol.
Quero por meio deste lhe informar que estou bem, porém sinto tristeza pelo ato desumano praticado contra o meu povo indígena na Terra Indígena Raposa Serra do Sol. Portanto, as 6:00 horas da manhã do dia 23 de novembro de 2004, iniciei o trabalho, juntamente com o coordenador do CIR, voltado a arrecadação de produtos alimentícios e outros para mandar aos moradores afetados pelo terrorismo nas comunidades de Jawari, Homologaão, Brilho do Sol, Insikiran e Taitai.
Após conseguir poucos produtos, partir das 11:00 da manhã fui para as comunidades. O meu sentimento dizia que deveríamos dar o troco mais brutal, mas tudo isso com certeza não serviria para a nossa organização e luta. Na viajem estive acompanhado de um casal de parentes, um senhora da OMIR e o motorista do CIR. Depois de 2 horas viajando, chegamos na primeira comunidade destruída, Taitai. Os parentes indígenas estavam lá, sem casa, comida, ferramentas e outros materiais necessários. Deixamos uma parte de colaboração e seguimos viajem. Após 20 minutos chegamos na comunidade Brilho do Sol localizada próxima a invasão do Coronel Wilson. Encontramos apenas mulheres e crianças também
sem casa, comida, roupas e outros. Algumas mulheres diziam que os terroristas chegaram na comunidade ao amanhecer, todos armados, mascarados e não ouviram os indígenas. Tocaram fogo na casa e ameaçaram as crianças e mulheres. Deixamos algumas colaborações e partimos. Com 20 minutos chegamos na comunidade de Homologação. Lá a situação era mais crítica, pois além de crianças e mulheres haviam grávidas. Em seguida chegamos em Jawari, local onde teve feridos. Destruíram as casas com tratores, motosserras, atearam gasolina e ameaçaram os moradores com armas de fogo. Os arrozeiros e assassinos, políticos e fazendeiros assassinos estavam presentes na destruição. A escola, posto de saúde, plantios foram afetadas e exterminadas. Os moradores dormiam embaixo de arvores e comiam algumas coisas que iam aparecendo com a oferta de amigos. As crianças estavam assustadas, tristes e doentes.
O que se pôde fazer talvez não foi o suficiente, mas acredito em nossa paciência, perseverança e luta , pois futuramente teremos alegria mesmo sendo mortos e ameaçados. Portanto, as 5 comunidades atendidas com o apoio do CIR esperamos que possam trabalhar novamente e assim ampliar o apoio junto com você que com certeza não está do lado dos assassinos e covardes. Por isso, com o meu estudo, trabalho, luta, perseverança, parceria, compromisso e amor com o meu povo vou mostrar a força que nós temos contra os vândalos de Roraima. Lutarei até o ultimo índio.
Nos espantaram com surpresa, mas isso não significa que vão nos espantar novamente. Quando os meus tuxauas me autorizarem a iniciar a luta com certeza seremos um feixe de vara bem firme.
Tudo isso é uma parte de relato, mas estaremos pronto para lhe contar pessoalmente no CIR ou até mesmo nas comunidades. Enfim, convido você a enviar este documento informando para alguma instituição ou amigos que queiram nos apoiar e assim denunciar o ato desumano praticado contra um povo indígena que nunca pensou de ameaçar a nação brasileira ou até povos existentes no Brasil.
Queremos apenas a HOMOLOGAÃO EM ÁREA CONTINUA DA TERRA INDIGENA RAPOSA SERRA DO SOL. Pense amigo ( a )! Queimaram as madeiras, as florestas, destruíram os trabalhos, mas não destruíram com os trabalhadores. "Eu sou criança, tenho esperança que a HOMOLOGAÃO estará em nossas mãos" disse Helcio de Souza, indígena da comunidade Brilho do Sol.
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