Óleo de Pequi do povo Kisêdjê do Xingu
O projeto Hwĩn Mbê de produção do Óleo de Pequi do Xingu é uma iniciativa do povo Kĩsêdjê do Xingu, com apoio do Instituto Socioambiental (ISA).
Com a palavra, os Kĩsêdjê:
Nós reconquistamos nosso território tradicional do povo Kĩsêdjê, a Terra Indígena Wawi, em 1998. Em nosso território haviam áreas desmatadas por fazendeiros que chegaram quando os irmãos Villas-Bôas nos levaram para o Parque Indígena do Xingu, em 1959.
Usamos o pequi para fazer a floresta de novo, com fruta que a gente consome. O pequi é natural, orgânico, não usa veneno, a gente pode usar à vontade. Plantamos nas roças e onde a floresta foi derrubada e aproveitamos para comer e tirar o óleo para passar na pele e pintar para as festas. Agora o pequi está sobrando, e começamos a tirar o óleo para comercializar. Esse trabalho fazemos só uma vez no ano, todo mundo junto, com um mutirão na época do pequi, de forma que não atrapalha a nossa convivência, cotidiano e atividades tradicionais. Essa atividade visa criar alternativas de trabalho e renda capazes de manter as próximas gerações na aldeia e na cultura tradicional nossa."
O óleo de pequi é usado na galinhada e no arroz com pequi, bem como em frituras e massas. É um azeite aromático em saladas e outros pratos. Com altos teores de vitaminas, ferro e fósforo, é chamado de “roupa do índio”, porque dá à pele um tom dourado, hidrata e nutre. A alta concentração de betacaroteno pró-vitamina A (107.000 U.I/100g.) absorve radiações ultravioletas e neutraliza radicais livres.