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Ministra Sônia Guajajara diz que 'recorde de presença indígena na COP 30 coloca povos originários no centro das decisões climáticas' em Belém

18/11/2025

Autor: Por Taymã Carneiro, g1 Pará - Belém

Fonte: G1 - https://g1.globo.com



Protagonizando linhas de frente em atos pelas ruas e com lideranças presentes dentro da Zona Azul, área restrita da ONU para negociações, indígenas do Brasil e de outros países buscam ser ouvidos em ações ligadas ao clima. Cerca de 5 mil estão em Belém, segundo ministra dos Povos Indígenas.

A ministra dos Povos Indígenas (MPI), Sônia Guajajara, afirmou em entrevista ao g1, que "a conferência do clima da ONU (COP 30) em Belém entrou para a história como a edição com maior participação indígena já registrada".

Segundo a pasta, são ao menos 5 mil indígenas circulando pela cidade, incluindo 3,5 mil hospedados na Aldeia COP, espaço montado em uma escola pública da Universidade Federal do Pará (UFPA) abrigando delegações de diferentes etnias. Dentre eles, quase 400 representantes estão credenciados na "Zona Azul", área restrita de negociações oficiais.

Na entrevista, a ministra falou sobre a COP 30 marcar uma "virada histórica no reconhecimento do papel dos povos originários na agenda climática".

"Essa presença indígena marca esta COP como a maior e melhor em participação e protagonismo dos povos indígenas. Pela primeira vez, a gente não está só presente: estamos no centro das decisões globais", afirmou Guajajara.
Em Belém, os indígenas têm protagonizado marchas e atos simbólicos em defesa do clima. Muitos, na linha de frente nos protestos pelas ruas, como no último sábado (15), na Marcha Global pelo Clima.

A ministra ressaltou que os povos indígenas são "guardiões do território, do meio ambiente e da vida", papel que precisa ser refletido nas negociações da cúpula.

Segundo ela, "o reconhecimento desse protagonismo é essencial para avançar em medidas globais de mitigação e adaptação às mudanças climáticas".

Para Sônia Guajajara, a COP 30 em Belém simboliza também um avanço político: a inclusão efetiva do conhecimento tradicional nos diálogos internacionais sobre o clima.

"São 10 anos do Acordo de Paris, que reconheceu o conhecimento indígena como conhecimento científico. Estamos aqui hoje trazendo essa contribuição como central para enfrentar a emergência climática", afirmou.

Ela defendeu que as soluções climáticas só serão justas se considerarem a regularização dos territórios indígenas e o combate ao racismo ambiental. "Não dá para tomar decisões de mitigação sem pensar justiça climática e os impactos diretos que essas comunidades já vivem", afirmou.

Na Aldeia COP, onde parte dos indígenas está hospedada, há espaço de moradia, debate e articulação. Ali, estão reunidas lideranças de todo o Brasil e também de outros países, local que também foi visitado pelo cacique Raoni Metuktire, uma liderança nacional entre os povos indígenas.

"Estar na Aldeia COP foi um momento de demonstrar apoio e fortalecer essa conexão entre povos indígenas, clima, meio ambiente, biodiversidade, cultura e direitos humanos", explicou Guajajara. "Tudo isso fortalece não apenas o debate ambiental, mas também a nossa democracia."
Com as discussões sobre desmatamento, justiça climática e direitos territoriais em destaque, Belém se consolida, segundo a ministra, como "símbolo da integração entre a Amazônia e o futuro das negociações globais sobre o planeta".

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