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 Índio deixa aldeia na fronteira do Amapá para viver namoro proibido com técnica em enfermagem

12/06/2017

Fonte: G1 g1.globo.com



Para viver uma história de amor, o índio Karipuna Raoni Forte, de 28 anos, precisou deixar a aleia onde cresceu e morava com a família, no Amapá, por ter sido proibido de namorar a técnica em enfermagem Núbia Evangelista, de 46 anos. O romance dos dois, que iniciou em março de 2012, passou por muitas dificuldades. Mas, nesta segunda-feria (12), quando é celebrado o Dia dos Namorados, o casal conta que só tem a comemorar, pois são cinco anos de felicidades juntos.

Núbia conta que à época em que conheceu o namorado, prestava serviço de saúde itinerante e havia sido enviada para a aldeia Galibi, que fica na fronteira entre a Guiana Francesa e o município de Oiapoque, a 590 quilômetros de Macapá. Em visitas aos lares, a técnica em enfermagem viu pela primeira vez Raoni, que foi apresentado a ela pela mãe dele.

Algumas semanas depois do primeiro contato, Núbia e Raoni resolveram se encontrar fora da aldeia para se conhecer melhor. Não demorou muito para outros indígenas descobrirem a relação entre os dois.

Foi a irmã do índio quem contou à técnica em enfermagem que ele estava apaixonado. Em meio a correira profissional e o amor, Núbia conta que quando foi convidada a almoçar na casa do namorado teve a certeza de que deveria apostar no relacionamento.

"Familiares do Raoni me convidaram para almoçar, e adivinha quem era o cozinheiro? Sim, era ele! Às vezes brinco que me conquistou pelo estômago. A comida foi peixe assado com um molho saboroso que só os indígenas sabem preparar", destacou Núbia.

Depois de alguns encontros escondidos, o cacique da aldeia teve conhecimento do casal e pediu por meio um documento o afastamento da profissional de saúde. O casal ficou abalado com a notícia.

Núbia foi transferida para outra aldeia, mas lembra que não conseguia esquecer Raoni. Ao abrir mão do emprego para se dedicar à faculdade de enfermagem, a mulher resolveu convidar o indígena para morar com ela em Macapá, convite que foi aceito de imediato.

Há mais de cinco anos na capital amapaense, Raoni trabalha como autônomo e espera Núbia se formar para também investir no ensino superior. O casal conta com o apoio de familiares e amigos para enfrentar o preconceito e outras dificuldades.

"Quando o cacique descobriu e me perguntou se estávamos juntos, eu disse a verdade. Com a minha saída da aldeia, eu fui trabalhar em outra área indígena, foi quando perguntei para o Raoni se ele me amava, a resposta foi um 'sim'. Eu chamei ele para viver comigo em Macapá, proposta que também foi aceita. Estamos juntos até hoje. Ele é meu índio", brincou a enfermeira.



http://g1.globo.com/ap/amapa/noticia/indio-deixa-aldeia-na-fronteira-do-amapa-para-viver-namoro-proibido-com-tecnica-em-enfermagem.ghtml
 

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