From Indigenous Peoples in Brazil
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Guarujá planeja parque arqueológico
01/04/2009
Fonte: OESP, Metropole, p. C12
Guarujá planeja parque arqueológico
Área da Serra do Guararu, onde há vestígios da época da colonização, seria transformada em ponto turístico
Rejane Lima
O projeto para a instalação daquele que pode ser o primeiro parque arqueológico do Estado de São Paulo deve ser concluído até o final do ano pela prefeitura do Guarujá, na Baixada Santista. A ideia é transformar a área na Serra do Guararu, onde há vestígios de construções da época da colonização, em um parque com museu e visitação monitorada.
No local, às margens do Canal da Bertioga, estão as muralhas de granito que um dia formaram o Forte São Felipe, os degraus e o arco da antiga Ermida de Santo Antônio e os tanques utilizados para estocar o óleo retirado na Armação das Baleias, uma das primeiras indústrias do País.
Além disso, a ideia é escavar e estudar parte dos 6 milhões de metros quadrados da serra para que se descubram outras ruínas hoje encobertas pela mata atlântica.
A criação de um parque na região é um antigo sonho do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que acabou de conseguir recursos entre R$ 70 mil e R$ 80 mil para a obra de estabilização e conservação de ruínas em uma área de 300 metros quadrados. "Mas já foram feitas dezenas de limpezas nessa área e três meses depois está tudo igual. É preciso dar início à implementação de um parque arqueológico da região, pois sem uso o trabalho de conservação não dura nada", explica o arquiteto do Iphan Victor Hugo Mori, ex-superintendente regional do órgão.
Mori afirma que desde 1998 há uma lei municipal no Guarujá que trata da implementação do parque, porém, a legislação nunca foi implementada.
"Pela primeira vez, senti um interesse da prefeitura, que é quem precisa coordenar a implementação do parque", afirmou o arquiteto, que se reuniu com a prefeita Maria Antonieta de Brito (PMDB), na semana passada.
Antes de qualquer outro passo, porém, o arquiteto afirma que são necessários estudos, projetos e pesquisa de arqueologia. A prefeita Maria Antonieta concorda. "Quando os técnicos (do Iphan) vieram com a perspectiva de fazer a recuperação da ermida e de todas aquelas ruínas históricas se abriu uma grande possibilidade para o município se organizar e trabalhar a criação do Parque Arqueológico da Serra do Guararu", disse. Ela já constituiu uma comissão com as secretarias de Turismo, Cultura, Assuntos Jurídicos e Meio Ambiente para desenvolver o projeto e buscar recursos estaduais e federais e utilizando a Lei Rouanet.
"Ainda não sabemos o modelo que vai ser construído com a comunidade, aproveitando os pequenos restaurantes caiçaras que existem ali. Queremos transformar esse parque em um ponto turístico significativo", afirmou a prefeita, que pretende aumentar a oferta de empregos para os moradores do local e envolver as universidades da região no desenvolvimento do projeto.
HISTÓRIA
Palco de grandes conflitos entre os índios tupiniquins (aliados dos colonizadores) e dos tupinambás, o Canal da Bertioga era o limite entre os territórios das duas tribos rivais. Foi ali, segundo alguns historiadores, e não a São Vicente, que Martim Afonso teria chegado, em 1532.
O arqueólogo Manoel Gonzalez afirma que essa é uma das áreas históricas do País com grande potencial para um trabalho arqueológico semelhante ao executado em outros países e cita as Arènes de Lutèce, as ruínas do Museu do Louvre e da Catedral de Notre-Dame, todas na França, onde atualmente faz sua pesquisa de pós-doutorado. "Entendemos que mais de 50% das ruínas estão soterradas, e somente com esse projeto teremos a verdadeira visão e respostas de muito que foi comentado e tentado imaginar."
No restante do terreno é possível identificar pelo menos duas importantes construções: a do Forte São Felipe e a da Armação de Baleias. Erguido em 1557, o forte teria sido ampliado e batizado de Forte de São João e, posteriormente, em 1970, de Forte São Luiz.
A fábrica que extraía o óleo de baleia utilizado na iluminação, calefação de embarcações e betume para a construção civil data de 1748. Acredita-se que a Armação da Baleia tenha chegado a ocupar 3 mil metros quadrados, com cais, rampas, armazéns e seis tanques de óleo para até cem baleias. A Ermida de Santo Antônio, cujos vestígios devem se transformar em uma das principais atrações do futuro parque, era a capela da antiga fábrica.
Na outra margem do canal, em Bertioga, fica a Fortaleza de São Tiago, ou Santiago, hoje chamado de Forte São João. Sua construção foi ordenada por D. João VI em 1551. Restaurado em 1945, o forte se tornou uma importante atração turística da cidade.
OESP, 01/04/2009, Metropole, p. C12
Área da Serra do Guararu, onde há vestígios da época da colonização, seria transformada em ponto turístico
Rejane Lima
O projeto para a instalação daquele que pode ser o primeiro parque arqueológico do Estado de São Paulo deve ser concluído até o final do ano pela prefeitura do Guarujá, na Baixada Santista. A ideia é transformar a área na Serra do Guararu, onde há vestígios de construções da época da colonização, em um parque com museu e visitação monitorada.
No local, às margens do Canal da Bertioga, estão as muralhas de granito que um dia formaram o Forte São Felipe, os degraus e o arco da antiga Ermida de Santo Antônio e os tanques utilizados para estocar o óleo retirado na Armação das Baleias, uma das primeiras indústrias do País.
Além disso, a ideia é escavar e estudar parte dos 6 milhões de metros quadrados da serra para que se descubram outras ruínas hoje encobertas pela mata atlântica.
A criação de um parque na região é um antigo sonho do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que acabou de conseguir recursos entre R$ 70 mil e R$ 80 mil para a obra de estabilização e conservação de ruínas em uma área de 300 metros quadrados. "Mas já foram feitas dezenas de limpezas nessa área e três meses depois está tudo igual. É preciso dar início à implementação de um parque arqueológico da região, pois sem uso o trabalho de conservação não dura nada", explica o arquiteto do Iphan Victor Hugo Mori, ex-superintendente regional do órgão.
Mori afirma que desde 1998 há uma lei municipal no Guarujá que trata da implementação do parque, porém, a legislação nunca foi implementada.
"Pela primeira vez, senti um interesse da prefeitura, que é quem precisa coordenar a implementação do parque", afirmou o arquiteto, que se reuniu com a prefeita Maria Antonieta de Brito (PMDB), na semana passada.
Antes de qualquer outro passo, porém, o arquiteto afirma que são necessários estudos, projetos e pesquisa de arqueologia. A prefeita Maria Antonieta concorda. "Quando os técnicos (do Iphan) vieram com a perspectiva de fazer a recuperação da ermida e de todas aquelas ruínas históricas se abriu uma grande possibilidade para o município se organizar e trabalhar a criação do Parque Arqueológico da Serra do Guararu", disse. Ela já constituiu uma comissão com as secretarias de Turismo, Cultura, Assuntos Jurídicos e Meio Ambiente para desenvolver o projeto e buscar recursos estaduais e federais e utilizando a Lei Rouanet.
"Ainda não sabemos o modelo que vai ser construído com a comunidade, aproveitando os pequenos restaurantes caiçaras que existem ali. Queremos transformar esse parque em um ponto turístico significativo", afirmou a prefeita, que pretende aumentar a oferta de empregos para os moradores do local e envolver as universidades da região no desenvolvimento do projeto.
HISTÓRIA
Palco de grandes conflitos entre os índios tupiniquins (aliados dos colonizadores) e dos tupinambás, o Canal da Bertioga era o limite entre os territórios das duas tribos rivais. Foi ali, segundo alguns historiadores, e não a São Vicente, que Martim Afonso teria chegado, em 1532.
O arqueólogo Manoel Gonzalez afirma que essa é uma das áreas históricas do País com grande potencial para um trabalho arqueológico semelhante ao executado em outros países e cita as Arènes de Lutèce, as ruínas do Museu do Louvre e da Catedral de Notre-Dame, todas na França, onde atualmente faz sua pesquisa de pós-doutorado. "Entendemos que mais de 50% das ruínas estão soterradas, e somente com esse projeto teremos a verdadeira visão e respostas de muito que foi comentado e tentado imaginar."
No restante do terreno é possível identificar pelo menos duas importantes construções: a do Forte São Felipe e a da Armação de Baleias. Erguido em 1557, o forte teria sido ampliado e batizado de Forte de São João e, posteriormente, em 1970, de Forte São Luiz.
A fábrica que extraía o óleo de baleia utilizado na iluminação, calefação de embarcações e betume para a construção civil data de 1748. Acredita-se que a Armação da Baleia tenha chegado a ocupar 3 mil metros quadrados, com cais, rampas, armazéns e seis tanques de óleo para até cem baleias. A Ermida de Santo Antônio, cujos vestígios devem se transformar em uma das principais atrações do futuro parque, era a capela da antiga fábrica.
Na outra margem do canal, em Bertioga, fica a Fortaleza de São Tiago, ou Santiago, hoje chamado de Forte São João. Sua construção foi ordenada por D. João VI em 1551. Restaurado em 1945, o forte se tornou uma importante atração turística da cidade.
OESP, 01/04/2009, Metropole, p. C12
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