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Após 20 anos, Sting e Raoni criticam obra no Rio Xingu

23/11/2009

Autor: Tahiane Stochero

Fonte: Diário de São Paulo, São Paulo, p. 1, 6



Documentos anexos


Após 20 anos, Sting e Raoni criticam obra no Rio Xingu
Cantor e cacique caiapó reclamam de construção no Pará

Tahiane Stochero
tahiane.stochero@diariosp.com.br

O cantor inglês Sting e o cacique caiapó Raoni se reencontraram ontem em São Paulo, 20 anos após conhecerem-se no Pará, para manifestar a posição, contrária dos índios à construção da hidrelétrica de Belo Monte. A obra de R$ 17,3 bilhões será erguida a partir de 2010 no Rio Xingu, no Pará. Sting esteve na capital para participar de um festival de música em defesa ao meio-ambiente.
Como em 1989, Sting e Raoni criticaram o fato de o Governo federal ter determinado o início das obras da hidrelétrica de Belo Monte sem consultar as comunidades indígenas da região. "Há 20 anos, quando estive no Pará, tive a intuição de que a floresta era importante para o mundo inteiro. Neste tempo, a ciência comprovou isso. Não posso intervir em assuntos do país, porque sou de fora, mas defendo que o povo brasileiro, e os índios, sejam ouvidos", disse o músico. Segundo o cacique, os índios não foram consultados formalmente sobre Belo Monte.
O projeto prevê que 100 quilômetros do Rio Xingu sejam desviados para a construção da barragem, dificultando a sobrevivência dos índios. "Respeitamos o Governo e só queremos ser ouvidos. Quero uma terra para meus filhos e netos viverem" afirma Raoni. "O presidente Lula me disse que não iria assinar a autorização para a construção", disse.
"O Governo precisa encontrar um modelo de desenvolvimento econômico que proteja os índios. Falta vontade política", conclui Sting.


Sucessos debaixo de chuva

Cerca de 14 mil pessoas estiveram ontem à noite na Chácara do Jockey para o show do cantor inglês Sting. O ex-líder do The Police entrou no palco por volta das 21h de baixo de forte chuva. Mesmo assim, mostrou que está em forma e conseguiu levantar o público com sucessos como "English man in New York".
A cada música, o artista agradecia aos paulistanos, em bom português, e afirmava estar com saudade do Brasil.
O público tentava não perder o bom-humor com as muitas poças d'água e a lama. A forte chuva que caiu no sábado alagou o local. "Acho um absurdo pagar R$ 200 por um ingresso e não ter condições mínimas para assistir a uma apresentação", criticou o publicitário Enrico Sessarego, de 54 anos.
Sting não se esmoreceu com a chuva uva e empolgou o público. O sucesso "Roxanne", do The Police, encerrou o show. Em "Fragile" no bis, o cacique Raoni subiu ao palco e cantou, na língua dos caiapós, o refrão da música ao lado do inglês.
Antes, o americano Jason Mraz esquentou a platéia. Em "Lucky", Sandy dividiu o micro fone com o artista. "Já conhecia o trabalho dele e fiquei feliz quando fui chamada para cantar ao seu lado", disse ela.

Diário de São Paulo, 23/11/2009, São Paulo, p. 1, 6
 

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