From Indigenous Peoples in Brazil
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News
Ecobags lutam por mercado de R$ 500 milhões
18/10/2009
Fonte: O Globo, Economia, p. 33
Ecobags lutam por mercado de R$ 500 milhões
Fabricantes de bolsas ecológicas multiplicam cifras de negócios e incomodam produtores de sacolinhas plásticas
Henrique Gomes Bati
Por trás de um debate ecológico sobre o uso de sacolas de compras no comércio brasileiro, há um setor que movimenta cerca de meio bilhão de reais por ano. A guerra por esse dinheiro está mais acirrada que nunca. De um lado, os produtores de sacolas ecológicas - biodegradáveis, recicladas ou retornáveis -, que começam a gerar negócios milionários e veem suas vendas se multiplicarem a cada mês. Do outro, a indústria plástica, que não quer perder a produção de 15 bilhões de sacolinhas por ano e que parte para o contra-ataque, prometendo produtos mais eficientes e conscientização do consumidor.
Os grupos Wal-Mart, Pão de Açúcar e Carrefour já venderam, juntos, quase quatro milhões de sacolas, o que deve ter representado negócios de cerca de R$ 15 milhões. Se o número parece pequeno frente aos bilhões de sacolinhas plásticas, o crescimento das vendas das ecobags mostra um potencial relevante para os próximos anos.
A Ecologic Pack, de Oliveiras (MG), vende com um mês de antecedência sua produção diária de cinco mil sacolas de algodão, recicladas de PET, ráfia ou juta. Com faturamento anual de R$ 6 milhões, já planeja dobrar a produção em 2010.
- Grandes empresas como o Wal-Mart não param de nos encomendar, mas há muito espaço para crescer, principalmente quando o consumidor sempre sair de casa com sua sacola ecológica, para as compras de última hora - afirma Fernando Mascarenhas, diretor Industrial da empresa.
Juta busca diferencial como produto amazônico
O mesmo ocorre com a Companhia Têxtil de Castanhal (CTC), maior produtora de juta das Américas. Ela prevê dobrar sua produção de sacolas em 2010, quando chegará a 400 mil unidades. As ecobags representam apenas 0,5% de seu faturamento anual de R$ 60 milhões - ou seja, R$ 300 mil por ano -, mas isso será multiplicado: - Em cinco anos, movimentaremos R$ 3 milhões somente na nossa venda de tela direta para produtores de sacolas, sem contar a juta que vendemos no atacado e que vira ecobags - afirma Flávio Junqueira Smith, diretor-superintendente da empresa, sediada no Pará.
A juta tenta ganhar espaço no mercado com o argumento social. A fibra é produzida na baixa dos rios amazônicos sem afetar o meio ambiente. Para Smith, isso ajuda a população ribeirinha, que não vai para as cidades e não desmata a floresta.
A Santa Clara Ecobags, criada há um ano e meio em Tubarão (SC), está com sua capacidade de produção de sacolas de algodão no máximo.
- Nossa meta era fazer 200 sacolas por mês, mas estamos produzindo agora 15 mil - afirma a ex-advogada Juliana Genovez Beckauser, que desistiu da profissão pelas sacolas.
Os supermercados também estão se mobilizando. O WalMart dá descontos de três centavos a cada sacolinha de plástica economizada e já distribuiu R$ 360 mil aos seus clientes por esse programa.
- Vamos reduzir nosso consumo de sacolinhas em 50% até 2013 - afirma Christianne Urioste, diretora de Sustentabilidade da rede, que já vendeu dois milhões de ecobags brasileiras.
Supermercados preveem fim das sacolinhas até 2015
O Pão de Açúcar, com um programa semelhante, já vendeu 1,2 milhão de ecobags. O Carrefour, que contabiliza vendas de 700 mil sacolas recicladas, feitas no Vietnã, espera oferecer produtos nacionais em suas lojas em 2010. Ausente das lojas francesas há dois anos, as sacolinhas plásticas deixarão os supermercados brasileiros do grupo no Brasil em 2015. A diferença no prazo, para Paulo Pianez, diretor de Sustentabilidade da firma, devese a questões culturais.
Plástico ataca com sacola ´turbo`
Estratégia prevê também conscientização dos clientes
Uma sacola plástica mais resistente, que reduz o desperdício, é a principal arma das empresas do setor. Alfredo Schmitt, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis (Abief), acredita que as sacolinhas certificadas pelo Inmetro vão garantir uma redução de até 20% no consumo das embalagens: - Os governos não têm de fazer leis para abolir as sacolinhas, mas seguir o exemplo gaúcho, que tem lei para só ter sacola certificada.
O setor está promovendo campanhas educativas e publicitárias por meio de seu braço de pesquisas, a Plastivida.
- O problema não é a sacolinha, é seu mau uso. Ela é indispensável ao país - afirma Paulo Dacolina, presidente da entidade.
Ele diz que 100% das famílias das classes D e E embalam seus lixos com as sacolinhas, reutilizando o produto.
Sussumu Honda, presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), crê que o setor vai buscar novas tecnologias. Ele descarta a sacola oxidegradável, que apenas reduz o plástico em partículas mínimas.
- No futuro poderemos ter o plástico vegetal, a partir de uma bactéria que se alimenta de plástico e de uma maior reciclagem do produto - diz. (H.G.B.)
O Globo, 18/10/2009, Economia, p. 33
Fabricantes de bolsas ecológicas multiplicam cifras de negócios e incomodam produtores de sacolinhas plásticas
Henrique Gomes Bati
Por trás de um debate ecológico sobre o uso de sacolas de compras no comércio brasileiro, há um setor que movimenta cerca de meio bilhão de reais por ano. A guerra por esse dinheiro está mais acirrada que nunca. De um lado, os produtores de sacolas ecológicas - biodegradáveis, recicladas ou retornáveis -, que começam a gerar negócios milionários e veem suas vendas se multiplicarem a cada mês. Do outro, a indústria plástica, que não quer perder a produção de 15 bilhões de sacolinhas por ano e que parte para o contra-ataque, prometendo produtos mais eficientes e conscientização do consumidor.
Os grupos Wal-Mart, Pão de Açúcar e Carrefour já venderam, juntos, quase quatro milhões de sacolas, o que deve ter representado negócios de cerca de R$ 15 milhões. Se o número parece pequeno frente aos bilhões de sacolinhas plásticas, o crescimento das vendas das ecobags mostra um potencial relevante para os próximos anos.
A Ecologic Pack, de Oliveiras (MG), vende com um mês de antecedência sua produção diária de cinco mil sacolas de algodão, recicladas de PET, ráfia ou juta. Com faturamento anual de R$ 6 milhões, já planeja dobrar a produção em 2010.
- Grandes empresas como o Wal-Mart não param de nos encomendar, mas há muito espaço para crescer, principalmente quando o consumidor sempre sair de casa com sua sacola ecológica, para as compras de última hora - afirma Fernando Mascarenhas, diretor Industrial da empresa.
Juta busca diferencial como produto amazônico
O mesmo ocorre com a Companhia Têxtil de Castanhal (CTC), maior produtora de juta das Américas. Ela prevê dobrar sua produção de sacolas em 2010, quando chegará a 400 mil unidades. As ecobags representam apenas 0,5% de seu faturamento anual de R$ 60 milhões - ou seja, R$ 300 mil por ano -, mas isso será multiplicado: - Em cinco anos, movimentaremos R$ 3 milhões somente na nossa venda de tela direta para produtores de sacolas, sem contar a juta que vendemos no atacado e que vira ecobags - afirma Flávio Junqueira Smith, diretor-superintendente da empresa, sediada no Pará.
A juta tenta ganhar espaço no mercado com o argumento social. A fibra é produzida na baixa dos rios amazônicos sem afetar o meio ambiente. Para Smith, isso ajuda a população ribeirinha, que não vai para as cidades e não desmata a floresta.
A Santa Clara Ecobags, criada há um ano e meio em Tubarão (SC), está com sua capacidade de produção de sacolas de algodão no máximo.
- Nossa meta era fazer 200 sacolas por mês, mas estamos produzindo agora 15 mil - afirma a ex-advogada Juliana Genovez Beckauser, que desistiu da profissão pelas sacolas.
Os supermercados também estão se mobilizando. O WalMart dá descontos de três centavos a cada sacolinha de plástica economizada e já distribuiu R$ 360 mil aos seus clientes por esse programa.
- Vamos reduzir nosso consumo de sacolinhas em 50% até 2013 - afirma Christianne Urioste, diretora de Sustentabilidade da rede, que já vendeu dois milhões de ecobags brasileiras.
Supermercados preveem fim das sacolinhas até 2015
O Pão de Açúcar, com um programa semelhante, já vendeu 1,2 milhão de ecobags. O Carrefour, que contabiliza vendas de 700 mil sacolas recicladas, feitas no Vietnã, espera oferecer produtos nacionais em suas lojas em 2010. Ausente das lojas francesas há dois anos, as sacolinhas plásticas deixarão os supermercados brasileiros do grupo no Brasil em 2015. A diferença no prazo, para Paulo Pianez, diretor de Sustentabilidade da firma, devese a questões culturais.
Plástico ataca com sacola ´turbo`
Estratégia prevê também conscientização dos clientes
Uma sacola plástica mais resistente, que reduz o desperdício, é a principal arma das empresas do setor. Alfredo Schmitt, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis (Abief), acredita que as sacolinhas certificadas pelo Inmetro vão garantir uma redução de até 20% no consumo das embalagens: - Os governos não têm de fazer leis para abolir as sacolinhas, mas seguir o exemplo gaúcho, que tem lei para só ter sacola certificada.
O setor está promovendo campanhas educativas e publicitárias por meio de seu braço de pesquisas, a Plastivida.
- O problema não é a sacolinha, é seu mau uso. Ela é indispensável ao país - afirma Paulo Dacolina, presidente da entidade.
Ele diz que 100% das famílias das classes D e E embalam seus lixos com as sacolinhas, reutilizando o produto.
Sussumu Honda, presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), crê que o setor vai buscar novas tecnologias. Ele descarta a sacola oxidegradável, que apenas reduz o plástico em partículas mínimas.
- No futuro poderemos ter o plástico vegetal, a partir de uma bactéria que se alimenta de plástico e de uma maior reciclagem do produto - diz. (H.G.B.)
O Globo, 18/10/2009, Economia, p. 33
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