From Indigenous Peoples in Brazil
The printable version is no longer supported and may have rendering errors. Please update your browser bookmarks and please use the default browser print function instead.

News

CNA acusa Ana Júlia de omissão

21/04/2009

Fonte: OESP, Nacional, p. A9



CNA acusa Ana Júlia de omissão
Confederação afirma que governadora do Pará é conivente com ação de sem-terra contra fazendeiros

A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) acusou ontem o governo do Pará de ser tolerante e conivente com a violência de sem-terra contra fazendeiros. Em nota, a entidade acusou a governadora Ana Júlia Carepa (PT) de adotar uma política de "deliberada omissão". Por isso, enviará representação à Procuradoria-Geral da República para que o Supremo Tribunal Federal (STF) determine intervenção no Estado.

Um confronto armado, no sábado à tarde, deixou oito feridos na região de Xinguara e Eldorado dos Carajás, no sul do Estado. Enfrentaram-se militantes do Movimento dos Sem-Terra (MST) e seguranças contratados pela Fazenda Castanhais, da Agropecuária Santa Bárbara, do grupo do banqueiro Daniel Dantas.

Segundo os relatos, quatro jornalistas e uma advogada foram mantidos reféns pelo MST e usados como "escudo humano". A CNA alega que as autoridades, "a despeito de terem recebido a missão constitucional de manter a ordem pública e cumprir as leis, convivem amigavelmente com movimentos que desprezam" a lei.

A Associação Nacional de Jornais (ANJ) também divulgou nota na qual "repudia com veemência" o que chamou de "ação criminosa" do MST.

O texto, assinado pelo vice-presidente da entidade, Júlio César Mesquita, vai além: "É injustificável e condenável sob todos os aspectos que se atente dessa forma contra a integridade física das pessoas, num revoltante descaso com a vida humana. Além disso, os integrantes do MST atentaram contra o livre exercício do jornalismo, aterrorizando profissionais que cobriam o evento com objetivo de informar à sociedade."

CRÍTICAS

Já o secretário de Segurança Pública do Pará, Geraldo Araújo, criticou a demora do governo federal na reforma agrária, o que levaria ao cenário de violência. "Está comprovada a ineficácia dos órgãos da União", afirmou. "Não basta retirar as famílias e colocá-las às margens de estradas, porque elas retomam a terra logo que a polícia vai embora", insistiu.

O desembargador aposentado Otávio Marcelino Maciel, ouvidor agrário estadual, pensa de maneira diferente. Para ele, o confronto armado de sábado "era previsível" e o Estado "deveria ter investido em ações preventivas", o que não ocorreu.

Ontem, a polícia começou a interrogar os envolvidos no confronto. Os dois lados fazem acusações mútuas de agressão e nenhum deles assume a responsabilidade pelo começo dos tiros.

Líderes sem-terra negaram ontem, em entrevista e depois por nota, que o grupo estivesse armado. Rejeitaram, ainda, a informação sobre reféns.

O MST informou que o grupo tinha "instrumentos de trabalho". Admitiu, porém, que um posseiro - mas de outro acampamento - portava uma espingarda. Para o movimento, houve "tentativa de massacre".

OESP, 21/04/2009, Nacional, p. A9
 

The news items published by the Indigenous Peoples in Brazil site are researched daily from a variety of media outlets and transcribed as presented by their original source. ISA is not responsible for the opinios expressed or errors contained in these texts. Please report any errors in the news items directly to the source