From Indigenous Peoples in Brazil
News
Umuarama quer retorno de ÍNDIOS xetás
18/11/2001
Autor: OSMAR NUNES
Fonte: Gazeta do Povo-Curitiba-PR
Tribo em extinção tem apenas oito remanescentes e poucos mantêm o conhecimento da língua
A única representante do grupo que estava na cidade passava fome até receber ajuda
Setores da comunidade de Umuarama estão mobilizados para trazer de volta a tribo indígena que habitava a região, os xetás. Essa comunidade indígena vivia isolada onde hoje estão situados os municípios de Umuarama, Cruzeiro do Oeste, Douradina, Icaraíma e Ivaté. Do grupo de aproximadamente 300 ÍNDIOS sobreviveram à colonização iniciada em 1949 apenas oito pessoas, além de outras 28 que têm algum parentesco com os antigos xetás. Eles vivem no Paraná, São Paulo e Santa Catarina.
A única sobrevivente da tribo que continua em Umuarama é Maria Rosa Tiguá Brasil, 51 anos. Ela foi encontrada sem comida e sem água, há três meses, na pequena casa de construção antiga com três cômodos de madeira e alvenaria, na região central da cidade. O fornecimento de energia elétrica havia sido suspenso há mais de duas semanas.
Um professor particular, que prefere não ter seu nome divulgado, foi quem encontrou a índia na miséria. Ele arrecadou R$ 200,00 para pagar as contas de luz atrasadas e comprou alimentos. O aluguel é pago pela Prefeitura.
Tiguá, como é conhecida, teve de abandonar a profissão de doméstica por causa de uma alergia nas mãos. Sem emprego e sem outro tipo de renda, ela espera pela doação de material de crochê para confeccionar roupas e vendê-las. "Só assim poderei ganhar algum dinheiro", disse. Ela também espera pela aposentadoria, cujo processo está sendo encaminhado pela Funai.
Segundo a assessoria especial para Assuntos Indígenas no governo do Paraná, há outras duas mulheres e cinco homens xetás puros. Uma índia mora em São Bernardo do Campo (SP) e outra na aldeia Marreca dos Índios, em Turvo e Guarapuava. Dois ÍNDIOS moram na aldeia Rio das Cobras, no Sudoeste, um vive em São Jerônimo da Serra, um é policial militar em Pitanga e o outro é auxiliar de enfermagem na reserva de Chapecó (SC). Quatro ÍNDIOS ainda falam a língua xetá, que tem traços do tupi-guarani.
Reunir os oito ÍNDIOS xetá e seus familiares numa propriedade rural perto de Umuarama é o objetivo de um estudo de viabilidade de reagrupamento, realizado recentemente pela Assessoria Especial para Assuntos Indígenas no Paraná.
O coordenador do estudo, Edívio Battisteli, garante que a proposta de reagrupamento está avançando. Há demora porque o projeto precisa de fundamentação antropológica e vai envolver o Incra e a Funai num trabalho coordenado pelo Ministério da Justiça, que dependerá da sanção presidencial.
Battisteli informou que, atualmente, o projeto está na fase de identificação e delimitação da área. O trabalho está sendo desenvolvido por um grupo com a coordenação da atropóloga da Universidade Federal do Paraná Carmem Lúcia da Silva.
‹ Serviço: O acervo referente aos xetás está no Museu Paranaense, Secretaria Estadual da Cultura e Fundação Cultural de Umuarama.
A única representante do grupo que estava na cidade passava fome até receber ajuda
Setores da comunidade de Umuarama estão mobilizados para trazer de volta a tribo indígena que habitava a região, os xetás. Essa comunidade indígena vivia isolada onde hoje estão situados os municípios de Umuarama, Cruzeiro do Oeste, Douradina, Icaraíma e Ivaté. Do grupo de aproximadamente 300 ÍNDIOS sobreviveram à colonização iniciada em 1949 apenas oito pessoas, além de outras 28 que têm algum parentesco com os antigos xetás. Eles vivem no Paraná, São Paulo e Santa Catarina.
A única sobrevivente da tribo que continua em Umuarama é Maria Rosa Tiguá Brasil, 51 anos. Ela foi encontrada sem comida e sem água, há três meses, na pequena casa de construção antiga com três cômodos de madeira e alvenaria, na região central da cidade. O fornecimento de energia elétrica havia sido suspenso há mais de duas semanas.
Um professor particular, que prefere não ter seu nome divulgado, foi quem encontrou a índia na miséria. Ele arrecadou R$ 200,00 para pagar as contas de luz atrasadas e comprou alimentos. O aluguel é pago pela Prefeitura.
Tiguá, como é conhecida, teve de abandonar a profissão de doméstica por causa de uma alergia nas mãos. Sem emprego e sem outro tipo de renda, ela espera pela doação de material de crochê para confeccionar roupas e vendê-las. "Só assim poderei ganhar algum dinheiro", disse. Ela também espera pela aposentadoria, cujo processo está sendo encaminhado pela Funai.
Segundo a assessoria especial para Assuntos Indígenas no governo do Paraná, há outras duas mulheres e cinco homens xetás puros. Uma índia mora em São Bernardo do Campo (SP) e outra na aldeia Marreca dos Índios, em Turvo e Guarapuava. Dois ÍNDIOS moram na aldeia Rio das Cobras, no Sudoeste, um vive em São Jerônimo da Serra, um é policial militar em Pitanga e o outro é auxiliar de enfermagem na reserva de Chapecó (SC). Quatro ÍNDIOS ainda falam a língua xetá, que tem traços do tupi-guarani.
Reunir os oito ÍNDIOS xetá e seus familiares numa propriedade rural perto de Umuarama é o objetivo de um estudo de viabilidade de reagrupamento, realizado recentemente pela Assessoria Especial para Assuntos Indígenas no Paraná.
O coordenador do estudo, Edívio Battisteli, garante que a proposta de reagrupamento está avançando. Há demora porque o projeto precisa de fundamentação antropológica e vai envolver o Incra e a Funai num trabalho coordenado pelo Ministério da Justiça, que dependerá da sanção presidencial.
Battisteli informou que, atualmente, o projeto está na fase de identificação e delimitação da área. O trabalho está sendo desenvolvido por um grupo com a coordenação da atropóloga da Universidade Federal do Paraná Carmem Lúcia da Silva.
‹ Serviço: O acervo referente aos xetás está no Museu Paranaense, Secretaria Estadual da Cultura e Fundação Cultural de Umuarama.
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