From Indigenous Peoples in Brazil
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News
Mulheres do povo de recente contato Juma vêm a Brasília apresentar demandas de seu território
04/12/2025
Fonte: Funai - https://www.gov.br
A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) recebeu na quarta-feira (3), em Brasília, três mulheres indígenas de recente contato do povo Juma, da Terra Indígena (TI) Juma, localizada no município de Canutama, no sul do Amazonas. As indígenas são a continuação da linhagem de resistência do povo.
Elas foram recebidas pela presidenta da Funai, Joenia Wapichana; a diretora de Proteção Territorial, Janete Carvalho; a diretora de Administração e Gestão, Mislene Metchacuna; e a equipe técnica da autarquia.
O deslocamento das lideranças Juma até Brasília foi para tratar de demandas referentes à terra indígena de 38 mil hectares que ocupam. Além da Funai, o trio ainda foi recebido no Ministério dos Povos Indígenas (MPI), na Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) e no Ministério da Educação (MEC).
"Queríamos aproveitar a oportunidade para trazer nossas demandas e ter nossos direitos reconhecidos. Precisamos falar com autoridades do MPI e da Funai. Somos mulheres e tomamos a decisão de vir a Brasília porque temos reivindicações sobre nosso território e queremos falar por nós, sem que outros tragam nossa fala para cá", afirmou a vice-cacica Maytá Juma.
Entre as pautas apresentadas na Funai, estavam demandas administrativas relacionadas às unidades que atendem os povos indígenas na região. Os povos indígenas isolados e de recente contato são atendidos por Coordenações de Frentes de Proteção Etnoambiental (CFPEs), unidades especializadas nesse atendimento, vinculadas à Coordenação-Geral de Indígenas Isolados e de Recente Contato (CGIIRC), da Diretoria de Proteção Territorial (DPT).
Com a reestruturação da Funai, as CFPEs passaram a contar com 54 Unidades Avançadas (UAs) - antes chamadas de Coordenações Técnicas Locais (CTLs) - as quais se encontram em fase de reorganização e implementação. A solicitação das mulheres Juma é que o atendimento permaneça com a CFPE Madeira Purus.
As indígenas também ressaltaram a importância do respeito à sua autonomia para o bem-viver em seus territórios. A presidenta Joenia Wapichana reafirmou o compromisso da Funai em manter o diálogo permanente com as mulheres Juma, buscando soluções conjuntas para as demandas apresentadas e fortalecendo as ações de proteção territorial.
Histórico
Ainda no século 18, o povo Juma tinha aproximadamente entre 12 e 15 mil pessoas. Ao longo dos séculos foram vítimas da colonização portuguesa e da presença de seringueiros e garimpeiros responsáveis por seguidos massacres que dizimaram sua população.
O último episódio de massacre foi no de 1964, no rio Assuã, na bacia do rio Purus, e foi cometido por comerciantes interessados na sorva e na castanha presentes no território Juma. Na ocasião foram assassinadas mais de 60 pessoas, sendo sete o número de sobreviventes.
Um casal de norte-americanos do Summer Institute of Linguistics (SIL) teve contato com os Juma em 1965, um ano após o massacre do povo indígena do qual sobreviveu Amoim Aruká.
Nos anos 1980, a Funai registrou contato com o povo Juma e, em 1998, os indígenas foram realocados pela Funai para a aldeia Jamari do povo Uru-Eu-Wau-Wau. A homologação do território foi decretada em 2004, mas o retorno para a Terra Indígena Juma ocorreu somente em 2013.
Mesmo diante da possibilidade de extinção, os sobreviventes testemunharam o repovoamento nos anos 2000, uma vez que os Juma foram se casando com indígenas Uru-Eu-Wau-Wau, que também se comunicam com a língua Kagwahiva.
Aruká Juma era o último homem do povo indígena Juma, mas faleceu de covid em 2021, deixando as filhas Borea, Maytá e Mandei como as únicas sobreviventes do povo.
Povos de recente contato
A Funai considera "de recente contato" aqueles povos ou grupos indígenas que mantêm relações de contato permanente e/ou intermitente com segmentos da sociedade nacional e que, independentemente do tempo de contato, apresentam singularidades em sua relação com a sociedade nacional e seletividade (autonomia) na incorporação de bens e serviços.
São, portanto, grupos que mantêm fortalecidas as suas formas de organização social e suas dinâmicas coletivas próprias e que definem sua relação com o Estado e a sociedade nacional com alto grau de autonomia.
https://www.gov.br/funai/pt-br/assuntos/noticias/2025/mulheres-do-povo-de-recente-contato-juma-vem-a-brasilia-apresentar-demandas-de-seu-territorio
Elas foram recebidas pela presidenta da Funai, Joenia Wapichana; a diretora de Proteção Territorial, Janete Carvalho; a diretora de Administração e Gestão, Mislene Metchacuna; e a equipe técnica da autarquia.
O deslocamento das lideranças Juma até Brasília foi para tratar de demandas referentes à terra indígena de 38 mil hectares que ocupam. Além da Funai, o trio ainda foi recebido no Ministério dos Povos Indígenas (MPI), na Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) e no Ministério da Educação (MEC).
"Queríamos aproveitar a oportunidade para trazer nossas demandas e ter nossos direitos reconhecidos. Precisamos falar com autoridades do MPI e da Funai. Somos mulheres e tomamos a decisão de vir a Brasília porque temos reivindicações sobre nosso território e queremos falar por nós, sem que outros tragam nossa fala para cá", afirmou a vice-cacica Maytá Juma.
Entre as pautas apresentadas na Funai, estavam demandas administrativas relacionadas às unidades que atendem os povos indígenas na região. Os povos indígenas isolados e de recente contato são atendidos por Coordenações de Frentes de Proteção Etnoambiental (CFPEs), unidades especializadas nesse atendimento, vinculadas à Coordenação-Geral de Indígenas Isolados e de Recente Contato (CGIIRC), da Diretoria de Proteção Territorial (DPT).
Com a reestruturação da Funai, as CFPEs passaram a contar com 54 Unidades Avançadas (UAs) - antes chamadas de Coordenações Técnicas Locais (CTLs) - as quais se encontram em fase de reorganização e implementação. A solicitação das mulheres Juma é que o atendimento permaneça com a CFPE Madeira Purus.
As indígenas também ressaltaram a importância do respeito à sua autonomia para o bem-viver em seus territórios. A presidenta Joenia Wapichana reafirmou o compromisso da Funai em manter o diálogo permanente com as mulheres Juma, buscando soluções conjuntas para as demandas apresentadas e fortalecendo as ações de proteção territorial.
Histórico
Ainda no século 18, o povo Juma tinha aproximadamente entre 12 e 15 mil pessoas. Ao longo dos séculos foram vítimas da colonização portuguesa e da presença de seringueiros e garimpeiros responsáveis por seguidos massacres que dizimaram sua população.
O último episódio de massacre foi no de 1964, no rio Assuã, na bacia do rio Purus, e foi cometido por comerciantes interessados na sorva e na castanha presentes no território Juma. Na ocasião foram assassinadas mais de 60 pessoas, sendo sete o número de sobreviventes.
Um casal de norte-americanos do Summer Institute of Linguistics (SIL) teve contato com os Juma em 1965, um ano após o massacre do povo indígena do qual sobreviveu Amoim Aruká.
Nos anos 1980, a Funai registrou contato com o povo Juma e, em 1998, os indígenas foram realocados pela Funai para a aldeia Jamari do povo Uru-Eu-Wau-Wau. A homologação do território foi decretada em 2004, mas o retorno para a Terra Indígena Juma ocorreu somente em 2013.
Mesmo diante da possibilidade de extinção, os sobreviventes testemunharam o repovoamento nos anos 2000, uma vez que os Juma foram se casando com indígenas Uru-Eu-Wau-Wau, que também se comunicam com a língua Kagwahiva.
Aruká Juma era o último homem do povo indígena Juma, mas faleceu de covid em 2021, deixando as filhas Borea, Maytá e Mandei como as únicas sobreviventes do povo.
Povos de recente contato
A Funai considera "de recente contato" aqueles povos ou grupos indígenas que mantêm relações de contato permanente e/ou intermitente com segmentos da sociedade nacional e que, independentemente do tempo de contato, apresentam singularidades em sua relação com a sociedade nacional e seletividade (autonomia) na incorporação de bens e serviços.
São, portanto, grupos que mantêm fortalecidas as suas formas de organização social e suas dinâmicas coletivas próprias e que definem sua relação com o Estado e a sociedade nacional com alto grau de autonomia.
https://www.gov.br/funai/pt-br/assuntos/noticias/2025/mulheres-do-povo-de-recente-contato-juma-vem-a-brasilia-apresentar-demandas-de-seu-territorio
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