From Indigenous Peoples in Brazil
News
Livro registra saberes e práticas dos beiradeiros da Terra do Meio
26/10/2017
Fonte: ISA - https://www.socioambiental.org
Erguer a casa, cuidar da criação, cortar seringa, quebrar castanha, pescar, caçar, furar copaíba, extrair óleos, trançar palha de babaçu e cipós, festejar, curar, fazer canoa. Estes são alguns exemplos do cotidiano de centenas de beiradeiros que vivem às margens dos rios Iriri e Riozinho do Anfrísio, no Pará.
Com o objetivo de registrar essas práticas - e os saberes associados à elas e a este universo, o ISA se juntou a estas comunidades ribeirinhas da Terra do Meio, mosaico de áreas protegidas que abriga uma enorme diversidade socioambiental, para ajudá-las a organizar as informações sobre seu patrimônio cultural.
Após três anos de trabalho, o resultado é o livro Terra do Meio | Xingu, os saberes e práticas dos beiradeiros do Rio Iriri e Riozinho do Anfrísio. Construído em conjunto com 15 pesquisadores beiradeiros, coordenado pela antropóloga Anna Maria Andrade, do ISA, o livro foi publicado neste mês de outubro. "A importância do trabalho com os pesquisadores foi evidenciar a riqueza desse patrimônio cultural e essas identidades múltiplas", conta Andrade. São 523 páginas com mais de 400 imagens - entre fotografias e ilustrações feitas pelos pesquisadores.
A publicação registra a existência de uma economia diversificada, com conhecimentos e práticas que garantem uma sustentabilidade econômica aos ribeirinhos e que compõe o modo de vida beiradeiro: "Beiradeiros são ao mesmo tempo seringueiros, castanheiros, gateiros, garimpeiros, pescadores, quebradores de coco, caçadores, e também agricultores, copaibeiros, andirobeiros, canoeiros, rezadores, parteiras, construtores e artesãos", diz o texto. "Eles vão assumindo identidades múltiplas de acordo com as atividades. Ser beiradeiro é tudo isso", explica Andrade.
A equipe de pesquisadores entrevistou mais de 80 pessoas de localidades dentro e fora das Reservas Extrativistas, além de beiradeiros que hoje vivem nas cidades de Altamira e Trairão. São depoimentos que contam histórias de vida, percepções do ambiente, descrições de atividades extrativistas e agrícolas, manejo dos produtos, caça, pesca, festejos e as relações que formam as redes de sociabilidade e parentesco existentes entre as famílias da região.
As diversas categorias de classificação dos espaços e a profunda percepção das dinâmicas ecológicas da floresta e do rio expressam um conhecimento profundo sobre o território. No livro, os nomes dos mais variados tipos de peixes, formigas, plantas, produtos e lugares trazem em si a história dos beiradeiros e do beiradão.
Pesquisadores do beiradão
O livro contou com o envolvimento de 15 pesquisadores beiradeiros, participantes do Curso de Gestão Territorial. Foi neste curso, realizado ao longo de cinco anos, que a temática e conteúdo do livro foram debatidos: "O que não pode faltar num livro sobre o modo de vida e a história dos ribeirinhos da Terra do Meio?", foi a pergunta norteadora.
Os pesquisadores formularam as perguntas relativas a cada tema e realizaram entrevistas em suas próprias localidades e em regiões próximas, fazendo uso de equipamentos de áudio, fotografia e GPS, compartilhando os resultados em reuniões ao longo da pesquisa.
Com a pesquisa, os jovens puderam acessar conhecimentos e práticas dos mais velhos, garantindo a transmissão dessas informações - fundamental para a manutenção e valorização desse repertório. "O inventário permitiu aos pesquisadores aprofundar o conhecimento sobre sua própria história e percepções sobre seu território, além de identificar a variabilidade nos modos de fazer existentes na região", diz o texto.
ISA no beiradão
Há mais de dez anos trabalhando na região da Terra do Meio, o Instituto Socioambiental vem desenvolvimento um trabalho com ribeirinhos das Reservas Extrativistas Rio Xingu, Rio Iriri e Riozinho do Anfrísio e com comunidades indígenas da região. Juntos, buscam construir soluções para a economia extrativista local e fortalecer a proteção e gestão do território.
https://www.socioambiental.org/pt-br/blog/blog-do-xingu/livro-registra-saberes-e-praticas-dos-beiradeiros-da-terra-do-meio
Com o objetivo de registrar essas práticas - e os saberes associados à elas e a este universo, o ISA se juntou a estas comunidades ribeirinhas da Terra do Meio, mosaico de áreas protegidas que abriga uma enorme diversidade socioambiental, para ajudá-las a organizar as informações sobre seu patrimônio cultural.
Após três anos de trabalho, o resultado é o livro Terra do Meio | Xingu, os saberes e práticas dos beiradeiros do Rio Iriri e Riozinho do Anfrísio. Construído em conjunto com 15 pesquisadores beiradeiros, coordenado pela antropóloga Anna Maria Andrade, do ISA, o livro foi publicado neste mês de outubro. "A importância do trabalho com os pesquisadores foi evidenciar a riqueza desse patrimônio cultural e essas identidades múltiplas", conta Andrade. São 523 páginas com mais de 400 imagens - entre fotografias e ilustrações feitas pelos pesquisadores.
A publicação registra a existência de uma economia diversificada, com conhecimentos e práticas que garantem uma sustentabilidade econômica aos ribeirinhos e que compõe o modo de vida beiradeiro: "Beiradeiros são ao mesmo tempo seringueiros, castanheiros, gateiros, garimpeiros, pescadores, quebradores de coco, caçadores, e também agricultores, copaibeiros, andirobeiros, canoeiros, rezadores, parteiras, construtores e artesãos", diz o texto. "Eles vão assumindo identidades múltiplas de acordo com as atividades. Ser beiradeiro é tudo isso", explica Andrade.
A equipe de pesquisadores entrevistou mais de 80 pessoas de localidades dentro e fora das Reservas Extrativistas, além de beiradeiros que hoje vivem nas cidades de Altamira e Trairão. São depoimentos que contam histórias de vida, percepções do ambiente, descrições de atividades extrativistas e agrícolas, manejo dos produtos, caça, pesca, festejos e as relações que formam as redes de sociabilidade e parentesco existentes entre as famílias da região.
As diversas categorias de classificação dos espaços e a profunda percepção das dinâmicas ecológicas da floresta e do rio expressam um conhecimento profundo sobre o território. No livro, os nomes dos mais variados tipos de peixes, formigas, plantas, produtos e lugares trazem em si a história dos beiradeiros e do beiradão.
Pesquisadores do beiradão
O livro contou com o envolvimento de 15 pesquisadores beiradeiros, participantes do Curso de Gestão Territorial. Foi neste curso, realizado ao longo de cinco anos, que a temática e conteúdo do livro foram debatidos: "O que não pode faltar num livro sobre o modo de vida e a história dos ribeirinhos da Terra do Meio?", foi a pergunta norteadora.
Os pesquisadores formularam as perguntas relativas a cada tema e realizaram entrevistas em suas próprias localidades e em regiões próximas, fazendo uso de equipamentos de áudio, fotografia e GPS, compartilhando os resultados em reuniões ao longo da pesquisa.
Com a pesquisa, os jovens puderam acessar conhecimentos e práticas dos mais velhos, garantindo a transmissão dessas informações - fundamental para a manutenção e valorização desse repertório. "O inventário permitiu aos pesquisadores aprofundar o conhecimento sobre sua própria história e percepções sobre seu território, além de identificar a variabilidade nos modos de fazer existentes na região", diz o texto.
ISA no beiradão
Há mais de dez anos trabalhando na região da Terra do Meio, o Instituto Socioambiental vem desenvolvimento um trabalho com ribeirinhos das Reservas Extrativistas Rio Xingu, Rio Iriri e Riozinho do Anfrísio e com comunidades indígenas da região. Juntos, buscam construir soluções para a economia extrativista local e fortalecer a proteção e gestão do território.
https://www.socioambiental.org/pt-br/blog/blog-do-xingu/livro-registra-saberes-e-praticas-dos-beiradeiros-da-terra-do-meio
The news items published by the Indigenous Peoples in Brazil site are researched daily from a variety of media outlets and transcribed as presented by their original source. ISA is not responsible for the opinios expressed or errors contained in these texts. Please report any errors in the news items directly to the source