From Indigenous Peoples in Brazil
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FAS desenvolve ações de conscientização e cidadania na Resex do Rio Gregório
18/07/2017
Autor: Alik Menezes
Fonte: A Crítica - http://www.acritica.com/
Uma das 42 UCs estaduais de mais difícil acesso no Amazonas recebeu oficinas sobre mudanças climáticas na semana passada durante o 2o Encontro de Jovens da região
Moradores da Reserva Extrativista (Resex) do Rio Gregório, zona rural do Município de Eirunepé (a 725 quilômetros de Manaus), participaram de atividades de mobilização para a conservação florestal e acesso aos direitos da criança e do adolescente neste mês.
Uma das 42 Unidades de Conservação (UCs) estaduais de mais difícil acesso no Amazonas recebeu oficinas sobre mudanças climáticas na semana passada durante o 2o Encontro de Jovens da região. No total, as ações mobilizaram 170 famílias, residentes em 27 localidades isoladas.
Localizada entre Ipixuna e Eirunepé, extremo sudoeste do Amazonas, a Resex tem seus 427 mil hectares marcados pela conservação da biodiversidade: quase intocada, a vegetação abriga espécies que só existem naquela região, como o macaco-bigodeiro (Saguinus fuscicollis melanoleucus) e o macaco-parauacu (Saguinus imperator subgriscenses).
Segundo o coordenador da Regional Juruá-Jutaí da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), Marcelo Castro, um dos principais fatores pelos quais a reserva mantém 99,2% de sua floresta preservada (dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) é também o maior desafio para quem vive ali: a dificuldade de acesso.
"A comunidade Mochila é mais facilmente acessada via o Estado do Acre, são três horas de carro pela BR-364, em péssimas condições, de Cruzeiro do Sul a Vila São Vicente em Tarauacá (ponte do rio Gregório), mais sete horas descendo o Rio Gregório, em um canoão com motor rabeta, até chegarmos à comunidade", relatou.
As atividades abrangem cerca de 170 famílias que moram em comunidades espalhadas em toda a reserva. Descendentes dos seringueiros que ocuparam o rio durante o período da borracha, os moradores da Resex hoje trabalham em cadeias de produtos da floresta, apoiadas por projetos como o Programa Bolsa Floresta (PBF), liderados pela Fundação Amazonas Sustentável (FAS) e financiados pelo Fundo Amazônia/BNDES com apoio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema).
Alternativa
Farinha, pesca e roçados são algumas das cadeias produtivas desenvolvidas pelos moradores, que desde a criação da reserva, em 2010, assinaram um termo de compromisso de gerar renda sem derrubar a floresta. Com o objetivo de entender as demandas e apoiar o desenvolvimento dessas pessoas, a FAS e Sema realizaram este mês diversas oficinas na comunidade de Mochila.
Os moradores discutiram alternativas e investimentos para desenvolver a produção na região, elegendo a cadeia produtiva da farinha como prioridade para investimentos. A partir da decisão participativa, a previsão de entrega de infraestrutura de 18 casas de farinha higienizadas. A partir dessas discussões, foram realizadas oficinas que 'empoderaram' os comunitários da Reserva sobre mudanças climáticas, serviços ambiental e logística.
"A decisão dos comunitários em investir em infraestrutura e tecnologia de melhoria de produção e qualidade da farinha diminui a pressão por áreas de cultivo, e agrega maior valor ao produto. A farinha aqui é importante para reduzir desmatamento e valorizar a floresta em pé", explicou Marcelo
Troca de experiências
A reunião dos moradores na comunidade Mochila também foi uma oportunidade para trocar ideias sobre o futuro da região. O 2o Encontro de Jovens da Resex do Rio Gregório, evento organizado pelo programa Desenvolvimento Integral de Crianças e Adolescentes Ribeirinhos do Amazonas (DICARA), aconteceu simultaneamente e contou com a presença de 94 jovens que representaram 14 comunidades.
Com idades entre 8 e 18 anos, os participantes foram estimulados a sonhar com suas comunidades no futuro e desenvolver suas habilidades de comunicação para serem protagonistas locais. O evento buscou estimular os jovens a sonhar com suas comunidades no futuro; desenvolver as habilidades de comunicação e oralidade dos participantes; e formar grupos de jovens nas comunidades da RESEX do Rio Gregório.
Pacto
"A Oficina Monitoramento Ambiental da FAS e Sema busca sensibilizar sobre as consequências do desmatamento e queimada, e apresenta os dados de desmatamento e focos de calor da Amazônia, do Amazonas e da UC entre 2010 e 2016. A principal forma de se evitar o desmatamento a degradação na reserva foi pactuada com a aquisição de novas tecnologias para as roças e, principalmente, a implementação da técnica de aceiros." Valcleia Solidade, coordenadora-geral do Programa Bolsa Floresta.
"Nossa associação de comunitários nunca conseguiu fazer uma reunião com representantes de tantas comunidades. Esses eventos e o apoio da Fundação foram essenciais para definirmos juntos como podemos crescer", afirma Valcenir Marques, presidente da associação de moradores da Reserva .
Segundo ele, a definição conjunta da farinha como cadeia prioritária foi um passo essencial para o crescimento de todos.
"Acredito que as casas de farinha bem equipadas vão melhorar a qualidade da nossa farinha, além de produzirmos com mais. Com certeza vai gerar renda e fortalecer a gente da Reserva."
http://www.acritica.com/channels/cotidiano/news/fas-desenvolve-acoes-de-conscientizacao-e-cidadania-na-resex-do-rio-gregorio
Moradores da Reserva Extrativista (Resex) do Rio Gregório, zona rural do Município de Eirunepé (a 725 quilômetros de Manaus), participaram de atividades de mobilização para a conservação florestal e acesso aos direitos da criança e do adolescente neste mês.
Uma das 42 Unidades de Conservação (UCs) estaduais de mais difícil acesso no Amazonas recebeu oficinas sobre mudanças climáticas na semana passada durante o 2o Encontro de Jovens da região. No total, as ações mobilizaram 170 famílias, residentes em 27 localidades isoladas.
Localizada entre Ipixuna e Eirunepé, extremo sudoeste do Amazonas, a Resex tem seus 427 mil hectares marcados pela conservação da biodiversidade: quase intocada, a vegetação abriga espécies que só existem naquela região, como o macaco-bigodeiro (Saguinus fuscicollis melanoleucus) e o macaco-parauacu (Saguinus imperator subgriscenses).
Segundo o coordenador da Regional Juruá-Jutaí da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), Marcelo Castro, um dos principais fatores pelos quais a reserva mantém 99,2% de sua floresta preservada (dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) é também o maior desafio para quem vive ali: a dificuldade de acesso.
"A comunidade Mochila é mais facilmente acessada via o Estado do Acre, são três horas de carro pela BR-364, em péssimas condições, de Cruzeiro do Sul a Vila São Vicente em Tarauacá (ponte do rio Gregório), mais sete horas descendo o Rio Gregório, em um canoão com motor rabeta, até chegarmos à comunidade", relatou.
As atividades abrangem cerca de 170 famílias que moram em comunidades espalhadas em toda a reserva. Descendentes dos seringueiros que ocuparam o rio durante o período da borracha, os moradores da Resex hoje trabalham em cadeias de produtos da floresta, apoiadas por projetos como o Programa Bolsa Floresta (PBF), liderados pela Fundação Amazonas Sustentável (FAS) e financiados pelo Fundo Amazônia/BNDES com apoio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema).
Alternativa
Farinha, pesca e roçados são algumas das cadeias produtivas desenvolvidas pelos moradores, que desde a criação da reserva, em 2010, assinaram um termo de compromisso de gerar renda sem derrubar a floresta. Com o objetivo de entender as demandas e apoiar o desenvolvimento dessas pessoas, a FAS e Sema realizaram este mês diversas oficinas na comunidade de Mochila.
Os moradores discutiram alternativas e investimentos para desenvolver a produção na região, elegendo a cadeia produtiva da farinha como prioridade para investimentos. A partir da decisão participativa, a previsão de entrega de infraestrutura de 18 casas de farinha higienizadas. A partir dessas discussões, foram realizadas oficinas que 'empoderaram' os comunitários da Reserva sobre mudanças climáticas, serviços ambiental e logística.
"A decisão dos comunitários em investir em infraestrutura e tecnologia de melhoria de produção e qualidade da farinha diminui a pressão por áreas de cultivo, e agrega maior valor ao produto. A farinha aqui é importante para reduzir desmatamento e valorizar a floresta em pé", explicou Marcelo
Troca de experiências
A reunião dos moradores na comunidade Mochila também foi uma oportunidade para trocar ideias sobre o futuro da região. O 2o Encontro de Jovens da Resex do Rio Gregório, evento organizado pelo programa Desenvolvimento Integral de Crianças e Adolescentes Ribeirinhos do Amazonas (DICARA), aconteceu simultaneamente e contou com a presença de 94 jovens que representaram 14 comunidades.
Com idades entre 8 e 18 anos, os participantes foram estimulados a sonhar com suas comunidades no futuro e desenvolver suas habilidades de comunicação para serem protagonistas locais. O evento buscou estimular os jovens a sonhar com suas comunidades no futuro; desenvolver as habilidades de comunicação e oralidade dos participantes; e formar grupos de jovens nas comunidades da RESEX do Rio Gregório.
Pacto
"A Oficina Monitoramento Ambiental da FAS e Sema busca sensibilizar sobre as consequências do desmatamento e queimada, e apresenta os dados de desmatamento e focos de calor da Amazônia, do Amazonas e da UC entre 2010 e 2016. A principal forma de se evitar o desmatamento a degradação na reserva foi pactuada com a aquisição de novas tecnologias para as roças e, principalmente, a implementação da técnica de aceiros." Valcleia Solidade, coordenadora-geral do Programa Bolsa Floresta.
"Nossa associação de comunitários nunca conseguiu fazer uma reunião com representantes de tantas comunidades. Esses eventos e o apoio da Fundação foram essenciais para definirmos juntos como podemos crescer", afirma Valcenir Marques, presidente da associação de moradores da Reserva .
Segundo ele, a definição conjunta da farinha como cadeia prioritária foi um passo essencial para o crescimento de todos.
"Acredito que as casas de farinha bem equipadas vão melhorar a qualidade da nossa farinha, além de produzirmos com mais. Com certeza vai gerar renda e fortalecer a gente da Reserva."
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