From Indigenous Peoples in Brazil
News
Fundo quer investir até US$ 500 mi em pecuária sustentável no MT
08/12/2015
Fonte: Valor Econômico, Internacional, p. A11
Fundo quer investir até US$ 500 mi em pecuária sustentável no MT
Por Assis Moreira
O fundo britânico Althelia Climate Fund planeja investir entre US$ 200 milhões e US$ 500 milhões em pecuária sustentável no Mato Grosso até 2017, estimando que pode ter rendimento anual entre 10% e 15% - comparado a rendimento quase nulo atualmente nos países desenvolvidos nos investimentos normais.
O plano do fundo ilustra como investir em portfólio descarbonizado, ou seja, em fazer pecuária sem desmatamento é comercialmente viável e pode render bons lucros. O Anthelia investiu recentemente 12 milhões de euros num programa pecuário no Mato Grosso para restaurar 10 mil hectares de pastagem degradada e diversificar a produção de gado, preparado pelo Instituto Centro de Vida (ICV) e pela Pecsa (Pecuária Sustentável da Amazônia).
Com dinheiro de investidores como Credit Suisse e Banco Europeu de Desenvolvimento Econômico, o fundo financia o capital para a Pecsa e será remunerado com a venda do gado. A expectativa é de quadruplicar a produção bovina por hectare, de forma sustentável, sem desmatamento, assegurando rastreabilidade etc.
"Estamos pensando em retorno de até 15% por ano, mas há riscos", pondera Juan Aybar, diretor para América Latina. "Somos o primeiro fundo europeu fazendo isso no Brasil. E não há experiência de agrupar fazendeiros na região nesse tipo de projeto."
Para o diretor do fundo, Sylvain Goupille, quanto mais o programa inicial for bem implementado, maior o retorno competitivo. "O interesse dos investidores é grande e por isso apostamos em chegar a cerca de US$ 500 milhões."
"Estamos fazendo um piloto comercial e a ideia é pegar 200 mil hectares, pelo menos, nos próximos anos", diz Aybar.
Representantes de fundos, organizações climáticas e não governamentais acompanharam em Paris o governador do Mato Grosso, Pedro Taques, fazer o anúncio do compromisso de erradicar o desmatamento ilegal até 2020, dez anos antes do prazo estabelecido pelo governo federal.
A meta visa barrar a retomada no desmatamento no Estado verificada no último ano, que totalizou 40% a mais, atingindo 1.508 km2 de floresta, segundo dados recentes divulgados pelo Ministério do Meio Ambiente.
O governador Taques sabe que terá de buscar dinheiro junto a governo federal, fundos de investimentos estrangeiros e iniciativa privada para acabar com o desmatamento ilegal no novo prazo. O custo é de pelo menos R$ 2 bilhões, sem falar do resto de seu projeto ambiental, que pode custar R$ 39 bilhões em 15 anos.
Numa ilustração da dificuldade, ele lembrou que o Fundo Amazônia, administrado pelo governo, aprovou R$ 35 milhões para o Mato Grosso, dos quais apenas R$ 2,5 milhões foram desembolsados até agora para combater o desmatamento.
O Mato Grosso quer transformar 6 milhões de hectares de pastagens com baixo rendimento em áreas de alta produtividade, compostas por 3 milhões de hectares de plantio de grãos, 2,5 milhões de pecuária e 500 mil de floresta plantada.
O Acre também fez evento próprio, em que o governador Tião Viana anunciou o mesmo compromisso.
Entre julho de 2014 e agosto de 2015, o Estado diz ter reduzido 10% do desmatamento, indo na contramão dos outros Estados, que juntos aumentaram a perda de florestas em 16%. Os dois governadores assinaram a meta mais tarde, na embaixada brasileira.
Para a entidade holandesa IDH (The Sustainable Trade Iniciative), que procura aproximar compradores europeus e fornecedores brasileiros de matérias-primas que respeitam o meio ambiente, o potencial de investimento privado é grande na pecuária do Mato Grosso, dependendo da implementação do que é prometido. "Dá para alavancar pelo menos US$ 1 bilhão para os projetos", afirmou Lucian Peppelenbos, da IDH.
A companhia de eletricidade francesa EDF também mostrou interesse em participar de projetos ambientais no Brasil.
Valor Econômico, 08/12/2015, Internacional, p. A11
http://www.valor.com.br/internacional/4346112/fundo-quer-investir-ate-us-500-mi-em-pecuaria-sustentavel-no-mt#
Por Assis Moreira
O fundo britânico Althelia Climate Fund planeja investir entre US$ 200 milhões e US$ 500 milhões em pecuária sustentável no Mato Grosso até 2017, estimando que pode ter rendimento anual entre 10% e 15% - comparado a rendimento quase nulo atualmente nos países desenvolvidos nos investimentos normais.
O plano do fundo ilustra como investir em portfólio descarbonizado, ou seja, em fazer pecuária sem desmatamento é comercialmente viável e pode render bons lucros. O Anthelia investiu recentemente 12 milhões de euros num programa pecuário no Mato Grosso para restaurar 10 mil hectares de pastagem degradada e diversificar a produção de gado, preparado pelo Instituto Centro de Vida (ICV) e pela Pecsa (Pecuária Sustentável da Amazônia).
Com dinheiro de investidores como Credit Suisse e Banco Europeu de Desenvolvimento Econômico, o fundo financia o capital para a Pecsa e será remunerado com a venda do gado. A expectativa é de quadruplicar a produção bovina por hectare, de forma sustentável, sem desmatamento, assegurando rastreabilidade etc.
"Estamos pensando em retorno de até 15% por ano, mas há riscos", pondera Juan Aybar, diretor para América Latina. "Somos o primeiro fundo europeu fazendo isso no Brasil. E não há experiência de agrupar fazendeiros na região nesse tipo de projeto."
Para o diretor do fundo, Sylvain Goupille, quanto mais o programa inicial for bem implementado, maior o retorno competitivo. "O interesse dos investidores é grande e por isso apostamos em chegar a cerca de US$ 500 milhões."
"Estamos fazendo um piloto comercial e a ideia é pegar 200 mil hectares, pelo menos, nos próximos anos", diz Aybar.
Representantes de fundos, organizações climáticas e não governamentais acompanharam em Paris o governador do Mato Grosso, Pedro Taques, fazer o anúncio do compromisso de erradicar o desmatamento ilegal até 2020, dez anos antes do prazo estabelecido pelo governo federal.
A meta visa barrar a retomada no desmatamento no Estado verificada no último ano, que totalizou 40% a mais, atingindo 1.508 km2 de floresta, segundo dados recentes divulgados pelo Ministério do Meio Ambiente.
O governador Taques sabe que terá de buscar dinheiro junto a governo federal, fundos de investimentos estrangeiros e iniciativa privada para acabar com o desmatamento ilegal no novo prazo. O custo é de pelo menos R$ 2 bilhões, sem falar do resto de seu projeto ambiental, que pode custar R$ 39 bilhões em 15 anos.
Numa ilustração da dificuldade, ele lembrou que o Fundo Amazônia, administrado pelo governo, aprovou R$ 35 milhões para o Mato Grosso, dos quais apenas R$ 2,5 milhões foram desembolsados até agora para combater o desmatamento.
O Mato Grosso quer transformar 6 milhões de hectares de pastagens com baixo rendimento em áreas de alta produtividade, compostas por 3 milhões de hectares de plantio de grãos, 2,5 milhões de pecuária e 500 mil de floresta plantada.
O Acre também fez evento próprio, em que o governador Tião Viana anunciou o mesmo compromisso.
Entre julho de 2014 e agosto de 2015, o Estado diz ter reduzido 10% do desmatamento, indo na contramão dos outros Estados, que juntos aumentaram a perda de florestas em 16%. Os dois governadores assinaram a meta mais tarde, na embaixada brasileira.
Para a entidade holandesa IDH (The Sustainable Trade Iniciative), que procura aproximar compradores europeus e fornecedores brasileiros de matérias-primas que respeitam o meio ambiente, o potencial de investimento privado é grande na pecuária do Mato Grosso, dependendo da implementação do que é prometido. "Dá para alavancar pelo menos US$ 1 bilhão para os projetos", afirmou Lucian Peppelenbos, da IDH.
A companhia de eletricidade francesa EDF também mostrou interesse em participar de projetos ambientais no Brasil.
Valor Econômico, 08/12/2015, Internacional, p. A11
http://www.valor.com.br/internacional/4346112/fundo-quer-investir-ate-us-500-mi-em-pecuaria-sustentavel-no-mt#
The news items published by the Indigenous Peoples in Brazil site are researched daily from a variety of media outlets and transcribed as presented by their original source. ISA is not responsible for the opinios expressed or errors contained in these texts. Please report any errors in the news items directly to the source