From Indigenous Peoples in Brazil

News

A maioria das UCs marinhas resiste apesar dos problemas

21/05/2015

Autor: Maria Luiza Campos

Fonte: Eco 21 - http://www.eco21.com.br



O conservacionista e navegador brasileiro João Lara Mesquita está realizando o sonho de muitos que são ligados ao meio ambiente: visitar as 63 Unidades de Conservação (UCs) federais da costa brasileira. A realidade dessas áreas protegidas, porém, está longe do ideal e a situação das 30 UCs visitadas por ele até agora mostra que o quadro de conservação é preocupante. "Estou apreensivo com o que vi, porque a maioria das UCs marinhas não cumpre o seu papel de modo efetivo, que é proteger a biodiversidade", afirma Mesquita.

Os problemas identificados incluem recursos humanos escassos, infraestrutura limitada e ausência de planos estratégicos para gestão das unidades de conservação. Entre as que apresentam um quadro preocupante, Mesquita cita a Área de Preservação Ambiental (APA) do Cairuçu, localizada em Paraty - litoral Sul do Rio de Janeiro - e o Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, no litoral sul da Bahia. A primeira UC, segundo ele, engloba 63 ilhas e carece de pessoal para fiscalização, além de sofrer com a especulação imobiliária. A segunda, de acordo com Mesquita, tem apenas um barco para fiscalizar uma área de 90 mil hectares, frequentada por aproximadamente dois mil barcos pesqueiros. "São situações preocupantes e no mínimo desiguais, uma luta de um contra dois mil", afirma.

Nas visitas realizadas até agora, uma surpresa positiva: o Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba (RJ) - localizado entre os municípios de Quissamã, Macaé e Carapebus - e aberto à visitação pública em dezembro do ano passado. "É um exemplo de boa gestão e de parceria com a comunidade do entorno", ressalta. A unidade de conservação tem plano de manejo desenvolvido pelo chefe do parque, Marcelo Pessanha, em gestão compartilhada com a população do entorno, e mantém equipamentos e profissionais capacitados para garantir a fiscalização da unidade, com barcos, quadriciclos e veículos 4x4. Toda a viagem e as impressões registradas estão sendo documentadas no programa Mar Sem Fim, transmitido pela TV Cultura.

Compartilhando conhecimento

João Lara Mesquita foi convidado a participar da oitava edição do Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação (VIII CBUC), evento realizado periodicamente desde 1997 e considerado um dos mais importantes da América Latina sobre o tema. Em Setembro, durante o Congresso, o conservacionista compartilhará essa experiência dentro do simpósio 'Quem conhece, conserva: como a comunicação pode mobilizar a sociedade em prol da natureza'. Segundo ele, a participação da população na temática ambiental é fundamental para a efetiva conservação da natureza. "A proteção de qualquer Unidade de Conservação não precisa ser responsabilidade única do poder público. É importante que a sociedade se engaje, pois todos se beneficiam com serviços ambientais que áreas protegidas fornecem", explica Mesquita.

Nos próximos meses, ele visitará as UCs marinhas federais localizadas entre a Bahia e o Amapá, onde encerrará a expedição Mar sem Fim, que tem o apoio da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, organização não governamental que também é a realizadora do VIII CBUC. Todo o material coletado servirá de base para um livro que mostrará o Raio X da conservação nas 63 UCs marinhas federais.

VIII Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação
Curitiba 21 a 25 de Setembro de 2015
www.fundacaogrupoboticario.org.br/cbuc



http://www.eco21.com.br/textos/textos.asp?ID=3581
 

The news items published by the Indigenous Peoples in Brazil site are researched daily from a variety of media outlets and transcribed as presented by their original source. ISA is not responsible for the opinios expressed or errors contained in these texts. Please report any errors in the news items directly to the source