From Indigenous Peoples in Brazil
News
8 Razões para refletir sobre as diferenças das políticas indígenas e indigenistas
20/05/2015
Autor: Renata Tupinambá
Fonte: Rádio Yandê (Rio de Janeiro - RJ) - www.radioyande.com
Pensando nas diferenças políticas de indígenas e não indígenas, a equipe da Rádio Yandê fez uma pequena lista para reflexão sobre os valores, história e bases de pensamentos de ambas.
1 - A política indigenista reflete o pensamento indigenista, que são princípios estabelecidos a partir do contato dos povos indígenas e a sociedade nacional. Uma politica governamental criada para indígenas, que no Brasil seguiu o Estatuto do Índio sancionado pela lei 6001, de 19/12/73 que regula a situação jurídica indígena, cuja Constituição de 1988 suprimiu a diretriz. Ela é voltada para preservação das culturas indígenas.
2 - A política indígena reflete o pensamento indígena, vária de acordo com cada etnia e cultura. Cada povo possui organização social própria que busca por meio de suas organizações, assembleias, reuniões e movimento indígena estabelecer diretrizes e caminhos na educação, saúde, meio ambiente, terras indígenas, cultura, gêneros, para os povos independente da visão de indigenistas mas com o saber próprio de suas culturas. Sendo fundamental para valorização cultural e autonomia.
3 - Órgãos indigenistas oficiais como o antigo Serviço de Proteção aos Índios (SPI) criado em 1910, com o objetivo de integração dessas populações à sociedade brasileira, atual Fundação Nacional do Índio (Funai), foram estabelecidos em bases de pensamento paternalistas e assistencialistas que formam uma política que reflete valores não indígenas mas sob uma ótica indigenista de antropólogos, pesquisadores e outros como interlocutores dos povos indígenas. Funcionários do SPI foram acusados no Relatório Figueiredo de praticar inúmeras violações direitos humanos, violência física e psicológica contra indígenas na ditadura, até o extermínio de comunidades inteiras.
4 - O Parlamento Indígena é uma realidade em vários países do mundo. Ele permite cada povo ser consultado de acordo com sua própria política, sobre questões que afetam suas vidas, possuem autonomia e voz.
5 - O paradoxo da tutela apontado por alguns estudiosos como Freire e Pacheco de Oliveira revela os objetivos de integração indígena por um regime tutelar hegemônico com repressão das práticas tradicionais e também impunha uma pedagogia que alterava o sistema produtivo indígena. As relações com o tempo, a terra e o modo de vida. Um modo de ser e agir de acordo com as regras impostas pelo SPI e outros grupos que faziam partes de suas ações. Indígenas deveriam ser sempre obedientes aos não indígenas considerados superiores.
6 - O movimento indígena brasileiro teve um grande estopim na década de 70 com o crescimento de organizações indígenas e atuação de representantes dos povos. Mostrou que indígenas vistos durante muitos anos como incapazes de representar seus próprios povos podem ser interlocutores de suas próprias culturas. A realidade indígena contemporânea é de indígenas doutores, advogados, médicos, jornalistas, políticos, professores, enfermeiros, engenheiros, conquistando espaços na sociedade.
7- Descolonizar - A necessidade de descolonizar pensamentos e praticas colonialistas permite o respeito a diversidade de saberes. Também um combate as visões eurocêntricas sobre o indígena enquanto alguém incapaz sempre precisando da ajuda do não indígena. Muitas crenças, ideologias, ideias, formas de pensar, modos de agir, surgiram com a colonização que refletia o pensamento etnocêntrico.
8 - A autonomia é um direito de todos.
Foto:Orlando Brito
http://radioyande.com/default.php?pagina=blog.php&site_id=975&pagina_id=21862&tipo=post&post_id=291
1 - A política indigenista reflete o pensamento indigenista, que são princípios estabelecidos a partir do contato dos povos indígenas e a sociedade nacional. Uma politica governamental criada para indígenas, que no Brasil seguiu o Estatuto do Índio sancionado pela lei 6001, de 19/12/73 que regula a situação jurídica indígena, cuja Constituição de 1988 suprimiu a diretriz. Ela é voltada para preservação das culturas indígenas.
2 - A política indígena reflete o pensamento indígena, vária de acordo com cada etnia e cultura. Cada povo possui organização social própria que busca por meio de suas organizações, assembleias, reuniões e movimento indígena estabelecer diretrizes e caminhos na educação, saúde, meio ambiente, terras indígenas, cultura, gêneros, para os povos independente da visão de indigenistas mas com o saber próprio de suas culturas. Sendo fundamental para valorização cultural e autonomia.
3 - Órgãos indigenistas oficiais como o antigo Serviço de Proteção aos Índios (SPI) criado em 1910, com o objetivo de integração dessas populações à sociedade brasileira, atual Fundação Nacional do Índio (Funai), foram estabelecidos em bases de pensamento paternalistas e assistencialistas que formam uma política que reflete valores não indígenas mas sob uma ótica indigenista de antropólogos, pesquisadores e outros como interlocutores dos povos indígenas. Funcionários do SPI foram acusados no Relatório Figueiredo de praticar inúmeras violações direitos humanos, violência física e psicológica contra indígenas na ditadura, até o extermínio de comunidades inteiras.
4 - O Parlamento Indígena é uma realidade em vários países do mundo. Ele permite cada povo ser consultado de acordo com sua própria política, sobre questões que afetam suas vidas, possuem autonomia e voz.
5 - O paradoxo da tutela apontado por alguns estudiosos como Freire e Pacheco de Oliveira revela os objetivos de integração indígena por um regime tutelar hegemônico com repressão das práticas tradicionais e também impunha uma pedagogia que alterava o sistema produtivo indígena. As relações com o tempo, a terra e o modo de vida. Um modo de ser e agir de acordo com as regras impostas pelo SPI e outros grupos que faziam partes de suas ações. Indígenas deveriam ser sempre obedientes aos não indígenas considerados superiores.
6 - O movimento indígena brasileiro teve um grande estopim na década de 70 com o crescimento de organizações indígenas e atuação de representantes dos povos. Mostrou que indígenas vistos durante muitos anos como incapazes de representar seus próprios povos podem ser interlocutores de suas próprias culturas. A realidade indígena contemporânea é de indígenas doutores, advogados, médicos, jornalistas, políticos, professores, enfermeiros, engenheiros, conquistando espaços na sociedade.
7- Descolonizar - A necessidade de descolonizar pensamentos e praticas colonialistas permite o respeito a diversidade de saberes. Também um combate as visões eurocêntricas sobre o indígena enquanto alguém incapaz sempre precisando da ajuda do não indígena. Muitas crenças, ideologias, ideias, formas de pensar, modos de agir, surgiram com a colonização que refletia o pensamento etnocêntrico.
8 - A autonomia é um direito de todos.
Foto:Orlando Brito
http://radioyande.com/default.php?pagina=blog.php&site_id=975&pagina_id=21862&tipo=post&post_id=291
The news items published by the Indigenous Peoples in Brazil site are researched daily from a variety of media outlets and transcribed as presented by their original source. ISA is not responsible for the opinios expressed or errors contained in these texts. Please report any errors in the news items directly to the source
