From Indigenous Peoples in Brazil
News
Haddad deixa Chácara do Jockey fechada há seis meses
30/03/2015
Fonte: OESP, Metrópole, p. A13
Haddad deixa Chácara do Jockey fechada há seis meses
Espaço que a Prefeitura adquiriu em troca de dívida de IPTU ainda está cercado por muros e fechado para uso da população
Rafael Italiani - O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO - Onde deveria haver uma grade do futuro Parque Municipal Chácara do Jockey, há tapumes de madeira tomados por plantas trepadeiras. A parede foi derrubada por um trator pilotado pelo prefeito Fernando Haddad (PT), no dia 2 de outubro, quando a Prefeitura conseguiu a posse da área de 140 mil quadrados no Butantã, zona oeste.
Quase seis meses depois, não há nada no local que lembre um parque, os portões estão fechados e já houve até tentativas de invasão de sem-teto. O espaço que pertencia ao Jockey Club de São Paulo foi dado para a Prefeitura em troca das dívidas que a entidade com sede no bairro Cidade Jardim, zona sul, tem de Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). O clube deve R$ 133 milhões e a Justiça avaliou o terreno em R$ 98 milhões.
O Jockey já pediu para o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) rever o valor. Apesar de a Prefeitura ter a posse do terreno - e na época em que Haddad foi à cerimônia ter prometido derrubar 200 metros de muro para colocar grades -, muito pouco foi feito para o lugar virar um parque.
O mato cresceu não apenas no muro que Haddad derrubou com trator. As cocheiras da antiga Chácara do Jockey também foram tomadas por moitas. Na terça-feira passada, pela primeira vez após a Prefeitura ter recebido a posse, uma equipe da administração municipal foi até o local tirar o mato.
Hoje, a única funcionalidade do terreno é a escola de futebol Pequeninos do Jockey, que continua funcionando normalmente e tem acesso para alunos e professores. "Eu tenho alunos de 4 anos aqui. Estava com medo de perder eles dentro do mato. Criança é curiosa, quer andar pelas cocheiras e eu sou o responsável por elas", afirmou Carlos Antonio de Almeidas, de 60 anos, diretor da escola. "Praticamente nada mudou desde a posse (pela Prefeitura)", disse.
Assim que Haddad participou da cerimônia, a Prefeitura montou uma base da Guarda Civil Metropolitana (GCM) no local. "Ainda não tem nada acontecendo aqui dentro e ninguém pode entrar. Uma viatura nossa já chegou a ficar presa no mato", afirmou um guarda-civil, que preferiu não ser identificado.
Invasão. Tanto o guarda quanto o diretor da escola de futebol afirmaram que sem-teto já tentaram invadir o local, mas não conseguiram montar acampamento. Enquanto isso, a população espera ansiosa pelo novo parque. "É uma área muito grande, arborizada, tem um lago lindo e queremos aproveitar", disse a dona de casa Ieda Maria do Carmo, de 59 anos.
Uma das metas de Haddad é criar mais parques na cidade. No ano passado, o antigo Clube de Regatas Tietê foi aberto como centro esportivo e de lazer. Em outubro, houve um show do grupo de rap americano Public Enemy na inauguração da área de 20 mil metros quadrados. O objetivo é que esses eventos também ganhem atenção na área.
Projeto em 30 dias. O secretário do Verde e do Meio Ambiente, Wanderley Meira do Nascimento, disse que o projeto do futuro Parque Municipal Chácara do Jockey será concluído em 30 dias e garantiu que a área estará aberta ao público até o fim do mandato do prefeito Fernando Haddad (PT). Ele explicou que, pelas características do terreno, o espaço será destinado à "contemplação da natureza" e a atividades culturais.
De acordo com Nascimento, a Prefeitura começará a derrubar os muros, colocar grades e fazer o zoneamento do espaço - para então abri-lo à população. O secretário não deu um prazo, porém, para a inauguração.
Segundo Nascimento, as cocheiras que antigamente abrigavam os cavalos que corriam no Jockey Club de São Paulo, que fica no bairro Cidade Jardim, na zona sul, são tombadas.
"Não é só uma simples reforma. A Prefeitura vai restaurar esses espaços", disse o secretário. Nos imóveis serão instalados salas de cinema, oficinais de teatro e espaços para outras atividades culturais. A Prefeitura também quer que o lago que fica nos fundos tenha a mesma atratividade que o do Parque do Ibirapuera.
Parques em São Paulo ainda têm problemas, 50 dias após denúncias
Secretário de Meio Ambiente prometeu solução para fevereiro; Prefeitura diz que será necessário completar processo de licitação
Gustavo Lopes - O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO - Há cerca de 50 dias, a Rádio Estadão apresentou uma série de reportagens sobre a condição das áreas verdes em todas as regiões da capital paulista. Funcionários reclamavam da falta de equipes de manejo e segurança nos locais, o que causava o acúmulo de lixo, a falta de poda e o aumento da violência. Na época, o secretário Municipal do Verde e Meio Ambiente, Wanderlei Meira do Nascimento, havia dado o prazo até o fim de fevereiro para a solução.
Em visita aos parques, na semana passada, porém, a reportagem constatou que algumas áreas verdes ainda sofrem com a falta de apoio do poder público. No Shangrilá, bairro do Grajaú, zona sul, foi enviada uma equipe de manutenção.
No entanto, ainda não há segurança no local. Em fevereiro, a principal quadra de futebol do parque estava completamente alagada. Após a denúncia da Rádio Estadão, o poder público enviou uma equipe para drenar o espaço, que hoje é aproveitado pela população.
No Chácara das Flores, no Itaim Paulista, zona leste, seis seguranças fazem agora a ronda no local, mas, sem equipes de manejo, o mato cresce e o lixo é acumulado. "Até fevereiro existia uma equipe de manutenção, mas o contrato acabou", informou um funcionário, que não se identificou. Outro problema grave, registrado no mês passado, foi a falta de limpeza do córrego que corta o local. "Uma equipe da subprefeitura do Itaim Paulista fez a limpeza, até pelo risco de dengue", explicou.
Nas zonas norte e oeste, o quadro é o mesmo. Sem equipes de manutenção, os funcionários se desdobram para manter os parques limpos. Caso do Vila dos Remédios, no bairro de mesmo nome, onde costuma faltar até papel higiênico. "Até agora a equipe de manutenção não veio", relatou um funcionário. No Parque São Domingos, no Jaraguá, até os seguranças ajudam no trabalho de manejo. Em todos os parques visitados, funcionários disseram que não há uma resposta da Prefeitura de quando a situação será regularizada.
Outro lado. Procurado novamente, o secretário do Verde e Meio Ambiente de São Paulo, Wanderlei Meira do Nascimento, informou que os parques visitados pela reportagem fazem parte do último lote a ser contemplado com a nova licitação, que foi aberta para contratar as equipes de segurança e manejo. "Muitas vezes as empresas entram com recursos que atrasam o início do trabalho, mas os contratos já estão assinados."
Segundo o titular da pasta, até 15 de abril todas as áreas verdes da cidade terão equipes de manutenção e segurança. "Os espaços estarão com os serviços regularizados", garantiu.
Sobre o Parque Vila dos Remédios, onde falta até papel higiênico, o secretário Wanderlei Meira do Nascimento informou que o fornecimento desse tipo de material é feito pelas empresas contratadas. "A equipe de manejo, além da manutenção, é obrigada, por contrato, a levar os materiais de limpeza."
Secretário informou que parques fazem parte de último lote a ser contemplado com a nova licitação, a qual contratará equipes de segurança e manejo
No Parque Shangrilá, no Grajaú, onde não existem seguranças, o secretário Municipal do Verde e Meio Ambiente ressalta que pediu apoio da Guarda Civil Metropolitana.
Nascimento destacou ainda que negocia com a GCM e a Polícia Militar para ampliar a segurança nos parques e construir bases móveis naqueles com situação mais crítica. A ideia é adotar uma série de ações, como o "Cinema no Parque". "Esses locais precisam ser ocupados pelo povo. Isso resolverá grande parte dos problemas."
OESP, 30/03/2015, Metrópole, p. A13
http://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,haddad-deixa-chacara-do-jockey-fechada-ha-seis-meses,1660305
http://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,parques-em-sao-paulo-ainda-tem-problemas-50-dias-apos-denuncias-imp-,1660362
Espaço que a Prefeitura adquiriu em troca de dívida de IPTU ainda está cercado por muros e fechado para uso da população
Rafael Italiani - O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO - Onde deveria haver uma grade do futuro Parque Municipal Chácara do Jockey, há tapumes de madeira tomados por plantas trepadeiras. A parede foi derrubada por um trator pilotado pelo prefeito Fernando Haddad (PT), no dia 2 de outubro, quando a Prefeitura conseguiu a posse da área de 140 mil quadrados no Butantã, zona oeste.
Quase seis meses depois, não há nada no local que lembre um parque, os portões estão fechados e já houve até tentativas de invasão de sem-teto. O espaço que pertencia ao Jockey Club de São Paulo foi dado para a Prefeitura em troca das dívidas que a entidade com sede no bairro Cidade Jardim, zona sul, tem de Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). O clube deve R$ 133 milhões e a Justiça avaliou o terreno em R$ 98 milhões.
O Jockey já pediu para o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) rever o valor. Apesar de a Prefeitura ter a posse do terreno - e na época em que Haddad foi à cerimônia ter prometido derrubar 200 metros de muro para colocar grades -, muito pouco foi feito para o lugar virar um parque.
O mato cresceu não apenas no muro que Haddad derrubou com trator. As cocheiras da antiga Chácara do Jockey também foram tomadas por moitas. Na terça-feira passada, pela primeira vez após a Prefeitura ter recebido a posse, uma equipe da administração municipal foi até o local tirar o mato.
Hoje, a única funcionalidade do terreno é a escola de futebol Pequeninos do Jockey, que continua funcionando normalmente e tem acesso para alunos e professores. "Eu tenho alunos de 4 anos aqui. Estava com medo de perder eles dentro do mato. Criança é curiosa, quer andar pelas cocheiras e eu sou o responsável por elas", afirmou Carlos Antonio de Almeidas, de 60 anos, diretor da escola. "Praticamente nada mudou desde a posse (pela Prefeitura)", disse.
Assim que Haddad participou da cerimônia, a Prefeitura montou uma base da Guarda Civil Metropolitana (GCM) no local. "Ainda não tem nada acontecendo aqui dentro e ninguém pode entrar. Uma viatura nossa já chegou a ficar presa no mato", afirmou um guarda-civil, que preferiu não ser identificado.
Invasão. Tanto o guarda quanto o diretor da escola de futebol afirmaram que sem-teto já tentaram invadir o local, mas não conseguiram montar acampamento. Enquanto isso, a população espera ansiosa pelo novo parque. "É uma área muito grande, arborizada, tem um lago lindo e queremos aproveitar", disse a dona de casa Ieda Maria do Carmo, de 59 anos.
Uma das metas de Haddad é criar mais parques na cidade. No ano passado, o antigo Clube de Regatas Tietê foi aberto como centro esportivo e de lazer. Em outubro, houve um show do grupo de rap americano Public Enemy na inauguração da área de 20 mil metros quadrados. O objetivo é que esses eventos também ganhem atenção na área.
Projeto em 30 dias. O secretário do Verde e do Meio Ambiente, Wanderley Meira do Nascimento, disse que o projeto do futuro Parque Municipal Chácara do Jockey será concluído em 30 dias e garantiu que a área estará aberta ao público até o fim do mandato do prefeito Fernando Haddad (PT). Ele explicou que, pelas características do terreno, o espaço será destinado à "contemplação da natureza" e a atividades culturais.
De acordo com Nascimento, a Prefeitura começará a derrubar os muros, colocar grades e fazer o zoneamento do espaço - para então abri-lo à população. O secretário não deu um prazo, porém, para a inauguração.
Segundo Nascimento, as cocheiras que antigamente abrigavam os cavalos que corriam no Jockey Club de São Paulo, que fica no bairro Cidade Jardim, na zona sul, são tombadas.
"Não é só uma simples reforma. A Prefeitura vai restaurar esses espaços", disse o secretário. Nos imóveis serão instalados salas de cinema, oficinais de teatro e espaços para outras atividades culturais. A Prefeitura também quer que o lago que fica nos fundos tenha a mesma atratividade que o do Parque do Ibirapuera.
Parques em São Paulo ainda têm problemas, 50 dias após denúncias
Secretário de Meio Ambiente prometeu solução para fevereiro; Prefeitura diz que será necessário completar processo de licitação
Gustavo Lopes - O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO - Há cerca de 50 dias, a Rádio Estadão apresentou uma série de reportagens sobre a condição das áreas verdes em todas as regiões da capital paulista. Funcionários reclamavam da falta de equipes de manejo e segurança nos locais, o que causava o acúmulo de lixo, a falta de poda e o aumento da violência. Na época, o secretário Municipal do Verde e Meio Ambiente, Wanderlei Meira do Nascimento, havia dado o prazo até o fim de fevereiro para a solução.
Em visita aos parques, na semana passada, porém, a reportagem constatou que algumas áreas verdes ainda sofrem com a falta de apoio do poder público. No Shangrilá, bairro do Grajaú, zona sul, foi enviada uma equipe de manutenção.
No entanto, ainda não há segurança no local. Em fevereiro, a principal quadra de futebol do parque estava completamente alagada. Após a denúncia da Rádio Estadão, o poder público enviou uma equipe para drenar o espaço, que hoje é aproveitado pela população.
No Chácara das Flores, no Itaim Paulista, zona leste, seis seguranças fazem agora a ronda no local, mas, sem equipes de manejo, o mato cresce e o lixo é acumulado. "Até fevereiro existia uma equipe de manutenção, mas o contrato acabou", informou um funcionário, que não se identificou. Outro problema grave, registrado no mês passado, foi a falta de limpeza do córrego que corta o local. "Uma equipe da subprefeitura do Itaim Paulista fez a limpeza, até pelo risco de dengue", explicou.
Nas zonas norte e oeste, o quadro é o mesmo. Sem equipes de manutenção, os funcionários se desdobram para manter os parques limpos. Caso do Vila dos Remédios, no bairro de mesmo nome, onde costuma faltar até papel higiênico. "Até agora a equipe de manutenção não veio", relatou um funcionário. No Parque São Domingos, no Jaraguá, até os seguranças ajudam no trabalho de manejo. Em todos os parques visitados, funcionários disseram que não há uma resposta da Prefeitura de quando a situação será regularizada.
Outro lado. Procurado novamente, o secretário do Verde e Meio Ambiente de São Paulo, Wanderlei Meira do Nascimento, informou que os parques visitados pela reportagem fazem parte do último lote a ser contemplado com a nova licitação, que foi aberta para contratar as equipes de segurança e manejo. "Muitas vezes as empresas entram com recursos que atrasam o início do trabalho, mas os contratos já estão assinados."
Segundo o titular da pasta, até 15 de abril todas as áreas verdes da cidade terão equipes de manutenção e segurança. "Os espaços estarão com os serviços regularizados", garantiu.
Sobre o Parque Vila dos Remédios, onde falta até papel higiênico, o secretário Wanderlei Meira do Nascimento informou que o fornecimento desse tipo de material é feito pelas empresas contratadas. "A equipe de manejo, além da manutenção, é obrigada, por contrato, a levar os materiais de limpeza."
Secretário informou que parques fazem parte de último lote a ser contemplado com a nova licitação, a qual contratará equipes de segurança e manejo
No Parque Shangrilá, no Grajaú, onde não existem seguranças, o secretário Municipal do Verde e Meio Ambiente ressalta que pediu apoio da Guarda Civil Metropolitana.
Nascimento destacou ainda que negocia com a GCM e a Polícia Militar para ampliar a segurança nos parques e construir bases móveis naqueles com situação mais crítica. A ideia é adotar uma série de ações, como o "Cinema no Parque". "Esses locais precisam ser ocupados pelo povo. Isso resolverá grande parte dos problemas."
OESP, 30/03/2015, Metrópole, p. A13
http://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,haddad-deixa-chacara-do-jockey-fechada-ha-seis-meses,1660305
http://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,parques-em-sao-paulo-ainda-tem-problemas-50-dias-apos-denuncias-imp-,1660362
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