From Indigenous Peoples in Brazil
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Boa notícia na luta contra o aquecimento global
21/03/2015
Fonte: O Globo, Opinião, p. 20
Boa notícia na luta contra o aquecimento global
Após disseminar sua 'verdade inconveniente', Al Gore agora revela otimismo com engajamento do setor privado no esforço pela redução das emissões de CO2
Em 2006, após o lançamento do documentário "Uma verdade inconveniente", Al Gore se tornou uma espécie de arauto do fim do mundo. Munido de pressupostos geológicos, atmosféricos e ecológicos, ele costurou um argumento consistente e o disseminou em apresentações mundo afora, nas quais lançava mão de documentos científicos, fotografias, infográficos, animações e slide-show. A verdade inconveniente do título se referia à conclusão incontornável do raciocínio do ex-vice-presidente americano: a ação do homem é um perigoso fator de desequilíbrio ambiental.
Ainda hoje, tal afirmação é objeto de pilhéria por parte de grupos políticos e alguns cientistas que veem as mudanças climáticas como mero ciclo natural da vida do planeta. Mas a verdade é que, graças em parte à campanha de Al Gore, atualmente quase ninguém mais duvida que haja uma relação entre as emissões de carbono (CO2) e o aquecimento global, resultando em desequilíbrios climáticos que parecem se intensificar a cada ano. Independentemente do debate científico, a angústia ecológica do ex-vice-presidente americano vigora, bem assentada, no imaginário da comunidade internacional.
Por isso, surpreendeu, como um sinal auspicioso, o otimismo recente de Al Gore. Sempre apoiado em uma profusão de dados, ele revelou ao jornal "New York Times" alguns números que confirmam a adesão crescente do segmento empresarial à luta para conter e reduzir a emissão de gases do efeito estufa. Al Gore lembrou, por exemplo, que a estimativa de produção de energia eólica em 2000 foi de 30 gigawatts (GW); em 2010, esse volume alcançou 200GW; e, no ano passado, 370GW, 12 vezes mais. Já as usinas de energia solar acrescentariam em sua geração 1GW por ano até 2010, previram analistas em 2002. Em 2010, porém, o volume foi 17 maior do que isso; e, no ano passado, 48 vezes maior.
E o inesperado otimismo de Al Gore não se sustenta apenas nos sinais emitidos pelo setor privado, cujo ativismo cresce visivelmente entre executivos, gerentes de fundos financeiros e donos de empresas. O segundo mandato do presidente Barack Obama também revelou uma Casa Branca bem mais comprometida com as questões climáticas. Desde sua reeleição, Obama vem explicitamente alertando a comunidade internacional sobre a necessidade de conter o aquecimento global por meio de regulações mais estritas de emissões de carbono e acordos climáticos, como o realizado entre EUA e China.
E a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) parece sustentar o otimismo de Al Gore. Na semana passada, ela divulgou relatório revelando que houve uma estagnação do lançamento de CO2 na atmosfera. Foram emitidas 32 gigatoneladas da partícula em 2014, mesmo volume do ano anterior. Esta foi a primeira vez, desde que as medições começaram há 40 anos, que as emissões deixaram de crescer num período sem crise econômica generalizada.
O Globo, 21/03/2015, Opinião, p. 20
http://oglobo.globo.com/opiniao/boa-noticia-na-luta-contra-aquecimento-global-15658650
Após disseminar sua 'verdade inconveniente', Al Gore agora revela otimismo com engajamento do setor privado no esforço pela redução das emissões de CO2
Em 2006, após o lançamento do documentário "Uma verdade inconveniente", Al Gore se tornou uma espécie de arauto do fim do mundo. Munido de pressupostos geológicos, atmosféricos e ecológicos, ele costurou um argumento consistente e o disseminou em apresentações mundo afora, nas quais lançava mão de documentos científicos, fotografias, infográficos, animações e slide-show. A verdade inconveniente do título se referia à conclusão incontornável do raciocínio do ex-vice-presidente americano: a ação do homem é um perigoso fator de desequilíbrio ambiental.
Ainda hoje, tal afirmação é objeto de pilhéria por parte de grupos políticos e alguns cientistas que veem as mudanças climáticas como mero ciclo natural da vida do planeta. Mas a verdade é que, graças em parte à campanha de Al Gore, atualmente quase ninguém mais duvida que haja uma relação entre as emissões de carbono (CO2) e o aquecimento global, resultando em desequilíbrios climáticos que parecem se intensificar a cada ano. Independentemente do debate científico, a angústia ecológica do ex-vice-presidente americano vigora, bem assentada, no imaginário da comunidade internacional.
Por isso, surpreendeu, como um sinal auspicioso, o otimismo recente de Al Gore. Sempre apoiado em uma profusão de dados, ele revelou ao jornal "New York Times" alguns números que confirmam a adesão crescente do segmento empresarial à luta para conter e reduzir a emissão de gases do efeito estufa. Al Gore lembrou, por exemplo, que a estimativa de produção de energia eólica em 2000 foi de 30 gigawatts (GW); em 2010, esse volume alcançou 200GW; e, no ano passado, 370GW, 12 vezes mais. Já as usinas de energia solar acrescentariam em sua geração 1GW por ano até 2010, previram analistas em 2002. Em 2010, porém, o volume foi 17 maior do que isso; e, no ano passado, 48 vezes maior.
E o inesperado otimismo de Al Gore não se sustenta apenas nos sinais emitidos pelo setor privado, cujo ativismo cresce visivelmente entre executivos, gerentes de fundos financeiros e donos de empresas. O segundo mandato do presidente Barack Obama também revelou uma Casa Branca bem mais comprometida com as questões climáticas. Desde sua reeleição, Obama vem explicitamente alertando a comunidade internacional sobre a necessidade de conter o aquecimento global por meio de regulações mais estritas de emissões de carbono e acordos climáticos, como o realizado entre EUA e China.
E a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) parece sustentar o otimismo de Al Gore. Na semana passada, ela divulgou relatório revelando que houve uma estagnação do lançamento de CO2 na atmosfera. Foram emitidas 32 gigatoneladas da partícula em 2014, mesmo volume do ano anterior. Esta foi a primeira vez, desde que as medições começaram há 40 anos, que as emissões deixaram de crescer num período sem crise econômica generalizada.
O Globo, 21/03/2015, Opinião, p. 20
http://oglobo.globo.com/opiniao/boa-noticia-na-luta-contra-aquecimento-global-15658650
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