From Indigenous Peoples in Brazil
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1% mais rico terá mais do que 99% restantes, diz ONG
20/01/2015
Fonte: FSP, Mercado, p. B10
1% mais rico terá mais do que 99% restantes, diz ONG
Oxfam projeta que patrimônio de supermilionários superará o dos demais em 2016 e propõe plano em Davos
CLÓVIS ROSSI ENVIADO ESPECIAL A DAVOS
O mais badalado convescote do 1% mais rico do mundo (o encontro anual do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça) será invadido por um dedo acusador: a concentração de riqueza tornou-se tão intensa que, em 2016, o patrimônio acumulado pelo 1% mais rico superará o dos 99% restantes.
Quem aponta o dedo é a Oxfam, uma das ONGs mais respeitadas do planeta, cuja diretora-executiva, Winnie Byanyima, calha de ser, neste ano, copresidente do encontro de Davos.
Pergunta ela aos pares com que se encontrará a partir desta quarta-feira (dia 21): "Vocês querem realmente viver em um mundo em que 1% possuem mais do que o resto de nós, somados?"
Claro que nenhum dos homens e mulheres de Davos responderá "queremos", mas o problema é levar adiante medidas práticas contra a desigualdade, tema que não é novidade nos fóruns.
Tem havido, nos últimos anos, um punhado de manifestações de preocupação, mas, depois que os executivos que formam a grande plateia do Fórum fazem as malas para ir embora, tudo continua igual --e a desigualdade só faz aumentar.
Tanto que a riqueza do 1% passou de 44% em 2009, ápice da crise global, para 48% em 2014. Ou seja, a crise comeu parte da renda dos 99% restantes, mas não a dos ultrarricos.
Os dados sobre desigualdade foram extrapolados pela Oxfam a partir de um estudo do ano passado da banca suíça UBS. Diz a ONG: "Em 2014, os membros da elite [o 1%] possuíam, em média, US$ 2,7 milhões (R$ 7,08 milhões) por adulto. O resto dos 20% mais ricos tem 46% do patrimônio mundial, e os 80% restantes dividem apenas os 5,5% que sobram".
A Oxfam não se limita a acumular números: propõe que os países adotem um plano de luta contra as desigualdades, combatendo a evasão fiscal, promovendo a gratuidade dos serviços públicos, taxando mais o capital e menos o trabalho, estabelecendo salários mínimos ou, ainda, criando uma proteção social para os mais pobres.
Não são propostas habituais na agenda de Davos.
É possível que o Fórum Econômico Mundial, que é uma entidade consultora da ONU, as endosse, o que não quer dizer muito: o Fórum não toma decisões em nome dos governos nem de seus membros, que são as grandes corporações multinacionais.
De todo modo, os dados da UBS são chocantes, como diz Winnie Byanyima: os 2.325 bilionários, os hiperricos entre o 1%, detêm US$ 7,3 trilhões, riqueza quase quatro vezes maior que a de todo o Brasil.
Na América Latina e no Caribe, eles são 511, com um patrimônio de US$ 153 bilhões.
FSP, 20/01/2015, Mercado, p. B10
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/204771-1-mais-rico-tera-mais-do-que-99-restantes-diz-ong.shtml
Oxfam projeta que patrimônio de supermilionários superará o dos demais em 2016 e propõe plano em Davos
CLÓVIS ROSSI ENVIADO ESPECIAL A DAVOS
O mais badalado convescote do 1% mais rico do mundo (o encontro anual do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça) será invadido por um dedo acusador: a concentração de riqueza tornou-se tão intensa que, em 2016, o patrimônio acumulado pelo 1% mais rico superará o dos 99% restantes.
Quem aponta o dedo é a Oxfam, uma das ONGs mais respeitadas do planeta, cuja diretora-executiva, Winnie Byanyima, calha de ser, neste ano, copresidente do encontro de Davos.
Pergunta ela aos pares com que se encontrará a partir desta quarta-feira (dia 21): "Vocês querem realmente viver em um mundo em que 1% possuem mais do que o resto de nós, somados?"
Claro que nenhum dos homens e mulheres de Davos responderá "queremos", mas o problema é levar adiante medidas práticas contra a desigualdade, tema que não é novidade nos fóruns.
Tem havido, nos últimos anos, um punhado de manifestações de preocupação, mas, depois que os executivos que formam a grande plateia do Fórum fazem as malas para ir embora, tudo continua igual --e a desigualdade só faz aumentar.
Tanto que a riqueza do 1% passou de 44% em 2009, ápice da crise global, para 48% em 2014. Ou seja, a crise comeu parte da renda dos 99% restantes, mas não a dos ultrarricos.
Os dados sobre desigualdade foram extrapolados pela Oxfam a partir de um estudo do ano passado da banca suíça UBS. Diz a ONG: "Em 2014, os membros da elite [o 1%] possuíam, em média, US$ 2,7 milhões (R$ 7,08 milhões) por adulto. O resto dos 20% mais ricos tem 46% do patrimônio mundial, e os 80% restantes dividem apenas os 5,5% que sobram".
A Oxfam não se limita a acumular números: propõe que os países adotem um plano de luta contra as desigualdades, combatendo a evasão fiscal, promovendo a gratuidade dos serviços públicos, taxando mais o capital e menos o trabalho, estabelecendo salários mínimos ou, ainda, criando uma proteção social para os mais pobres.
Não são propostas habituais na agenda de Davos.
É possível que o Fórum Econômico Mundial, que é uma entidade consultora da ONU, as endosse, o que não quer dizer muito: o Fórum não toma decisões em nome dos governos nem de seus membros, que são as grandes corporações multinacionais.
De todo modo, os dados da UBS são chocantes, como diz Winnie Byanyima: os 2.325 bilionários, os hiperricos entre o 1%, detêm US$ 7,3 trilhões, riqueza quase quatro vezes maior que a de todo o Brasil.
Na América Latina e no Caribe, eles são 511, com um patrimônio de US$ 153 bilhões.
FSP, 20/01/2015, Mercado, p. B10
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/204771-1-mais-rico-tera-mais-do-que-99-restantes-diz-ong.shtml
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