From Indigenous Peoples in Brazil
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News
SOS Amazônia realiza oficina sobre roçados sustentáveis, produção de mudas e sistemas agroflorestais
01/12/2014
Fonte: SOS Amazônia - http://sosamazonia.org.br/
A SOS Amazônia, em parceria com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), realizou em novembro mais uma atividade da terceira etapa do projeto de Assessoria Técnica, Social e Ambiental (ATES), que consistiu em oficinas de roçados sustentáveis, produção de mudas de espécies frutíferas e florestais, e sistemas agroflorestais (SAFs).
Destinadas aos moradores da Reserva Extrativista Alto Juruá, em Marechal Thaumaturgo, essas oficinas têm por objetivos fomentar e diversificar as atividades produtivas com ênfase na produção agroecológica, alinhada à segurança alimentar e nutricional das famílias; e a geração de renda.
Com duração de 24 meses, esta etapa tem várias metas importantes a cumprir, são elas: realizar oficinas de capacitação, reuniões temáticas e visitas técnicas produtivas,ambiental e social para as famílias extrativistas com os temas associativismo e cooperativismo; gestão de empreendimentos coletivos e individuais; boas práticas produtivas; diversificação da produção com foco agroecológica; acesso aos mercados institucionais e diferenciados; elaboração de projetos de acesso aos mercados institucionais; além de cursos profissionalizantes como o de corte e costura, e artesanato.
Até o momento já foram realizadas cinco oficinas de gestão e análise financeira de empreendimentos coletivos e individuais; duas oficinas de boas práticas de fabricação de farinha de mandioca; oito cursos sobre roçados sustentáveis, produção de mudas de espécies frutíferas e florestais, e Sistemas Agroflorestais (SAFs); 20 reuniões coletivas sobre o crédito PRONAF (Fomento Produtivo e Fomento Mulher) e 960 visitas técnicas às unidades produtivas familiares com foco na produção de transição agroecológica, extrativista, ambiental e social.
"Nas oficinas é conciliado teoria e prática, respeitando o conhecimento tradicional, ou seja, a principal proposta é somar o conhecimento tradicional com o conhecimento técnico para implementar as atividades produtivas, com atenção na produção agroecológica, onde podemos citar os Roçados Sustentáveis, que é recuperar áreas alteradas e torná-las produtivas com o uso de leguminosas, como por exemplo a 'mucuna aterrima'; implantar quintais e sistemas agroflorestais com espécies frutíferas e florestais da região; recuperar áreas de preservação permanentes - APPs, entre outras", disse o coordenador do Projeto de ATES/SOS Amazônia, Adair Duarte.
Adair disse ainda que até o final do projeto serão realizadas, aproximadamente, 4500 visitas técnicas às unidades produtivas familiares.
Comunidades beneficiadas
Em novembro, as visitas técnicas familiares e os cursos de roçados sustentáveis, produção de mudas e sistemas agroflorestais estão sendo realizadas nas Comunidades Polos: Restauração, Maranguape, Remanso, Novo Horizonte e Iracema, às margens dos rios Tejo e Bajé. No mês de dezembro estas atividades serão realizadas nas Comunidades Polos: Foz do Breu, Caiporinha, Belfort, Acuria e Foz do Tejo.
Resistência às mudanças de técnicas
Para alguns produtores, aderir uma nova técnica é muito difícil e preferem continuar trabalhando o roçado tradicional, porque a sensação é de que é mais fácil, afinal, trata-se de algo ensinado pelos pais e avós. No entanto, o roçado sustentável, além de custo bem inferior, tem vários benefícios: a leguminosa 'mucuna' recupera o solo degradado, devolvendo os nutrientes necessários para o plantio; não desmata e não usa o fogo, com isso, conserva a biodiversidade; evita doenças respiratórias e contribui para redução do aquecimento global; não causa erosão do solo, enquanto a queima permite que a água da chuva leve embora os nutrientes do solo; o roçado não fica distante da moradia do produtor, facilitando o transporte dos alimentos; entre várias outras vantagens.
O coordenador de ATES explica que quando não há conhecimento prático, é normal haver resistência por parte de alguns produtores. . E deixa claro que o projeto recomenda, mas o produtor não é obrigado a fazer a transição agroecológica.
"Com o passar do tempo, os produtores que não aceitaram vão percebendo os exemplos de quem já aderiu ao roçado sustentável, caso queiram mudar a prática, a SOS Amazônia vai garantir assessoria técnica", explica Adair.
O p i n i ã o
Carlene da Conceição Lima mora há 27 anos na Comunidade Restauração e acompanha o projeto desde o início, março de 2014. Muito ligada ao que acontece em sua comunidade, ela expõe sua opinião sobre diversos pontos do projeto de ATES. Dentre os quais, está a resistência de alguns produtores para fazer a transição de roçados e a valorização da mulher.
Acho essa ação fundamental para os moradores daqui. Com esse projeto, a gente percebe que os produtores vão ter mais facilidade, continuar o seu plantio com mais sucesso. Antes eles não conheciam esses métodos, como por exemplo, usando a mucuna não vai ser preciso mais queimar. Alguns produtores não querem aderir porque ainda não têm conhecimento prático, mas a partir do momento que os produtores começarem a desenvolver, aí todo mundo vai acolher esse método do roçado sustentável.
Viveiro
Poucas pessoas tiveram um treinamento para fazer um viveiro, acho que a maioria vai aderir essas novas práticas.
Mulheres ganhando espaço
As mulheres, como a minha amiga Bia, ela se dedica muito ao cultivo de hortas. E dá resultado, quando tem, ela vende. E também artesanato, eu mesmo sei fazer vassoura, paneiro, cesta, balaio, tudo serve e tem saída. Outra coisa que achamos fundamental aqui é o curso de corte e costura, a gente vê que todas as mães têm muitos filhos e a maioria não tem habilidade de fazer suas próprias vestimentas. E aí a gente pediu um curso de corte costura. A vinda desses cursos pode melhorar nossa renda porque nos prepara, nos dá habilidade para fazermos o nosso próprio negócio. É fundamental para as mães, é uma fonte de renda. Eu acho que a mulher passou ver que ela pode se expandir e isso não quer dizer que ela vai tomar o lugar do homem. Quando era só o homem não tinha o mesmo sucesso dentro de uma casa e a partir do momento que a mulher começou a ganhar espaço e conseguir as coisas junto ao marido, nenhuma quer parar. Cada pessoa quer conseguir com seu próprio suor, seu próprio esforço, as suas conquistas, e a mulher tem grandes ideias e muitas soluções.
Carlos Oliveira da Silva, da comunidade Foz do Manteiga, ficou animado com a proposta do roçado sustentável.
Eu acho que é um projeto bom porque no momento ele está facilitando muito o trabalho do povo. Este trabalho de mucuna, pelo que eu vi no vídeo ali, a gente produz com mais facilidade, né? Você não desmata, não queima, você não encoivara, você só planta a mucuna, corta quando chegar o tempo certo e planta os legumes. Com certeza, acho que é uma das coisas que vai melhorar a vida do povo aqui. Mas, isso a gente vai começar a fazer a partir do ano que vem, tivemos esse treinamento aí sobre roçado sustentável, foi uma aula boa pra nós e com esta explicação que os técnicos nos deram é que a gente vai tocar o trabalho pra frente.
O seu Raimundo Cunha Barroso, da comunidade Restauração, também quer fazer uma experiência com o roçado sustentável porque é melhor para eles e para o meio ambiente.
Eu acho que vai dar certo e vou plantar a mucuna porque é um tipo de produto que aduba a terra, a gente vai economizar e vai dar um legume bom, né? E não vamos mais desmatar a mata bruta, que é um serviço pesado, e é uma relação que também vai preservar mais né, não vai ter mais aquele excesso de brocar aquele roçado, não vai prejudicar os bichos nem os alimentos, a gente vai cuidar mais é das capoeirinhas, então é uma coisa que vai dar resultado, analisou.
Dona Maria Argentina Rodrigues de Souza, 54, é do município de Jordão e mora na Resex Extrativista há 26 anos, na comunidade Seis Voltas, às margens do rio Tejo. Ela também participa do projeto de ATES da SOS Amazônia em parceria com o INCRA desde o início.
Eu participei de todas as oficinas até agora, estou achando muito bom, só tenho coisa boa pra falar do pessoal, que é prestativo com a gente. Esse negócio do roçado sustentável deve ser muito bom porque vamos trabalhar menos e vamos ter maior rendimento.Pra mim, vai mudar muita coisa, vai proteger mais a natureza, pois não vai haver mais 'desmatação'. E eu sinto uma alegria grande participar da construção do nosso Viveiro, vai ser uma coisa muito boa para todos nós.
Saiba mais sobre o Projeto de ATES na Resex Alto Juruá
Dividido em três etapas: Oficinas de Apresentação e Diagnóstico Familiar; Planejamento Participativo; e Oficinas de Capacitação e Orientação Técnica, o projeto de Assessoria Técnica, Social e Ambiental (ATES) na Reserva Extrativista Alto Juruá tem por objetivo melhorar a qualidade de vida das famílias que vivem na Reserva, com foco na conservação dos recursos naturais, envolvendo três eixos fundamentais: organização social, fomento do extrativismo e produção sustentável, e comercialização.
Com duração de 30 meses, o projeto prevê atender, aproximadamente, 1.100 famílias. As oficinas acontecem em 10 comunidades Polos: Restauração, Maranguape, Remanso, Novo Horizonte, Iracema, Foz do Breu, Caiporinha, Belfort, Acuriá e Foz do Tejo, localizadas às margens dos rios Tejo, Juruá, Breu, Amônia e Arara, e nos igarapés Bajé, Caipora, São João e Acuriá.
Várias instituições locais estão envolvidas na ação: Associação dos Seringueiros e Agricultores da Reserva Extrativista do Alto Juruá (Asareaj), Associação dos Seringueiros e Agricultores do Rio Juruá (Asajuruá), Prefeitura de Marechal Thaumaturgo, Câmara de Vereadores e Sindicado dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR).
O ATES na Resex Alto Juruá concentra suas ações no resgate do extrativismo e fortalecimento da produção agroecológica na região. As atividades têm o apoio do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Ministério do Meio Ambiente, ICMBio e Serviço Florestal Brasileiro.
Etapas e metas
Metas da etapa 1: - Realizar dez reuniões de apresentação do projeto;
- Realizar 848 diagnósticos das unidades produtivas familiares;
- E 10 oficinas de diagnósticos comunitários.
Situação: Etapa concluída
Metas da etapa 2:
- Realizar 10 oficinas de elaboração dos planos participativos (organização social, produção agroextrativista e comercialização).
Situação: Etapa concluída
Metas da etapa 3:
- Realizar 120 oficinas de capacitação junto às famílias extrativistas;
- Realizar 140 reuniões coletivas com foco na gestão da organização social, produção agroecológica, atividades extrativistas, gestão de empreendimentos e a comercialização dos produtos nos mercados institucionais e diferenciados;
- Realizar 4500 visitas técnicas às unidades produtivas familiares com foco na produção de transição agroecológica, extrativista, ambiental e social e 22 oficinas de avaliação do projeto intermediaria e final juntos aos dez polos.
Situação: Em curso
Metodologia da Etapa 3
A etapa 3 compreende visitas técnicas familiares e cursos/oficinas/ reuniões coletivas/intercâmbios entres outros. Aborda os temas: organização social, produção agroextrativista, aspectos ambientais e comercialização.
Essas demandas vão ser realizadas ao longo dos próximos 24 meses. A metodologia é participativa (considerando a participação das famílias tanto para as atividades individuais como as coletivas).
Nas oficinas/cursos/reuniões/intercâmbios é conciliado teoria e prática, respeitando o conhecimento tradicional, ou seja, a principal proposta é somar o conhecimento tradicional com o conhecimento técnico para implementar as atividades produtivas com foco na produção agroecológica, onde podemos citar: Roçados Sustentáveis (recuperar áreas alteradas e torná-las produtivas com o uso de leguminosas, como por exemplo a mucuna); implantar quintais e sistemas agroflorestais com espécies frutíferas e florestais da região; recuperas áreas de preservação permanentes - APPs, entre outras.
Equipe Técnica Composta por engenheiros florestais, assistentes sociais, técnicos agroflorestais, florestais e agroecológicos, agentes de ATES e responsáveis pela logística.
http://sosamazonia.org.br/oscip/ates/sos-amazonia-realiza-oficina-sobre-rocados-sustentaveis-producao-de-mudas-e-sistemas-agroflorestais/
Destinadas aos moradores da Reserva Extrativista Alto Juruá, em Marechal Thaumaturgo, essas oficinas têm por objetivos fomentar e diversificar as atividades produtivas com ênfase na produção agroecológica, alinhada à segurança alimentar e nutricional das famílias; e a geração de renda.
Com duração de 24 meses, esta etapa tem várias metas importantes a cumprir, são elas: realizar oficinas de capacitação, reuniões temáticas e visitas técnicas produtivas,ambiental e social para as famílias extrativistas com os temas associativismo e cooperativismo; gestão de empreendimentos coletivos e individuais; boas práticas produtivas; diversificação da produção com foco agroecológica; acesso aos mercados institucionais e diferenciados; elaboração de projetos de acesso aos mercados institucionais; além de cursos profissionalizantes como o de corte e costura, e artesanato.
Até o momento já foram realizadas cinco oficinas de gestão e análise financeira de empreendimentos coletivos e individuais; duas oficinas de boas práticas de fabricação de farinha de mandioca; oito cursos sobre roçados sustentáveis, produção de mudas de espécies frutíferas e florestais, e Sistemas Agroflorestais (SAFs); 20 reuniões coletivas sobre o crédito PRONAF (Fomento Produtivo e Fomento Mulher) e 960 visitas técnicas às unidades produtivas familiares com foco na produção de transição agroecológica, extrativista, ambiental e social.
"Nas oficinas é conciliado teoria e prática, respeitando o conhecimento tradicional, ou seja, a principal proposta é somar o conhecimento tradicional com o conhecimento técnico para implementar as atividades produtivas, com atenção na produção agroecológica, onde podemos citar os Roçados Sustentáveis, que é recuperar áreas alteradas e torná-las produtivas com o uso de leguminosas, como por exemplo a 'mucuna aterrima'; implantar quintais e sistemas agroflorestais com espécies frutíferas e florestais da região; recuperar áreas de preservação permanentes - APPs, entre outras", disse o coordenador do Projeto de ATES/SOS Amazônia, Adair Duarte.
Adair disse ainda que até o final do projeto serão realizadas, aproximadamente, 4500 visitas técnicas às unidades produtivas familiares.
Comunidades beneficiadas
Em novembro, as visitas técnicas familiares e os cursos de roçados sustentáveis, produção de mudas e sistemas agroflorestais estão sendo realizadas nas Comunidades Polos: Restauração, Maranguape, Remanso, Novo Horizonte e Iracema, às margens dos rios Tejo e Bajé. No mês de dezembro estas atividades serão realizadas nas Comunidades Polos: Foz do Breu, Caiporinha, Belfort, Acuria e Foz do Tejo.
Resistência às mudanças de técnicas
Para alguns produtores, aderir uma nova técnica é muito difícil e preferem continuar trabalhando o roçado tradicional, porque a sensação é de que é mais fácil, afinal, trata-se de algo ensinado pelos pais e avós. No entanto, o roçado sustentável, além de custo bem inferior, tem vários benefícios: a leguminosa 'mucuna' recupera o solo degradado, devolvendo os nutrientes necessários para o plantio; não desmata e não usa o fogo, com isso, conserva a biodiversidade; evita doenças respiratórias e contribui para redução do aquecimento global; não causa erosão do solo, enquanto a queima permite que a água da chuva leve embora os nutrientes do solo; o roçado não fica distante da moradia do produtor, facilitando o transporte dos alimentos; entre várias outras vantagens.
O coordenador de ATES explica que quando não há conhecimento prático, é normal haver resistência por parte de alguns produtores. . E deixa claro que o projeto recomenda, mas o produtor não é obrigado a fazer a transição agroecológica.
"Com o passar do tempo, os produtores que não aceitaram vão percebendo os exemplos de quem já aderiu ao roçado sustentável, caso queiram mudar a prática, a SOS Amazônia vai garantir assessoria técnica", explica Adair.
O p i n i ã o
Carlene da Conceição Lima mora há 27 anos na Comunidade Restauração e acompanha o projeto desde o início, março de 2014. Muito ligada ao que acontece em sua comunidade, ela expõe sua opinião sobre diversos pontos do projeto de ATES. Dentre os quais, está a resistência de alguns produtores para fazer a transição de roçados e a valorização da mulher.
Acho essa ação fundamental para os moradores daqui. Com esse projeto, a gente percebe que os produtores vão ter mais facilidade, continuar o seu plantio com mais sucesso. Antes eles não conheciam esses métodos, como por exemplo, usando a mucuna não vai ser preciso mais queimar. Alguns produtores não querem aderir porque ainda não têm conhecimento prático, mas a partir do momento que os produtores começarem a desenvolver, aí todo mundo vai acolher esse método do roçado sustentável.
Viveiro
Poucas pessoas tiveram um treinamento para fazer um viveiro, acho que a maioria vai aderir essas novas práticas.
Mulheres ganhando espaço
As mulheres, como a minha amiga Bia, ela se dedica muito ao cultivo de hortas. E dá resultado, quando tem, ela vende. E também artesanato, eu mesmo sei fazer vassoura, paneiro, cesta, balaio, tudo serve e tem saída. Outra coisa que achamos fundamental aqui é o curso de corte e costura, a gente vê que todas as mães têm muitos filhos e a maioria não tem habilidade de fazer suas próprias vestimentas. E aí a gente pediu um curso de corte costura. A vinda desses cursos pode melhorar nossa renda porque nos prepara, nos dá habilidade para fazermos o nosso próprio negócio. É fundamental para as mães, é uma fonte de renda. Eu acho que a mulher passou ver que ela pode se expandir e isso não quer dizer que ela vai tomar o lugar do homem. Quando era só o homem não tinha o mesmo sucesso dentro de uma casa e a partir do momento que a mulher começou a ganhar espaço e conseguir as coisas junto ao marido, nenhuma quer parar. Cada pessoa quer conseguir com seu próprio suor, seu próprio esforço, as suas conquistas, e a mulher tem grandes ideias e muitas soluções.
Carlos Oliveira da Silva, da comunidade Foz do Manteiga, ficou animado com a proposta do roçado sustentável.
Eu acho que é um projeto bom porque no momento ele está facilitando muito o trabalho do povo. Este trabalho de mucuna, pelo que eu vi no vídeo ali, a gente produz com mais facilidade, né? Você não desmata, não queima, você não encoivara, você só planta a mucuna, corta quando chegar o tempo certo e planta os legumes. Com certeza, acho que é uma das coisas que vai melhorar a vida do povo aqui. Mas, isso a gente vai começar a fazer a partir do ano que vem, tivemos esse treinamento aí sobre roçado sustentável, foi uma aula boa pra nós e com esta explicação que os técnicos nos deram é que a gente vai tocar o trabalho pra frente.
O seu Raimundo Cunha Barroso, da comunidade Restauração, também quer fazer uma experiência com o roçado sustentável porque é melhor para eles e para o meio ambiente.
Eu acho que vai dar certo e vou plantar a mucuna porque é um tipo de produto que aduba a terra, a gente vai economizar e vai dar um legume bom, né? E não vamos mais desmatar a mata bruta, que é um serviço pesado, e é uma relação que também vai preservar mais né, não vai ter mais aquele excesso de brocar aquele roçado, não vai prejudicar os bichos nem os alimentos, a gente vai cuidar mais é das capoeirinhas, então é uma coisa que vai dar resultado, analisou.
Dona Maria Argentina Rodrigues de Souza, 54, é do município de Jordão e mora na Resex Extrativista há 26 anos, na comunidade Seis Voltas, às margens do rio Tejo. Ela também participa do projeto de ATES da SOS Amazônia em parceria com o INCRA desde o início.
Eu participei de todas as oficinas até agora, estou achando muito bom, só tenho coisa boa pra falar do pessoal, que é prestativo com a gente. Esse negócio do roçado sustentável deve ser muito bom porque vamos trabalhar menos e vamos ter maior rendimento.Pra mim, vai mudar muita coisa, vai proteger mais a natureza, pois não vai haver mais 'desmatação'. E eu sinto uma alegria grande participar da construção do nosso Viveiro, vai ser uma coisa muito boa para todos nós.
Saiba mais sobre o Projeto de ATES na Resex Alto Juruá
Dividido em três etapas: Oficinas de Apresentação e Diagnóstico Familiar; Planejamento Participativo; e Oficinas de Capacitação e Orientação Técnica, o projeto de Assessoria Técnica, Social e Ambiental (ATES) na Reserva Extrativista Alto Juruá tem por objetivo melhorar a qualidade de vida das famílias que vivem na Reserva, com foco na conservação dos recursos naturais, envolvendo três eixos fundamentais: organização social, fomento do extrativismo e produção sustentável, e comercialização.
Com duração de 30 meses, o projeto prevê atender, aproximadamente, 1.100 famílias. As oficinas acontecem em 10 comunidades Polos: Restauração, Maranguape, Remanso, Novo Horizonte, Iracema, Foz do Breu, Caiporinha, Belfort, Acuriá e Foz do Tejo, localizadas às margens dos rios Tejo, Juruá, Breu, Amônia e Arara, e nos igarapés Bajé, Caipora, São João e Acuriá.
Várias instituições locais estão envolvidas na ação: Associação dos Seringueiros e Agricultores da Reserva Extrativista do Alto Juruá (Asareaj), Associação dos Seringueiros e Agricultores do Rio Juruá (Asajuruá), Prefeitura de Marechal Thaumaturgo, Câmara de Vereadores e Sindicado dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR).
O ATES na Resex Alto Juruá concentra suas ações no resgate do extrativismo e fortalecimento da produção agroecológica na região. As atividades têm o apoio do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Ministério do Meio Ambiente, ICMBio e Serviço Florestal Brasileiro.
Etapas e metas
Metas da etapa 1: - Realizar dez reuniões de apresentação do projeto;
- Realizar 848 diagnósticos das unidades produtivas familiares;
- E 10 oficinas de diagnósticos comunitários.
Situação: Etapa concluída
Metas da etapa 2:
- Realizar 10 oficinas de elaboração dos planos participativos (organização social, produção agroextrativista e comercialização).
Situação: Etapa concluída
Metas da etapa 3:
- Realizar 120 oficinas de capacitação junto às famílias extrativistas;
- Realizar 140 reuniões coletivas com foco na gestão da organização social, produção agroecológica, atividades extrativistas, gestão de empreendimentos e a comercialização dos produtos nos mercados institucionais e diferenciados;
- Realizar 4500 visitas técnicas às unidades produtivas familiares com foco na produção de transição agroecológica, extrativista, ambiental e social e 22 oficinas de avaliação do projeto intermediaria e final juntos aos dez polos.
Situação: Em curso
Metodologia da Etapa 3
A etapa 3 compreende visitas técnicas familiares e cursos/oficinas/ reuniões coletivas/intercâmbios entres outros. Aborda os temas: organização social, produção agroextrativista, aspectos ambientais e comercialização.
Essas demandas vão ser realizadas ao longo dos próximos 24 meses. A metodologia é participativa (considerando a participação das famílias tanto para as atividades individuais como as coletivas).
Nas oficinas/cursos/reuniões/intercâmbios é conciliado teoria e prática, respeitando o conhecimento tradicional, ou seja, a principal proposta é somar o conhecimento tradicional com o conhecimento técnico para implementar as atividades produtivas com foco na produção agroecológica, onde podemos citar: Roçados Sustentáveis (recuperar áreas alteradas e torná-las produtivas com o uso de leguminosas, como por exemplo a mucuna); implantar quintais e sistemas agroflorestais com espécies frutíferas e florestais da região; recuperas áreas de preservação permanentes - APPs, entre outras.
Equipe Técnica Composta por engenheiros florestais, assistentes sociais, técnicos agroflorestais, florestais e agroecológicos, agentes de ATES e responsáveis pela logística.
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