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Ainda desiguais, metrópoles melhoram

26/11/2014

Fonte: OESP, Metrópole, p. A16



Documentos anexos


Ainda desiguais, metrópoles melhoram
Regiões metropolitanas têm alto desenvolvimento humano em saúde, educação e renda, mas diferenças entre ricos e pobres persistem

Lígia Formenti
Lisandra Paraguassu / BRASÍLIA

A qualidade de vida dos moradores de 16 regiões metropolitanas brasileiras melhorou entre 2000 e 2010. Resultados do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) mostram que todas as áreas analisadas têm pontuação suficiente para serem classificadas como de alto desenvolvimento humano. O avanço foi identificado em todos os indicadores: saúde, educação e renda.
O maior salto foi registrado nas Regiões Norte e Nordeste. A região metropolitana de Manaus, anteriormente classificada como de baixo desenvolvimento humano, deu um salto de 23,1% no indicador e agora é considerada como de alto desenvolvimento humano. Em Fortaleza, o crescimento foi de 17,7% e em Belém, de 17,4%.
São Paulo é a zona metropolitana com IDHM mais alto do País. A região paulista alcançou a nota 0,794 (o índice vai de zero a 1), seguida de perto pelo Distrito Federal, com 0,792, e por Curitiba, com 0,783. Manaus, o pior colocado, registrou nota 0,720.
Problemas. Apesar da melhora, as diferenças de desenvolvimento ainda são gritantes. Os reflexos podem ser constatados nos índices de educação, longevidade e renda. Um morador da zona mais nobre de Manaus pode viver 14 anos mais do que outro da zona mais pobre. Um habitante da periferia de São Paulo tem como renda R$ 13,4 mil a menos do que o morador dos bairros mais nobres. Em Porto Alegre, 95,8% dos moradores das zonas mais ricas têm pelo menos o ensino fundamental completo. Nas mais pobres, são apenas 26,7%.
"O resultado ajuda a terminar com os mitos. Temos pobres em regiões ricas e vice-versa. Desenvolvimento humano é muito mais complexo", afirma Marilena Chaves, presidente da Fundação João Pinheiro, responsável pelo estudo, ao lado do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e da Organização das Nações Unidas (ONU).
O ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Marcelo Neri, observa não ser raro encontrar exemplos de desigualdades em áreas muito próximas. Como exemplo, ele citou o Lago Sul, região nobre de Brasília, e Paranoá. "A distância entre as duas áreas é pequena. Mas o índice de analfabetismo na região mais rica é dez vezes menor", disse.
No Recife, a diferença entre Espinheiro, a região com maior IDHM, e Ipojuca, o pior colocado, é de 0,432 ponto. É a maior desigualdade entre todas as áreas metropolitanas pesquisadas. Cuiabá tem a menor diferença dentro da sua zona metropolitana: 0,325 ponto.
Neri observa, no entanto, que as diferenças já foram muito mais acentuadas. Entre 2000 e 2010, a disparidade entre o maior e menor IDHM passou de 22,1% para 10,3%. Em 2000, a diferença entre regiões metropolitanas de São Paulo e de São Luís - a maior registrada naquele período - era de 0,132 ponto.
No mais recente levantamento, a diferença entre o melhor e o pior colocado no quesito renda (Distrito Federal e Fortaleza, respectivamente) foi de 0,110 ponto. A diferença de esperança de vida, que em 2000 era de 4,82 anos entre o primeiro e último colocado (Porto Alegre e São Luís), passa para 2,9 anos em 2010 (Distrito Federal e São Luís).
O desempenho na área de educação foi o que mais influenciou a melhora geral do IDHM. "Indicadores mostram que estamos avançando. Democracia, universalização e combate à pobreza dão resultado e isso se reflete no Atlas. É o principal resultado que se pode trazer", diz o pesquisador do IPEA marco Aurélio Costa.
Divulgação adiada. Neri reconheceu que o levantamento poderia ter sido divulgado há alguns meses, mas o anúncio foi adiado por causa das eleições. "A instituição tem um cuidado fundamental. Achamos importante divulgar quando corações e mentes já estão mais calmos." Em outubro, o diretor Herton Araújo pediu afastamento depois de o Ipea retardar a divulgação de dados sobre o avanço da pobreza extrema.


Manaus evolui no IDHM, mas continua em último lugar
Região apresenta disparidade sobretudo de renda; são encontradas unidades com renda média de R$ 7 mil e outras com R$ 170

Marcos Moraes - Especial para O Estado

MANAUS - Nem o avanço do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de 0,585, em 2000, para 0,720 neste ano tirou Manaus do último lugar entre as 16 regiões metropolitanas do Brasil pesquisadas no Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). A zona é composta por sete municípios, além da capital: Careiro da Várzea, Iranduba, Itacoatiara, Manacapuru, Novo Airão, Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva. Juntas, as oito cidades têm área de 101.475 km².
Em 2000, Manaus tinha índice de 0,585 ponto e já estava no fim da lista. Em 2010, a diferença entre São Paulo, a região metropolitana de IDHM mais elevado, e a do índice mais baixo (Manaus) caiu de 22,1% para 10,3%, havendo diminuição da desigualdade. No início da década passada, somente o município de Presidente Figueiredo tinha IDH avaliado como "baixo". Manaus e os outros sete municípios da região metropolitana foram classificados com índice "muito baixo".
Dez anos depois, as cidades de Presidente Figueiredo, Rio Preto da Eva e Iranduba avançaram e conquistaram classificação de IDH médio. Contudo, em 2010 os outros cinco municípios da região metropolitana de Manaus foram classificados com o índice "baixo".
O IDHM geral de Manaus no fim da década era de 0,720, o que fez a área passar da faixa de "baixo" para "alto".
Renda. Manaus apresenta disparidade sobretudo de renda. São encontradas Unidades de Desenvolvimento Humano (UDHs) com renda per capita média mensal de mais de R$ 7 mil, enquanto em outras áreas não chega a R$ 170. Na capital, o valor mínimo é de R$ 169,10. O mais alto é de R$ 7.893,75, segundo a pesquisa.
Na Educação, em 2000, o índice era de 0,414, passando, em 2010 para 0,636. O IDHM Longevidade era de 0,730 e, em 2010, passou para 0,812. Já o IDHM Renda era de 0,661, chegando a 0,724. Entre 2000 e 2010, a dimensão que mais evoluiu, em termos absolutos, foi o da educação, que registrou um avanço de 0,222.


Educação puxa indicadores, com destaque para a baixa evasão
Dados mostram que o ensino fundamental está quase universalizado e cinco regiões têm avaliação excelente

BRASÍLIA - Apesar das conhecidas dificuldades da educação brasileira, a melhoria do Índice de Desenvolvimento Humano dos Municípios (IDHM) das zonas metropolitanas se deve principalmente aos avanços educacionais do País. O atlas divulgado nesta terça-feira, 25, por Pnud e Ipea mostra que esses foram os quesitos onde houve maior crescimento e maior redução da desigualdade entre regiões e mesmo dentro de uma zona metropolitana.
Em 2000, o IDHM de educação estava ainda no nível baixo - menor do que 0,599 - em todas as regiões. O mais alto, de São Paulo, chegava a apenas 0,592. Apesar de ruim, ainda era 43% superior ao de Manaus, a pior colocada, que tinha um IDHM educacional de apenas 0,414 (muito baixo).
Hoje, a capital do Amazonas, mesmo continuando na pior colocação entre as 16 zonas metropolitanas estudadas, tem um índice melhor do que o de São Paulo em 2000, 0,636.
O mapa atual mostra que cinco regiões metropolitanas já têm um IDHM educacional alto, acima de 0,700. Além de São Paulo, que está em segundo lugar, estão nessa situação São Luís, a campeã, o Distrito Federal, Curitiba e Cuiabá. As 11 demais estão com desenvolvimento médio, acima de 0,600. Manaus é a pior delas, com Porto Alegre, Belém, Natal e Salvador vindo em seguida.
"O avanço na educação é significativo e nos permite antecipar ainda mais melhoras futuras", afirmou o ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Marcelo Neri. Para o pesquisador do Ipea Marco Aurélio Costa, a área da educação apresentou o avanço mais expressivo. "Principalmente no atraso escolar. É uma informação importante, que dialoga mais diretamente com as políticas públicas e com o esforço dos governos em colocar crianças nas escolas na idade correta", disse.
Como se calcula. O IDHM de educação é formado pelo porcentual de pessoas acima de 18 anos com pelo menos o fundamental completo, o chamado estoque educacional, e pela frequência escolar, sem atraso, de crianças e jovens - calculado nas faixas etárias de 5 e 6 anos frequentando a escola, 11 a 13 anos frequentando os anos finais do ensino fundamental, 15 a 17 anos frequentando o ensino médio e acima de 18 anos com ensino médio completo.
Apesar da qualidade ainda sofrível da educação brasileira, os índices de frequência escolar são os que mais aumentaram em todo o País. Hoje, o ensino fundamental está praticamente universalizado, acima dos 97% das crianças de 7 a 14 anos matriculadas na escola. No ensino médio, chegou em 2012 a 54% dos jovens de 15 a 17 anos. / LISANDRA PARAGUASSU e LÍGIA FORMENTI


Praia de Icaraí, em Niterói, supera Leblon e Ipanema em IDHM
Localidade alcança índice 0,962; na outra ponta, Itaboraí tem o pior número do Estado do Rio: 0,596

Roberta Pennafort - O Estado de S. Paulo

RIO - Região mais nobre de Niterói, a Praia de Icaraí é a campeã no Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) da Região Metropolitana do Rio - com 0,962 (quanto mais perto de 1, mais desenvolvido), supera Leblon e Ipanema, bairros mais caros da orla carioca. Já a cidade de Itaboraí, distante 30 km de Niterói, tem as localidades com os piores IDHMs do Estado: 0,596. Japeri e Queimados, cidades na Baixada Fluminense, também estão na parte mais baixa do ranking.
Acompanhando a tendência nacional, os índices fluminenses melhoraram de 2000 para 2010, segundo a comparação feita pelo Atlas do Desenvolvimento Humano nas Regiões Metropolitanas Brasileiras. O IDHM geral pulou de 0,686 para 0,771. O salto mais significativo foi com relação à educação: passou de 0,548 para 0,686.
Em 2000, as localidades na categoria de desenvolvimento muito alto representavam 9% do total; em 2010, eram 26%; as com alto desenvolvimento passaram de 22% para 37%.
Resultado. No caso de Icaraí, o bom resultado se explica por uma combinação de fatores: a concentração de aposentados com alto soldo, a baixa taxa de fertilidade, o que faz aumentar o cálculo da renda per capita, e a ausência de favelas. A análise é do professor da Universidade Federal do Rio (UFRJ) Mauro Osorio, doutor em planejamento urbano e regional.
Os 21 municípios da região metropolitana do Rio se separam em dois grupos, Osorio explica: as áreas mais nobres do Rio (zona sul, grande Tijuca e Barra da Tijuca), acrescidas de Niterói, de um lado, e o resto da capital e as outras 19 cidades, de outro.

OESP, 26/11/2014, Metrópole, p. A16

http://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,qualidade-de-vida-nas-metropoles-e-alta,1598021

http://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,manaus-evolui-no-idhm-mas-continua-em-ultimo-lugar,1597975

http://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,educacao-faz-idhm-subir-com-destaque-para-a-baixa-evasao,1598022

http://brasil.estadao.com.br/noticias/rio-de-janeiro,praia-de-icarai-em-niteroi-supera-leblon-e-ipanema-em-idhm,1597993
 

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