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ANA aceita liberar 2ª cota do volume morto

18/10/2014

Fonte: OESP, Metrópole, p. E6



ANA aceita liberar 2ª cota do volume morto
Ontem, o nível dos reservatórios do Sistema Cantareira caiu para 3,9%; reserva atual deve acabar em novembro

Fabio Leite

A Agência Nacional de Águas (ANA) aceitou ontem liberar a retirada de água da segunda cota do volume morto do Sistema Cantareira em "parcelas", mas com novas regras de captação para que o manancial chegue ao fim de abril de 2015 com ao menos 10% da capacidade original. Ontem, o nível do sistema caiu para 3,9%, considerando a primeira cota da reserva profunda. Na prática, o manancial está cerca de 15% negativo. Com a aprovação dos 106 bilhões de litros adicionais, o nível das represas "subirá" 10,7%.

Em ofício enviado ao Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo (DAEE), o presidente da ANA, Vicente Andreu, afirma que o uso do segundo volume é "necessário em função da severa estiagem", mas propõe que a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) apresente uma proposta da quantidade de água que precisará utilizar até o dia 30 de novembro "para que não haja risco de descontinuidade no abastecimento" da Grande São Paulo e na região de Campinas, onde cerca de 12 milhões de pessoas são abastecidas pelo Cantareira. Segundo a empresa, a primeira cota deve durar até o dia 15 de novembro.

No tribunal

A liberação ocorre um dia após o Tribunal Regional Federal (TRF) derrubar uma liminar da Justiça Federal em Piracicaba que proibia a captação da segunda reserva, com base em uma ação movida pelos Ministérios Públicos Federal e Estadual - que anunciaram que vão recorrer da decisão. "O juiz analisou a competência, mas não o mérito da ação. O fato é que os órgãos gestores não estão se entendendo na condução da crise, e a situação está se agravando", disse o promotor Rodrigo Garcia.
A Sabesp conta com a segunda reserva para manter o abastecimento até março de 2015 sem decretar racionamento oficial. A ANA, contudo, quer que a Sabesp reveja o planejamento apresentado no projeto de operação do Cantareira enviado na semana passada. Segundo Andreu, o volume de água que tem entrado nas represas está 3,8 vezes abaixo do utilizado pela Sabesp em suas projeções.
Ele defende que a companhia retire uma quantidade de água condicionada ao volume de entrada para que o manancial chegue ao fim de abril de 2015, quando começa o próximo período de estiagem, com ao menos 10% da capacidade útil, mesmo índice de abril deste ano. Essa meta também estava na liminar que foi derrubada pela Justiça.
A proposta da Sabesp previa, em seu pior cenário, que o Cantareira chegaria ao fim de abril com 5% negativos da capacidade e a manutenção do volume retirado em 18,5 mil litros por segundo por seis meses. Caso o DAEE concorde com a proposta da ANA e a seca continue, a Sabesp terá de reduzir sua captação, o que pode provocar mais falhas no abastecimento.


Sabesp agora pede economia de água por SMS

O risco de desabastecimento de água em São Paulo levou a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), que atende 70% da população paulista, a disparar mensagens para os celulares de clientes recomendando economia no consumo para que seja "mantido o abastecimento".
A empresa afirma, por meio de sua assessoria, que a mensagem é a primeiro do tipo com função "pedagógica" enviada para os clientes cadastrados em seu sistema de dados. Os números são armazenados pela empresa toda vez que as pessoas ligam para fazer reclamações ou pedir informações gerais.
No texto, a Sabesp menciona "altas temperaturas e aumento do consumo". A mensagem não menciona o baixo nível do Sistema Cantareira, cujo déficit diário de água subiu 16% neste mês, chegando a 1,56 bilhão de litros. A íntegra da mensagem enviada diz: "Sabesp informa: Devido a altas temperaturas e aumento do consumo, solicitamos que economizem água para mantermos o abastecimento de São Paulo".

Fora do ar. Ontem, a Sabesp retirou da internet todas as informações relacionadas ao Cantareira, como o nível de armazenamento do manancial, as vazões retiradas de cada uma das cinco represas do sistema, e o boletim diário que mostra quantos litros de água restam em cada reservatório. Segundo a empresa, houve "problema técnico", que será resolvido na segunda.
Nesta semana, a Agência Nacional de Águas (ANA) acusou a Sabesp de captar água abaixo do limite autorizado do volume morto. Técnicos da agência fotografaram, no dia 14, o nível na Represa Atibainha 38 centímetros abaixo da cota permitida. No dia seguinte, a régua de medição sumiu do local. A Sabesp nega a prática. / Nivaldo dos Santos e Fabio Leite.

OESP, 18/10/2014, Metrópole, p. E6

http://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,ana-aceita-liberar-2-volume-morto-do-cantareira-em-parcelas,1578538

http://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,sabesp-agora-pede-economia-de-agua-por-sms,1578653
 

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