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Tuxá Toidé: conheça o podcast de Tayná Cá Arfer Tuxá
14/07/2021
Autor: DORRICO, Julie
Fonte: UOL/Ecoa - https://www.uol.com.br/ecoa/colunas/julie-dorrico/
Tuxá Toidé: conheça o podcast de Tayná Cá Arfer Tuxá
Julie Dorrico
14/07/2021
Tayná Cá Arfer Tuxá ou Tayná Chayenne é indígena do povo Tuxá, da Aldeia-mãe, localizada na Bahia, nordeste do Brasil. A jovem de 14 anos, decidiu compartilhar algumas escritas de resistência de sua autoria desde o seu pertencimento ao povo Tuxá, um dos 305 povos originários que habitam o território nacional. Para isso criou o podcast Tuxá Toidé na rede social Instagram onde inaugurou com o poema Toidé dzene tsoro radda nuñe, que foi compartilhado pela Articulação dos Povos Indígenas (APIB), pois dialoga com o momento presente ao fazer resistência aos projetos de exploração que atacam os direitos indígenas, como a PL 490/2007.
História e língua do povo Tuxá (Bahia, Nordeste do Brasil)
O povo Tuxá, segundo o Instituto Socioambiental (ISA), vive principalmente na cidade de Rodelas, uma aldeia urbana com mais de 60 casas. Ocupavam diversas ilhas, sobretudo a Ilha da Viúva, no Rio São Francisco, que foi submersa pela construção da hidrelétrica de Itaparica, projeto desenvolvido pela Companhia Hidrelétrica do São Francisco-CHESF, afogando o território ancestral do povo, o D'zorobabé.
Por conta disso, os Tuxá foram transferidos para três áreas: um grupo vivendo nos limites dos municípios de Ibotirama (Área Indígena Tuxá de Ibotirama), outro no município de Rodelas (Áreas Indígenas Tuxá de Rodelas e Nova Rodelas), ambos no estado da Bahia, e outro à margem direita do rio Moxotó, junto aos limites do município pernambucano de Inajá, onde se situa a Terra Indígena Tuxá da Fazenda Funil. O poema da Tayná tem como título Toidé dzene tsoro radda nuñe, que na língua materna dzubukuá traduz-se como "Resistir para existir terra protegida". A língua materna ainda é negada em buscas comuns na internet. Porém, já é possível vislumbrar pesquisas que reiteram sua presença enquanto língua em revitalização e trabalhada na educação escolar do povo, como a tese do pesquisador Leandro Durazzo, que estudou os processos históricos e socioculturais da língua, reiterando assim a existência do dzubukuá à família Kariri e tronco Macrô-Jê. Interesse manifesto dos próprios professores Tuxá, a tese colabora para o reconhecimento da diversidade plurilinguística indígena no país. Nesse link você conhece o material publicado: Cosmopolíticas Tuxá: conhecimentos, ritual e educação a partir da autodemarcação de Dzorobabé.
Poema inaugural no podcast Tuxá Toidé Conheça um trecho do poema de Tayná Cá Arfer Tuxá e veja a potência da palavra poética indígena: Toidé dzene tsoro radda nuñe E se eu te contar uma história real? Onde morremos todos os dias desde o navio de Cabral Onde os nossos corpos se tornaram escandalização Onde a nossa existência é tratada como ilusão. Onde na aldeia nos calam E nos julgam na urbanização Onde somos incriminados, mesmo quando somos assassinados Era Abya Yala, virou área colonizada. O que era Pindorama virou Brasil, O que era floresta virou prédio, O que era lar virou garimpo, O que era vida virou destruição. Minha identidade foi mantida no anonimato Minha terra foi maltratada Me forçaram a rezar Me deixaram ser ar. Nos perguntam de onde viemos Mas a verdade é que sempre estivemos aqui A diferença é que agora eu preciso lutar até para existir Meu canto virou grito que pede socorro, Minha flecha é proteção, Minha chanduca é orientação. [...] Se teu garimpo me mata, Se corre mercúrio no corpo dos meus parentes, Se teu agro não é tech, teu agro não é pop, teu agro é genocídio. Se tem PL decidindo se eu vou viver, Se aquele que deveria me proteger, foge de helicóptero quando me vê.
Saiba mais Nesse link você acessa o podcast Tuxá Toidé, e escuta o poema na íntegra: Tayná Cá Arfer | Tuxá Toidé Rede social da poeta: InstagramTayná Cá Arfer Jurum Tuxá (@taynachaianne) Instagram do Podcast: Tayná Cá Arfer | Tuxá Toidé (@tuxatoide) PL 490/2007: Para saber mais por que este projeto de lei ataca os direitos indígenas clique aqui: APIB: Nota Técnica da APIB sobre o PL 490 | OBIND
https://www.uol.com.br/ecoa/colunas/julie-dorrico/2021/07/14/tuxa-toide-conheca-o-podcast-de-tayna-ca-arfer-tuxa.htm
Julie Dorrico
14/07/2021
Tayná Cá Arfer Tuxá ou Tayná Chayenne é indígena do povo Tuxá, da Aldeia-mãe, localizada na Bahia, nordeste do Brasil. A jovem de 14 anos, decidiu compartilhar algumas escritas de resistência de sua autoria desde o seu pertencimento ao povo Tuxá, um dos 305 povos originários que habitam o território nacional. Para isso criou o podcast Tuxá Toidé na rede social Instagram onde inaugurou com o poema Toidé dzene tsoro radda nuñe, que foi compartilhado pela Articulação dos Povos Indígenas (APIB), pois dialoga com o momento presente ao fazer resistência aos projetos de exploração que atacam os direitos indígenas, como a PL 490/2007.
História e língua do povo Tuxá (Bahia, Nordeste do Brasil)
O povo Tuxá, segundo o Instituto Socioambiental (ISA), vive principalmente na cidade de Rodelas, uma aldeia urbana com mais de 60 casas. Ocupavam diversas ilhas, sobretudo a Ilha da Viúva, no Rio São Francisco, que foi submersa pela construção da hidrelétrica de Itaparica, projeto desenvolvido pela Companhia Hidrelétrica do São Francisco-CHESF, afogando o território ancestral do povo, o D'zorobabé.
Por conta disso, os Tuxá foram transferidos para três áreas: um grupo vivendo nos limites dos municípios de Ibotirama (Área Indígena Tuxá de Ibotirama), outro no município de Rodelas (Áreas Indígenas Tuxá de Rodelas e Nova Rodelas), ambos no estado da Bahia, e outro à margem direita do rio Moxotó, junto aos limites do município pernambucano de Inajá, onde se situa a Terra Indígena Tuxá da Fazenda Funil. O poema da Tayná tem como título Toidé dzene tsoro radda nuñe, que na língua materna dzubukuá traduz-se como "Resistir para existir terra protegida". A língua materna ainda é negada em buscas comuns na internet. Porém, já é possível vislumbrar pesquisas que reiteram sua presença enquanto língua em revitalização e trabalhada na educação escolar do povo, como a tese do pesquisador Leandro Durazzo, que estudou os processos históricos e socioculturais da língua, reiterando assim a existência do dzubukuá à família Kariri e tronco Macrô-Jê. Interesse manifesto dos próprios professores Tuxá, a tese colabora para o reconhecimento da diversidade plurilinguística indígena no país. Nesse link você conhece o material publicado: Cosmopolíticas Tuxá: conhecimentos, ritual e educação a partir da autodemarcação de Dzorobabé.
Poema inaugural no podcast Tuxá Toidé Conheça um trecho do poema de Tayná Cá Arfer Tuxá e veja a potência da palavra poética indígena: Toidé dzene tsoro radda nuñe E se eu te contar uma história real? Onde morremos todos os dias desde o navio de Cabral Onde os nossos corpos se tornaram escandalização Onde a nossa existência é tratada como ilusão. Onde na aldeia nos calam E nos julgam na urbanização Onde somos incriminados, mesmo quando somos assassinados Era Abya Yala, virou área colonizada. O que era Pindorama virou Brasil, O que era floresta virou prédio, O que era lar virou garimpo, O que era vida virou destruição. Minha identidade foi mantida no anonimato Minha terra foi maltratada Me forçaram a rezar Me deixaram ser ar. Nos perguntam de onde viemos Mas a verdade é que sempre estivemos aqui A diferença é que agora eu preciso lutar até para existir Meu canto virou grito que pede socorro, Minha flecha é proteção, Minha chanduca é orientação. [...] Se teu garimpo me mata, Se corre mercúrio no corpo dos meus parentes, Se teu agro não é tech, teu agro não é pop, teu agro é genocídio. Se tem PL decidindo se eu vou viver, Se aquele que deveria me proteger, foge de helicóptero quando me vê.
Saiba mais Nesse link você acessa o podcast Tuxá Toidé, e escuta o poema na íntegra: Tayná Cá Arfer | Tuxá Toidé Rede social da poeta: InstagramTayná Cá Arfer Jurum Tuxá (@taynachaianne) Instagram do Podcast: Tayná Cá Arfer | Tuxá Toidé (@tuxatoide) PL 490/2007: Para saber mais por que este projeto de lei ataca os direitos indígenas clique aqui: APIB: Nota Técnica da APIB sobre o PL 490 | OBIND
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