De Pueblos Indígenas en Brasil
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Não-índios ainda trabalham para retirar últimos pertences da Raposa Serra do Sol
30/04/2009
Autor: Marco Antonio Soalheiro
Fonte: Agência Brasil - http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2009/04/29/materia.2009-04-29.8708783969/view
Vila Surumu (Terra Indígena Raposa Serra do Sol) - Famílias de agricultores brancos que devem, por ordem judicial, deixar a Raposa Serra do Sol até o fim do dia de hoje (30), ainda trabalham para conseguir retirar todos os seus pertences em tempo hábil. Magoados com o governo federal e com a Justiça, muitos deixarão a área com o futuro ainda incerto. É o caso do do agricultor Aílton Cabral, 66 anos, que levará aproximadamente 600 animais (bois, porcos, galinhas) provisoriamente para as terras de um primo, enquanto discute na Justiça o valor da indenização a ser paga pela Fundação Nacional do Índio (Funai) e aguarda a indicação pelas autoridades de uma área compatível para assentamento.
"Eu estou sendo escurraçado. Desde o início, o governo adotou uma forma truculenta, vil e covarde de tratar a questão", reclamou cabral. "Essa era uma área muito boa para a criação. Conseguir outra igual é muito difícil. Prometeram uma terra, mas até hoje não tenho para onde ir", acrescentou.
Os brancos casados com índias podem permanecer na área desde que concordem com a vida em coletividade e abram suas área para uso comum. Mas nem todos que estão nessa situação quiseram ficar. O policial militar aposentado Clóvis Pereira , 52 anos, casado com indígena, aceitou contrariado a indenização de R$ 25 mil (ele acredita que teria de receber R$ 60 mil) e está de mudança para uma casa na periferia de Boa Vista. Deixará a casa de quatro cômodos, onde morou por décadas, porque teme ser perseguido pelos índios que não queriam a permanência dos brancos na reserva.
"O sentimento é de muita tristeza em deixar o lugar onde criei meus filhos. E estou saindo sem dignidade. Ofereceram um transporte que não era adequado e poderia estragar nossas coisas. Então, eu mesmo vou pagar a mudança", afirmou Pereira, enquanto orientava o carregamento de um caminhão.
Dos seis grandes produtores de arroz que atuavam na reserva, três disseram já ter concluído a desocupação das fazendas. Os outros ainda têm colheitas pendentes e insistem que o governo federal não tem condições de se responsabilizar pelo aproveitamento dos grãos. Querem pelo menos mais 30 dias para sair pacificamente da área. A dúvida é se ficarão nas fazendas depois do dia de hoje (30), mesmo correndo o risco de serem retirados à força pela Polícia Federal.
Os senadores Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) e Augusto Botelho (PT-RR) visitaram comunidades como representantes de um comissão externa do Senado. Eles se comprometeram a cobrar do governo federal melhor assistência na reserva e condições dignas de indenização e reassentamento para quem sair.
"Não estão retirando da região animais, mas seres humanos, então o governo federal precisa cuidar do pós -saída. Por enquanto, [o governo federal] não está cumprindo o prometido. Não dá para misturar pessoas que saírem daqui com sem-terras em assentamento de reforma agrária. Eles devem ter um condição equivalente àquela em que viviam aqui", ressaltou Cavalcanti.
"Espero que não aconteça aqui o que aconteceu em São Marcos [reserva indígena vizinha à Raposa Serra do Sol]. Os irmãos índios de lá sobrevivem porque fazem contrabando de gasolina da Venezuela. Então, nós temos que dar alternativas de sobrevivência para os que ficam aqui", completou Botelho.
"Eu estou sendo escurraçado. Desde o início, o governo adotou uma forma truculenta, vil e covarde de tratar a questão", reclamou cabral. "Essa era uma área muito boa para a criação. Conseguir outra igual é muito difícil. Prometeram uma terra, mas até hoje não tenho para onde ir", acrescentou.
Os brancos casados com índias podem permanecer na área desde que concordem com a vida em coletividade e abram suas área para uso comum. Mas nem todos que estão nessa situação quiseram ficar. O policial militar aposentado Clóvis Pereira , 52 anos, casado com indígena, aceitou contrariado a indenização de R$ 25 mil (ele acredita que teria de receber R$ 60 mil) e está de mudança para uma casa na periferia de Boa Vista. Deixará a casa de quatro cômodos, onde morou por décadas, porque teme ser perseguido pelos índios que não queriam a permanência dos brancos na reserva.
"O sentimento é de muita tristeza em deixar o lugar onde criei meus filhos. E estou saindo sem dignidade. Ofereceram um transporte que não era adequado e poderia estragar nossas coisas. Então, eu mesmo vou pagar a mudança", afirmou Pereira, enquanto orientava o carregamento de um caminhão.
Dos seis grandes produtores de arroz que atuavam na reserva, três disseram já ter concluído a desocupação das fazendas. Os outros ainda têm colheitas pendentes e insistem que o governo federal não tem condições de se responsabilizar pelo aproveitamento dos grãos. Querem pelo menos mais 30 dias para sair pacificamente da área. A dúvida é se ficarão nas fazendas depois do dia de hoje (30), mesmo correndo o risco de serem retirados à força pela Polícia Federal.
Os senadores Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) e Augusto Botelho (PT-RR) visitaram comunidades como representantes de um comissão externa do Senado. Eles se comprometeram a cobrar do governo federal melhor assistência na reserva e condições dignas de indenização e reassentamento para quem sair.
"Não estão retirando da região animais, mas seres humanos, então o governo federal precisa cuidar do pós -saída. Por enquanto, [o governo federal] não está cumprindo o prometido. Não dá para misturar pessoas que saírem daqui com sem-terras em assentamento de reforma agrária. Eles devem ter um condição equivalente àquela em que viviam aqui", ressaltou Cavalcanti.
"Espero que não aconteça aqui o que aconteceu em São Marcos [reserva indígena vizinha à Raposa Serra do Sol]. Os irmãos índios de lá sobrevivem porque fazem contrabando de gasolina da Venezuela. Então, nós temos que dar alternativas de sobrevivência para os que ficam aqui", completou Botelho.
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