From Indigenous Peoples in Brazil
News
Indios Pankararu de São Paulo(sibolos da resistência Nacional)
07/03/2005
Fonte: Comunidades Pankararu -São Paulo-SP
"Prado Pecci"
Excelentíssima Sra. Matilde Ribeiro,
Ministra Chefe da Secretaria Especial para Políticas de Promoção da
Igualdade Racial.
Excelentíssimo Sr. Sérgio Mamberti,
Secretário da Identidade e da Diversidade Cultural (Minc)
Queremos convida-los a colaborar com o trabalho da Ong Ação Cultural
Indígena Pankararu (índios migrantes pernambucanos, habitantes de
favelas paulistanas, principalmente do Real Parque): Projeto: Viabilizar
Os Rituais Da Cultura Indígena Pankararu em São Paulo, Através do
Resgate das Mascaras Corporais dos Praiás, em Tacaratu-PE.
1. Visão da ONG: Interação das diferentes comunidades indígenas, em
função das opções que adotarem, retomando e reatualizando elementos
culturais, valores e sentimentos que os caracterizam.
2. Missão: Preservar e divulgar a cultura indígena Pankararu, levando em
conta as novas ferramentas tecnológicas, desenvolvendo práticas de
interação ecológica que privilegiem a sustentabilidade e a economia
solidária.
3. Histórico: Os Pankararu, originários da aldeia Brejo dos Padres, em
Pernambuco começaram a migrar para São Paulo a partir de 1950, fugidos
da seca, da fome, e dos conflitos com posseiros de terra. Na aldeia
permanecem cerca de 6.000 índios, enquanto na capital paulista vivem
1.200 índios distribuídos em diferentes favelas, principalmente no Real
Parque.Em 2003 um grupo desta etnia tomou a iniciativa de constituir uma
Organização Não-Governamental para alavancar projetos visando atender as
demandas da comunidade indígena, preservando suas raízes, usos e
costumes de um conhecimento milenar diferenciado.Ver também a reportagem
da "Revista do Terceiro Setor" referente a Ong Ação
Pankararu(RITS/RETS.org):
http://arruda.rits.org.br/notitia1/servlet/newstorm.notitia.apresentacao
ServletDeSecao?codigoDaSecao=5&dataDoJornal=1092430805000
4. Quem Somos: Um grupo de índios Pankararu habitantes da periferia e
das favelas de São Paulo, organizados para preservar, divulgar a cultura
indígena, manter vínculos com a aldeia de origem, abertos para um
dialogo intercultural e para as práticas da economia solidária.
5. Justificativa do Projeto: "Objetos Rituais: são os artefatos
plumários, os instrumentos rituais, as mascaras (que muitas vezes
recobrem todo o corpo e que permitem que os espíritos e divindades sejam
visualizados, dançando e atuando junto dos humanos), enfim, todos estes
elementos de sistema de significação mais amplos, com dimensão
religiosa, médica, etc. Em muitas das sociedades indígenas no Brasil
conhece-se a pessoa humana como produto da atividade da sociedade que,
de acordo com noções culturais próprias, molda, desenvolve atributos,
fortalece o espírito e o corpo de cada indivíduo. Os rituaisem que isto
se faz podem incluir escarificações ou a aquisição de novos adereços, a
cada fase da vida, como brincos, botoques labiais, etc. O corpo vai
sendo, assim, modificado pela cultura e o caráter do indivíduo vai se
formando à medida que se ampliam suas redes sociais e sua participação
na vida social; seu aprendizado dos conhecimentos desenvolvidos e
acumulados por seu povo; seu domínio de habilidades e o desenvolvimento
de capacidades e virtudes que correspondam aos atributos que segundo a
perspectiva de sua cultura, são os que definem a condição de ser humano
das pessoas. Todos os objetos instrumentais e decorativos deste processo
carregam em si informações sobre tais noções, que têm implicações
materiais, sociais e cosmológicas.(...).""(...) Neste sentido, caberá
observar a dinâmica da atribuição de significados, utilidades e
finalidades de cada artefato. Sabe-se que objetos do domínio secular
podem vir a representar um papel importante na vida ritual, dada a carga
de significados que podem vir a receber. E, inversamente, objetos do
domínio do sagrado podem chegar a secularizar-se. Isso tem ocorrido, por
exemplo, já que a comercialização de objetos de cultura material
desempenha hoje um papel importante na garantia da satisfação de
necessidades criadas pela situação de contato dos povos indígenas com a
sociedade nacional, pelo ingresso de recursos que possibilita.[1]
6. Objetivos do Projeto: Formar uma equipe com 2 índios Pankararu
residentes em São Paulo, para realizar uma viagem a Aldeia Brejo dos
Padres em Tacaratu-PE (que dista 2500 Km da capital paulista),
possibilitando recolher material necessário para a confecção de
vestimentas para realização de seus rituais:
a) 16 saias femininas de kroá, 16 sutiãs (cabaça, coco ou tecido) e 16
cocares com pena de galinha.
b) 16 vestimentas masculinas para os Praiás (divindades Pankararu):
compostas de penacho, chapéu de penas de peru, belota (linha de
algodão), kroá (fibra de uma planta), cinta (feita de tecido colorido,
de algodão).
c) 16 maracás (instrumento musical / ritual) e 16 flautas. (*Ver foto e
filme dos Pankararu na Aldeia Brejo dos Padres, feita pela "Missão de
Pesquisas Folclóricas Mário de Andrade", em 1938, quando o escritor, era
Secretário da Cultura de São
Paulo.http://sampa3.prodam.sp.gov.br/ccsp/missao/mostram.asp?m1=Prai%E1s
, Site da Secretaria de Cultura de SP -PMSP)
7. Investimento:
a) Passagem de ônibus (ida e volta p/ Tacaratu-PE) para 2 pessoas =
R$1.000,00.
b) Despesa com transporte das mercadorias (excesso de bagagem /referente
às mascaras corporais e instrumentos = 250 kg)=R$ 400,00.
c) Alimentação de 2 pessoas (para a viagem e durante a estadia da equipe
na aldeia por 30 dias/tempo necessário para coleta da matéria prima e
confecção das vestimentas) =R$ 500,00.
d) Custos com a confecção das 32 vestimentas (que inclui: costureiras,
tintas, frete de veículo para transporte da matéria prima coletada na
região, pagamento de mão de obra para coleta dos materiais necessários)
=R$ 5.280,00.
PS: Estimado valor de R$200,00 para cada vestimenta de Praiá e R$130,00
para cada vestimenta feminina Pankararu (as vestimentas são feitas de
uma palha -Kroá- retirada de um palmeira, em local situado a 10 km do
centro principal da aldeia, após serem colhidas, tem que ser preparadas
e costuradas, adicionadas penas, corantes naturais, etc.)
*Ver fotos e filme dos Pankararu na Aldeia Brejo dos Padres, feitos pela
"Missão de Pesquisas Folclóricas Mário de Andrade", em 1938, quando o
escritor, era Secretário da Cultura de São
Paulo.http://sampa3.prodam.sp.gov.br/ccsp/missao/mostram.asp?m1=Prai%E1s
, Site da Secretaria de Cultura de SP -PMSP)
Total: R$ 7.180,00
Sugestões de como Participar: Que
precisa?QuantidadeEspecificaçãoCategoria Patrocínio do Valor Integral
1R$ 7.180,00.Financeiro Ou Cotas de Patrocínio entre autarquias e
ministérios. 3R$ 2.393,00.Financeiro Parceiros Capacitadores: Senac e
Faculdades Radial
Site da Ong: http://www.setor3.com.br/sitesolidario/pankararu/ (com novo
layout até março/abril de 2005).
Possuímos alguns projetos importantes para a comunidade (1200 índios
Pankararu na grande São Paulo-sendo 500 só no Real Parque. Cerca de 6000
habitam a Aldeia do Brejo dos Padres, em Tacaratu-PE), parte destes
projetos podem ser vistos através do nosso site.O Formatos 500 do
Senac-SP foi lançado em março de 2003 e atendeu mais de 400 organizações
nas zonas norte, sul, leste, oeste e centro, da cidade. Cerca de 500
gestores de organizações da sociedade civil foram capacitados, para que
pudessem atuar de forma correta em suas comunidades. Na fase final,
foram escolhidos 25 projetos (entre os quais, um projeto de Protagonismo
Juvenil com a Arte Pankararu) para serem desenvolvidos e implantados, em
regime de incubadora, com assessoria e apoio técnico do Senac São Paulo.
As organizações atendidas atuam em diversas frentes, como trabalho com
deficientes, terceira idade, saúde, defesa dos direitos da criança, da
mulher, dos índios, entre outros.
Atenciosamente,
Dimas Joaquim do Nascimento Pankararu,
Presidente (Tel:11- 9958-7314).
Maria do Rosário Santos Pankararu,
Vice-Presidente (Tel11- 9853-7422)
e demais índios da Ação Pankararu.(CNPJ: 06.128.459/0001-51)Ong
registrada em Cartório: 1º Oficial de Registros de Títulos e Documentos
e Civil de Pessoa Jurídica (Rua XV de Novembro, 251- 2º Andar-
Tel.:11-3104-8770-SP/São Paulo): Prenotado sob nº 0303073 em 08/01/2004.
Registrado e microfilmado, sob nº 295993 do Registro civil de Pessoas
Jurídicas.
Endereço: Rua Conde de Itaguaí nº111-A.CEP: 05686-030, Real Parque, São
Paulo-SP.
Sérgio Pecci (Cientista Social-colaborador) e-mail:
pradopecci@terra.com.br Tel: 3667-3880 - 8132-9306
"Entre os dias 30 de junho e 03 de julho de 2004 várias lideranças
indígenas representantes de povos e organizações de todo o país
estiveram reunidas na cidade de São Paulo a convite do projeto Presença
Indígena no Fórum Cultural Mundial , uma iniciativa conjunta do LACED/
Museu Nacional, MinC/ Secretaria da Identidade e da Diversidade
Cultural, do INPSO/ Fundação Joaquim Nabuco, do Raízes da Tradição/
Engenho Produções Artísticas, e do próprio Fórum Cultural Mundial.. O
objetivo do projeto foi garantir na pauta do evento a discussão que se
faz cada vez mais urgente quanto à responsabilidade pela valorização,
divulgação e preservação do patrimônio cultural indígena por parte do
governo federal. Para tanto, fizeram parte das discussões: Sandro Tuxá e
Dourado Tapeba, representantes da APOINME - Articulação dos Povos e
Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo;
Agnelo Wadzatsé Xavante, representante da COIAB - Coordenação das
Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira; Bonifácio Baniwa,
representante da Fundação Cultural Indígena do Amazonas; Nino Fernandes
Ticuna, diretor do Museu Indígena Maguta; Fausto Mandulão Makuxi,
representante da Organização dos Professores Indígenas de Roraima
(OPIR); Francisco Pianko, liderança Ashaninka e Secretário
Extraordinário dos Povos Indígenas do estado do Acre; Gersem Luciano,
liderança Baniwa e mestrando em antropologia pela UnB; Adolfo Timóteo
Guarani, representante do Conselho Estadual dos Povos Indígenas de São
Paulo; Maria e Dimas Pankararu (representando os índios urbanos de São
Paulo que vivem na Favela Real Parque desde os anos 70) e mais doze
índios Kariri-Xocó (AL) que, além da participação nas discussões,
integraram a programação artística do evento com apresentações do Toré.
Além das lideranças indígenas, importantes representações civis e
governamentais * a exemplo da Secretária de Cultura do estado de São
Paulo Cláudia Costin, do Secretário da Identidade e da Diversidade
Cultural do Ministério da Cultura, Sérgio Mamberti, da representante da
Unesco, Jurema Machado, do antropólogo, professor titular da UFRJ e
diretor do LACED do Museu nacional João Pacheco de Oliveira e da
administradora da Rede Internacional da Diversidade Cultural, Jennifer
Heale * integraram uma das quatro mesas redondas do projeto, compondo
uma importante plataforma de interlocução para os interesses defendidos
com perspicácia e precisão pelos próprios índios.
Os principais pontos discutidos durante os debates e acordados pelas
lideranças indígenas como sendo prioritários na formulação de uma nova
política pública que trate da questão cultural foram reunidos e
oficializados em um documento final, redigido durante um GT formado
pelos próprios índios na manhã do dia 02 de julho. O documento foi
entregue em mãos, durante a conferência de encerramento do Fórum
Cultural Mundial, ao Sr. Secretário Sérgio Mamberti que publicamente se
comprometeu em incorporá-lo imediatamente às demandas do Ministério da
Cultura.
"Na nova secretaria da identidade e da diversidade, entre as nossas
competências, está tratar das culturas dos povos indígenas. Entre as
questões mais fundamentais encontra-se a ação de montar um grupo de
trabalho que formulará subsídios, no sentido de criar diretrizes para as
bases de uma nova política cultural para os povos indígenas. É um
momento muito especial de mudança para eles na sua interação na vida
pública nacional, pois saem do campo minado da justiça e da luta pela
posse das terras, dando fôlego para a luta pela preservação das suas
culturas. Me sinto muito feliz por ser o instrumento, por meio da minha
secretaria, para poder demonstrar todo o tesouro cultural que ainda esta
invisível e que, de uma certa maneira, esta extremamente acessível.
Afinal, são pelo menos 180 línguas e 220 povos, coexistindo conosco
atualmente no Brasil. Toda essa ancestralidade, sua cosmogonia, seus
pontos de vista em relação ao meio ambiente interagem com o Brasil
contemporâneo", diz Mamberti. Todas estas iniciativas visam fortalecer o
projeto Índios: Os Primeiros Brasileiros , que inclui atividades de
pesquisa e divulgação científica e cultural * seminários, exposições,
produção de documentação sonora e em vídeo, entre outras * em
iniciativas articuladas que reúnem equipes de pesquisa, organizações
não-governamentais, representações indígenas e diferentes esferas dos
poderes públicos. Segundo da Diretora Geral do projeto Raízes da
Tradição, Ana Paula Jones, esse trabalho representa o movimento indígena
organizado, o que estabelece um canal de diálogo e interlocução com o
MINC.
"O Minc se comprometeu em apoiar ações afirmativas e o projeto Índios:
Os Primeiros Brasileiros , que foi elaborado por meio do projeto modelo
que acontecerá em 2005, no Nordeste. Só assim poderemos formular as
bases para uma política cultural para os Povos Indígenas com a
contribuição e participação ativa dos seus agentes mais interessados e
reverter o quadro de exclusão na qual essas identidades e diversidades
se encontram", explica Ana Paula."
Leia na íntegra a carta redigida pelas lideranças indígenas, na qual foi
entregue no FCM
"A proteção e a promoção da diversidade dos conteúdos e expressões
culturais são elementos estratégicos de construção da ordem democrática
e estão entre os deveres básicos dos governos e Estados nacionais. Cada
sociedade, grupo social ou indivíduo tem um patrimônio cultural
singular, que reflete um modo de viver próprio e um sistema de valores,
através dos quais se expressam as diversas identidades. Elas, por sua
vez, se reconhecem e se respeitam através do diálogo e dos intercâmbios.
Ao longo da história, a exclusão dos segmentos populares das políticas
públicas de nosso país, bem como a segregação social e racial, têm sido
fatores determinantes na desvalorização de sua produção cultural. Daí a
urgência na discussão e construção de uma política nacional envolvendo
os interessados - sociedade civil e gestores estatais - a partir de um
amplo debate por todo o país, que deverá levar em conta os contextos
locais de decisão.
Num processo participativo sem precedentes, com indivíduos, grupos e
comunidades , respeitando tempos e modos específicos de fazer e de
sentir, a Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural/MinC
estabeleceu um proveitoso e rico diálogo, abrindo espaço na cena
cultural brasileira para o protagonismo das manifestações mais genuinas
de nossas tradições populares.
A partir de oficinas preparatórias realizadas em 14 estados da
federação, de norte a sul do país, foram identificadas as
potencialidades locais em busca de propostas de ações afirmativas para
as mais variadas expressões regionais. Essas propostas contribuirão para
o enriquecimento do debate no Seminário Nacional que se realizará de 23
a 26 de Fevereiro de 2005, em Brasília * DF, no Complexo Cultural da
Funarte.
Organizado em cinco painéis com a presença de mestres populares,
produtores culturais, artistas, pesquisadores e intelectuais de renome,
com programação que integra exposições e atividades artísticas, serão
discutidas as mais palpitantes questões afetas ao universo das Culturas
Populares no Brasil, cujo resultado esperamos seja um elemento propulsor
no processo de inclusão social e econômico, fundamentais para o
desenvolvimento humano.
Convido a todos para unirem-se a nós nesta celebração, de um Brasil que
se reencontra com sua alma e sua mais profunda identidade."
Sergio Mamberti
Secretário da Identidade e da Diversidade Cultural
[1] VIDAL, Lux; LOPES DA SILVA, Aracy * "O Sistema De Objetos Nas
Sociedades Indígenas: Arte e Cultura Material".
Excelentíssima Sra. Matilde Ribeiro,
Ministra Chefe da Secretaria Especial para Políticas de Promoção da
Igualdade Racial.
Excelentíssimo Sr. Sérgio Mamberti,
Secretário da Identidade e da Diversidade Cultural (Minc)
Queremos convida-los a colaborar com o trabalho da Ong Ação Cultural
Indígena Pankararu (índios migrantes pernambucanos, habitantes de
favelas paulistanas, principalmente do Real Parque): Projeto: Viabilizar
Os Rituais Da Cultura Indígena Pankararu em São Paulo, Através do
Resgate das Mascaras Corporais dos Praiás, em Tacaratu-PE.
1. Visão da ONG: Interação das diferentes comunidades indígenas, em
função das opções que adotarem, retomando e reatualizando elementos
culturais, valores e sentimentos que os caracterizam.
2. Missão: Preservar e divulgar a cultura indígena Pankararu, levando em
conta as novas ferramentas tecnológicas, desenvolvendo práticas de
interação ecológica que privilegiem a sustentabilidade e a economia
solidária.
3. Histórico: Os Pankararu, originários da aldeia Brejo dos Padres, em
Pernambuco começaram a migrar para São Paulo a partir de 1950, fugidos
da seca, da fome, e dos conflitos com posseiros de terra. Na aldeia
permanecem cerca de 6.000 índios, enquanto na capital paulista vivem
1.200 índios distribuídos em diferentes favelas, principalmente no Real
Parque.Em 2003 um grupo desta etnia tomou a iniciativa de constituir uma
Organização Não-Governamental para alavancar projetos visando atender as
demandas da comunidade indígena, preservando suas raízes, usos e
costumes de um conhecimento milenar diferenciado.Ver também a reportagem
da "Revista do Terceiro Setor" referente a Ong Ação
Pankararu(RITS/RETS.org):
http://arruda.rits.org.br/notitia1/servlet/newstorm.notitia.apresentacao
ServletDeSecao?codigoDaSecao=5&dataDoJornal=1092430805000
4. Quem Somos: Um grupo de índios Pankararu habitantes da periferia e
das favelas de São Paulo, organizados para preservar, divulgar a cultura
indígena, manter vínculos com a aldeia de origem, abertos para um
dialogo intercultural e para as práticas da economia solidária.
5. Justificativa do Projeto: "Objetos Rituais: são os artefatos
plumários, os instrumentos rituais, as mascaras (que muitas vezes
recobrem todo o corpo e que permitem que os espíritos e divindades sejam
visualizados, dançando e atuando junto dos humanos), enfim, todos estes
elementos de sistema de significação mais amplos, com dimensão
religiosa, médica, etc. Em muitas das sociedades indígenas no Brasil
conhece-se a pessoa humana como produto da atividade da sociedade que,
de acordo com noções culturais próprias, molda, desenvolve atributos,
fortalece o espírito e o corpo de cada indivíduo. Os rituaisem que isto
se faz podem incluir escarificações ou a aquisição de novos adereços, a
cada fase da vida, como brincos, botoques labiais, etc. O corpo vai
sendo, assim, modificado pela cultura e o caráter do indivíduo vai se
formando à medida que se ampliam suas redes sociais e sua participação
na vida social; seu aprendizado dos conhecimentos desenvolvidos e
acumulados por seu povo; seu domínio de habilidades e o desenvolvimento
de capacidades e virtudes que correspondam aos atributos que segundo a
perspectiva de sua cultura, são os que definem a condição de ser humano
das pessoas. Todos os objetos instrumentais e decorativos deste processo
carregam em si informações sobre tais noções, que têm implicações
materiais, sociais e cosmológicas.(...).""(...) Neste sentido, caberá
observar a dinâmica da atribuição de significados, utilidades e
finalidades de cada artefato. Sabe-se que objetos do domínio secular
podem vir a representar um papel importante na vida ritual, dada a carga
de significados que podem vir a receber. E, inversamente, objetos do
domínio do sagrado podem chegar a secularizar-se. Isso tem ocorrido, por
exemplo, já que a comercialização de objetos de cultura material
desempenha hoje um papel importante na garantia da satisfação de
necessidades criadas pela situação de contato dos povos indígenas com a
sociedade nacional, pelo ingresso de recursos que possibilita.[1]
6. Objetivos do Projeto: Formar uma equipe com 2 índios Pankararu
residentes em São Paulo, para realizar uma viagem a Aldeia Brejo dos
Padres em Tacaratu-PE (que dista 2500 Km da capital paulista),
possibilitando recolher material necessário para a confecção de
vestimentas para realização de seus rituais:
a) 16 saias femininas de kroá, 16 sutiãs (cabaça, coco ou tecido) e 16
cocares com pena de galinha.
b) 16 vestimentas masculinas para os Praiás (divindades Pankararu):
compostas de penacho, chapéu de penas de peru, belota (linha de
algodão), kroá (fibra de uma planta), cinta (feita de tecido colorido,
de algodão).
c) 16 maracás (instrumento musical / ritual) e 16 flautas. (*Ver foto e
filme dos Pankararu na Aldeia Brejo dos Padres, feita pela "Missão de
Pesquisas Folclóricas Mário de Andrade", em 1938, quando o escritor, era
Secretário da Cultura de São
Paulo.http://sampa3.prodam.sp.gov.br/ccsp/missao/mostram.asp?m1=Prai%E1s
, Site da Secretaria de Cultura de SP -PMSP)
7. Investimento:
a) Passagem de ônibus (ida e volta p/ Tacaratu-PE) para 2 pessoas =
R$1.000,00.
b) Despesa com transporte das mercadorias (excesso de bagagem /referente
às mascaras corporais e instrumentos = 250 kg)=R$ 400,00.
c) Alimentação de 2 pessoas (para a viagem e durante a estadia da equipe
na aldeia por 30 dias/tempo necessário para coleta da matéria prima e
confecção das vestimentas) =R$ 500,00.
d) Custos com a confecção das 32 vestimentas (que inclui: costureiras,
tintas, frete de veículo para transporte da matéria prima coletada na
região, pagamento de mão de obra para coleta dos materiais necessários)
=R$ 5.280,00.
PS: Estimado valor de R$200,00 para cada vestimenta de Praiá e R$130,00
para cada vestimenta feminina Pankararu (as vestimentas são feitas de
uma palha -Kroá- retirada de um palmeira, em local situado a 10 km do
centro principal da aldeia, após serem colhidas, tem que ser preparadas
e costuradas, adicionadas penas, corantes naturais, etc.)
*Ver fotos e filme dos Pankararu na Aldeia Brejo dos Padres, feitos pela
"Missão de Pesquisas Folclóricas Mário de Andrade", em 1938, quando o
escritor, era Secretário da Cultura de São
Paulo.http://sampa3.prodam.sp.gov.br/ccsp/missao/mostram.asp?m1=Prai%E1s
, Site da Secretaria de Cultura de SP -PMSP)
Total: R$ 7.180,00
Sugestões de como Participar: Que
precisa?QuantidadeEspecificaçãoCategoria Patrocínio do Valor Integral
1R$ 7.180,00.Financeiro Ou Cotas de Patrocínio entre autarquias e
ministérios. 3R$ 2.393,00.Financeiro Parceiros Capacitadores: Senac e
Faculdades Radial
Site da Ong: http://www.setor3.com.br/sitesolidario/pankararu/ (com novo
layout até março/abril de 2005).
Possuímos alguns projetos importantes para a comunidade (1200 índios
Pankararu na grande São Paulo-sendo 500 só no Real Parque. Cerca de 6000
habitam a Aldeia do Brejo dos Padres, em Tacaratu-PE), parte destes
projetos podem ser vistos através do nosso site.O Formatos 500 do
Senac-SP foi lançado em março de 2003 e atendeu mais de 400 organizações
nas zonas norte, sul, leste, oeste e centro, da cidade. Cerca de 500
gestores de organizações da sociedade civil foram capacitados, para que
pudessem atuar de forma correta em suas comunidades. Na fase final,
foram escolhidos 25 projetos (entre os quais, um projeto de Protagonismo
Juvenil com a Arte Pankararu) para serem desenvolvidos e implantados, em
regime de incubadora, com assessoria e apoio técnico do Senac São Paulo.
As organizações atendidas atuam em diversas frentes, como trabalho com
deficientes, terceira idade, saúde, defesa dos direitos da criança, da
mulher, dos índios, entre outros.
Atenciosamente,
Dimas Joaquim do Nascimento Pankararu,
Presidente (Tel:11- 9958-7314).
Maria do Rosário Santos Pankararu,
Vice-Presidente (Tel11- 9853-7422)
e demais índios da Ação Pankararu.(CNPJ: 06.128.459/0001-51)Ong
registrada em Cartório: 1º Oficial de Registros de Títulos e Documentos
e Civil de Pessoa Jurídica (Rua XV de Novembro, 251- 2º Andar-
Tel.:11-3104-8770-SP/São Paulo): Prenotado sob nº 0303073 em 08/01/2004.
Registrado e microfilmado, sob nº 295993 do Registro civil de Pessoas
Jurídicas.
Endereço: Rua Conde de Itaguaí nº111-A.CEP: 05686-030, Real Parque, São
Paulo-SP.
Sérgio Pecci (Cientista Social-colaborador) e-mail:
pradopecci@terra.com.br Tel: 3667-3880 - 8132-9306
"Entre os dias 30 de junho e 03 de julho de 2004 várias lideranças
indígenas representantes de povos e organizações de todo o país
estiveram reunidas na cidade de São Paulo a convite do projeto Presença
Indígena no Fórum Cultural Mundial , uma iniciativa conjunta do LACED/
Museu Nacional, MinC/ Secretaria da Identidade e da Diversidade
Cultural, do INPSO/ Fundação Joaquim Nabuco, do Raízes da Tradição/
Engenho Produções Artísticas, e do próprio Fórum Cultural Mundial.. O
objetivo do projeto foi garantir na pauta do evento a discussão que se
faz cada vez mais urgente quanto à responsabilidade pela valorização,
divulgação e preservação do patrimônio cultural indígena por parte do
governo federal. Para tanto, fizeram parte das discussões: Sandro Tuxá e
Dourado Tapeba, representantes da APOINME - Articulação dos Povos e
Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo;
Agnelo Wadzatsé Xavante, representante da COIAB - Coordenação das
Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira; Bonifácio Baniwa,
representante da Fundação Cultural Indígena do Amazonas; Nino Fernandes
Ticuna, diretor do Museu Indígena Maguta; Fausto Mandulão Makuxi,
representante da Organização dos Professores Indígenas de Roraima
(OPIR); Francisco Pianko, liderança Ashaninka e Secretário
Extraordinário dos Povos Indígenas do estado do Acre; Gersem Luciano,
liderança Baniwa e mestrando em antropologia pela UnB; Adolfo Timóteo
Guarani, representante do Conselho Estadual dos Povos Indígenas de São
Paulo; Maria e Dimas Pankararu (representando os índios urbanos de São
Paulo que vivem na Favela Real Parque desde os anos 70) e mais doze
índios Kariri-Xocó (AL) que, além da participação nas discussões,
integraram a programação artística do evento com apresentações do Toré.
Além das lideranças indígenas, importantes representações civis e
governamentais * a exemplo da Secretária de Cultura do estado de São
Paulo Cláudia Costin, do Secretário da Identidade e da Diversidade
Cultural do Ministério da Cultura, Sérgio Mamberti, da representante da
Unesco, Jurema Machado, do antropólogo, professor titular da UFRJ e
diretor do LACED do Museu nacional João Pacheco de Oliveira e da
administradora da Rede Internacional da Diversidade Cultural, Jennifer
Heale * integraram uma das quatro mesas redondas do projeto, compondo
uma importante plataforma de interlocução para os interesses defendidos
com perspicácia e precisão pelos próprios índios.
Os principais pontos discutidos durante os debates e acordados pelas
lideranças indígenas como sendo prioritários na formulação de uma nova
política pública que trate da questão cultural foram reunidos e
oficializados em um documento final, redigido durante um GT formado
pelos próprios índios na manhã do dia 02 de julho. O documento foi
entregue em mãos, durante a conferência de encerramento do Fórum
Cultural Mundial, ao Sr. Secretário Sérgio Mamberti que publicamente se
comprometeu em incorporá-lo imediatamente às demandas do Ministério da
Cultura.
"Na nova secretaria da identidade e da diversidade, entre as nossas
competências, está tratar das culturas dos povos indígenas. Entre as
questões mais fundamentais encontra-se a ação de montar um grupo de
trabalho que formulará subsídios, no sentido de criar diretrizes para as
bases de uma nova política cultural para os povos indígenas. É um
momento muito especial de mudança para eles na sua interação na vida
pública nacional, pois saem do campo minado da justiça e da luta pela
posse das terras, dando fôlego para a luta pela preservação das suas
culturas. Me sinto muito feliz por ser o instrumento, por meio da minha
secretaria, para poder demonstrar todo o tesouro cultural que ainda esta
invisível e que, de uma certa maneira, esta extremamente acessível.
Afinal, são pelo menos 180 línguas e 220 povos, coexistindo conosco
atualmente no Brasil. Toda essa ancestralidade, sua cosmogonia, seus
pontos de vista em relação ao meio ambiente interagem com o Brasil
contemporâneo", diz Mamberti. Todas estas iniciativas visam fortalecer o
projeto Índios: Os Primeiros Brasileiros , que inclui atividades de
pesquisa e divulgação científica e cultural * seminários, exposições,
produção de documentação sonora e em vídeo, entre outras * em
iniciativas articuladas que reúnem equipes de pesquisa, organizações
não-governamentais, representações indígenas e diferentes esferas dos
poderes públicos. Segundo da Diretora Geral do projeto Raízes da
Tradição, Ana Paula Jones, esse trabalho representa o movimento indígena
organizado, o que estabelece um canal de diálogo e interlocução com o
MINC.
"O Minc se comprometeu em apoiar ações afirmativas e o projeto Índios:
Os Primeiros Brasileiros , que foi elaborado por meio do projeto modelo
que acontecerá em 2005, no Nordeste. Só assim poderemos formular as
bases para uma política cultural para os Povos Indígenas com a
contribuição e participação ativa dos seus agentes mais interessados e
reverter o quadro de exclusão na qual essas identidades e diversidades
se encontram", explica Ana Paula."
Leia na íntegra a carta redigida pelas lideranças indígenas, na qual foi
entregue no FCM
"A proteção e a promoção da diversidade dos conteúdos e expressões
culturais são elementos estratégicos de construção da ordem democrática
e estão entre os deveres básicos dos governos e Estados nacionais. Cada
sociedade, grupo social ou indivíduo tem um patrimônio cultural
singular, que reflete um modo de viver próprio e um sistema de valores,
através dos quais se expressam as diversas identidades. Elas, por sua
vez, se reconhecem e se respeitam através do diálogo e dos intercâmbios.
Ao longo da história, a exclusão dos segmentos populares das políticas
públicas de nosso país, bem como a segregação social e racial, têm sido
fatores determinantes na desvalorização de sua produção cultural. Daí a
urgência na discussão e construção de uma política nacional envolvendo
os interessados - sociedade civil e gestores estatais - a partir de um
amplo debate por todo o país, que deverá levar em conta os contextos
locais de decisão.
Num processo participativo sem precedentes, com indivíduos, grupos e
comunidades , respeitando tempos e modos específicos de fazer e de
sentir, a Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural/MinC
estabeleceu um proveitoso e rico diálogo, abrindo espaço na cena
cultural brasileira para o protagonismo das manifestações mais genuinas
de nossas tradições populares.
A partir de oficinas preparatórias realizadas em 14 estados da
federação, de norte a sul do país, foram identificadas as
potencialidades locais em busca de propostas de ações afirmativas para
as mais variadas expressões regionais. Essas propostas contribuirão para
o enriquecimento do debate no Seminário Nacional que se realizará de 23
a 26 de Fevereiro de 2005, em Brasília * DF, no Complexo Cultural da
Funarte.
Organizado em cinco painéis com a presença de mestres populares,
produtores culturais, artistas, pesquisadores e intelectuais de renome,
com programação que integra exposições e atividades artísticas, serão
discutidas as mais palpitantes questões afetas ao universo das Culturas
Populares no Brasil, cujo resultado esperamos seja um elemento propulsor
no processo de inclusão social e econômico, fundamentais para o
desenvolvimento humano.
Convido a todos para unirem-se a nós nesta celebração, de um Brasil que
se reencontra com sua alma e sua mais profunda identidade."
Sergio Mamberti
Secretário da Identidade e da Diversidade Cultural
[1] VIDAL, Lux; LOPES DA SILVA, Aracy * "O Sistema De Objetos Nas
Sociedades Indígenas: Arte e Cultura Material".
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