From Indigenous Peoples in Brazil
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News

PF desencadeia Operação Adamas

19/08/2010

Fonte: Diário da Amzônia - http://www.diariodaamazonia.com.br



A Polícia Federal desencadeou na manhã de ontem a Operação Adamas que interrompeu a extração ilegal de diamantes e o comércio das pedras preciosas na Reserva Indígena Roosevelt, localizada entre Cacoal e Espigão D'Oeste.

Foram mobilizados 200 agentes que efetuaram a prisão de 18 pessoas, sendo nove em Espigão D'Oeste onde está localizada a sede reserva indígena.

As investigações tiveram início em agosto de 2009 pela delegacia da Polícia Federal de Vilhena e posteriormente pela Superintendência Regional do Mato Grosso. Segundo a Polícia Federal foram investigadas duas quadrilhas, uma especializada na extração de diamantes de forma ilegal e a outra na comercialização das pedras em seis Estados e também no Distrito Federal.

Prisões

Além das prisões efetuadas em Espigão D'Oeste, uma pessoa foi presa em Monte Negro (RO), uma em Riozinho, distrito de Cacoal (RO), uma em Teófilo Otoni (MG), quatro em Patos de Minas (MG), uma em São Paulo (SP) e outra em Brasília (DF). No entanto, a operação também ocorreu nas cidades de Ariquemes, Cacoal, Belo Horizonte, Juína, Cuiabá, Campo Grande e Goiânia.

Os presos responderão por usurpação de bens da União, extração ilegal de minerais, formação de quadrilha, receptação, falsidade ideológica e fraude processual qualificada.

De acordo com os agentes da Polícia Federal, o nome da operação vem do grego Adamas, que significa "inflexível", termo usado por escritores gregos para definir a dureza, uma clara alusão ao diamante.

Outras apreensões

Desde agosto do ano passado, quando as investigações começaram, a Polícia Federal realizou sete apreensões de diamantes, o que segundo a PF reforçou o conjunto de provas colhidas até o momento.

A apreensão mais recente se deu em Cuiabá (MT), quando um dos investigados transportava 24 pedras de diamantes e tentava embarcar em um avião com destino a outro Estado.

Em uma das apreensões anteriores, ocorrida em março de 2010, uma única pedra de diamante de cerca de um centímetro de diâmetro, com 28 quilates, foi avaliada por peritos criminais federais em R$ 233 mil. Todas as apreensões realizadas alcançaram o valor aproximado de R$ 500 mil.

As ações da PF na Reserva Roosevelt, iniciadas em 2004, apreenderam, até agora, 3 mil quilates de diamantes.

Entenda o caso

A reserva Roosevelt está localizada no sul de Rondônia, mais especificamente em Espigão do Oeste e parte de Pimenta Bueno, onde é habitada pelos índios Cinta-Larga. Com área de 2,6 milhões de hectares, nela foi descoberto um raro quimberlito, que é uma rocha vulcânica de onde é extraído o diamante.

Segundo o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), órgão vinculado ao Ministério de Minas e Energia, o quimberlito é único no Brasil e tem capacidade de produzir mais de um milhão de quilates. A reserva é uma das cinco maiores do mundo, cujos recursos naturais trariam mais rentabilidade para os cofres públicos se explorada de forma legal.

No início de 2003, os índios Cinta-Larga solicitaram a intervenção da Polícia Federal na reserva indígena Roosevelt, porque perderam o controle do garimpo. Conforme a Polícia Federal, havia mais de cinco mil garimpeiros extraindo diamantes, muitos garimpeiros ludibriavam e não pagavam parte do lucro da venda dos diamantes aos índios. A Polícia Federal, numa operação conjunta com agentes da Funai e os índios guerreiros, expulsou os garimpeiros da reserva indígena.

Em abril de 2004 os índios Cinta-Larga realizaram um massacre, matando 29 garimpeiros que invadiram a terra da reserva para montar um garimpo. Anteriormente ao massacre a Polícia Federal penetrou várias vezes na reserva indígena, expulsando garimpeiros e apreendendo máquinas de garimpo. Mas, devido a uma facção de índios serem favoráveis à extração ilegal de diamantes, após a operação e a retirada dos policiais, os garimpeiros voltavam à área indígena e começavam seus trabalhos.

Na cidade Espigão D'Oeste, a mais próxima da reserva, é comum encontrar carros com placas de outros Estados, os pequenos hotéis sempre lotados por viajantes e garimpeiros que de alguma forma tentam a "sorte grande" nas imediações da jazida. Recentemente novas jazidas de diamantes estão sendo descobertas no município de Espigão e ficam fora da reserva indígena. Segundo informações da polícia do município, os índices de criminalidade baixaram após uma maior fiscalização da área.

Em ações da Polícia Federal na Reserva Roosevelt, desde 2004, já foram apreendidos aproximadamente 3 mil quilates de diamantes. Somente neste ano, a PF já realizou no Estado de Rondônia a apreensão de 419 quilates de diamantes ilegalmente extraídos da reserva Roosevelt, com a prisão de 4 pessoas. A Polícia Federal já tenta a pelo menos sete anos encerrar as atividades garimpeiras ilegais na região.

http://www.diariodaamazonia.com.br/diariodaamazonia/index2.php?sec=News&id=4925
 

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